lavanda- escrito por char

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-max, melhor você não perder mais aula- disse me sentando na cama

-e você, vem?

-vou depois, enquanto isso mostre seu novo penteado

-e se eu for suspensa?- max se sentou ao meu lado

-eu dou um jeito, prometo- abaixei minha cabeça quando ela foi em bora e comecei a pensar

eu estava careca, com minha mãe totalmente brava comigo e tinha ganhado várias críticas por ter me assumido. sei que vou ganhar mais ainda por raspar meu cabelo. eu me importava tanto com o que minha mãe pensava e agora... me perdi de tudo o que eu sempre tive como base em toda minha vida: seguir um padrão. mas agora que eu não o sigo o que eu sou? o que vai acontecer? qual o próximo passo? vou perder contratos?

me deitei de barriga para cima, senti lágrimas caírem de meus olhos, escorrerem pela bochecha e cairem.

-porque a fixa só tinha de cair agora que toda merda já está feita?- murmurei para mim mesma 

levantei e disparei nos corredores atrás de max, avistei uma pessoa careca andando calmamente, era ela, não tem como me confundir. eu quase voei em cima dela a fazendo cair, continuei a abraçando mesmo no chão

-caramba você tá bem?- max me abraçou firmemente 

-porfavor fica comigo- me afastei esperando sua resposta

-ok- me surpreendeu ela não perguntar nada, parecia me entender.

-que merda é essa?! achei que eram dois garotos!- era meu primo

-então procure um óculos porque eu claramente tenho peitos- sorri para ele, o sorriso mais forçado que pude, peguei na mão de max e me virei 

-você pode ter mas essa sua amiguinha claramente não tem- um dos amigos de meu irmão disse como se fosse a piada do século. o pior de tudo foram pessoas ao entorno que riram.

larguei a mão de max e dei três passos em sua direção, encarei suas calças e voltei meu olhar para seu rosto.

-seu pau é pequeno e não vejo ninguém falando que você não tem um- quase pude sentir meu sangue subindo. 

os adolescentes em volta estavam todos abismados, até eu mesma fiquei.

-até meu cabelo consegue ser maior- era a voz de max, ela sorria friamente. de verdade, algumas vezes max me assusta

-vai se foder garotinho- o rapaz deu um passo a frente

-cuidado, os mais desprezíveis são os que fingem ter algum tipo de confiança.- max o olhava com nojo, falava com nojo. caralho eu a amo

senti que ela iria voar em cima do garoto então simplesmente fiquei na ponta do pé e sussurrei

-venha comigo- e assim fui a levando para longe como se nada tivesse acontecido, o alarme de "o intervalo acabou" começou a tocar, saímos a tempo.

-char você tem licença para ficar por conta de seu pé machucado mas eu tenho aula então me mostre o que- eu a beijei, foda-se a escola. 

beijei e beijei o máximo que pude, tinham lágrimas caindo de meus olhos mas foda-se. ela se sentou na minha cama e eu me sentei em seu colo. quando abri meus olhos ela tinha um pequeno sorriso de lado estampado em seu rosto, aquele sorriso me fazia querer a beijar até que uma de nós duas morresse. sua mão estava dentro de minha blusa enquanto as minhas procuravam apoio em seu peitoral. cada vez que ela arrastava a mão um pouco mais para cima sentia que morreria de tanto que minha barriga revirava

-max- sussurrei

-char- ela sussurrou de volta, ok esse apelido deixava minhas pernas bambas

-porfavor me abraça

-ah cara agora que eu tó te beijando?- ela fez uma carinha de cachorro pidão e depois me abraçou, me deitou e ficou por cima.

seus ombros largos me cobriram e me reconfortaram como se nada nesse mundo todo pudesse me fazer mal, me agarrei naquele sentimento e fechei meus olhos.

-char você cheira como lavanda- ela sussurrou

-lavanda?

-sim, minha mãe colocava óleo de lavanda em um difusor porque era o único jeito de me acalmar.

-você tá muito melosa- eu disse 

-caralho não posso falar algo minimamente fofo?- ela começou a beijar várias partes do meu rosto, a bochecha, a testa...

-ficar com raiva te dá vontade de me beijar?- murmurei com um sorrisinho

ela beijou minha boca 

-cala-se.



menina+ menina = desastreOnde histórias criam vida. Descubra agora