CAP 7 - Pandora's box

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— Lizzie, você está me ouvindo? Câmbio. — a voz de Dustin saía mais uma vez do walkie-talkie ao meu lado. Agarrei aquela coisa impaciente e pressionei o botão maior.

— Eu já disse que sim! — disse raivosa. Era sete da manhã e eu acabei de acordar com Dustin berrando no meu ouvido, ou pelo menos era o que parecia, eu tinha razões para estar com esse humor.

— Eu já disse que você tem que dizer câmbio quando termina! — ele acabara de me dar um sermão também sem paciência. Respirei fundo revirando os olhos, me sentei na cama em um movimento brusco já perdendo o sono.

— CÂMBIOO! — gritei de volta.

— DÁ PARA OS DOIS CALAREM A BOCA INFERNO? — a voz de Max apareceu de repente, seu humor parecia semelhante ao meu. — Eu tinha mais cinco minutos para dormir, e graças a você Dustin, eu não tenho mais nenhum!

— Culpa sua que deixou o canal aberto, burra. — Dustin disse com a maior naturalidade do mundo, soltei uma risada nasal. Max irá bater nele quando o ver, não tenho dúvidas.

— VOCÊ ME CHAMOU DE QUÊ? — podia imaginar fumaças saindo de suas orelhas.

— Foi de burra. — Lucas lembrou, causando intriga.

— LUC- — coloquei no mudo para ter um pouco de paz pelo menos de manhã.
Calcei os chinelos ao lado de minha cama e me levantei retirando o jeans e vestindo uma calça de moletom, então me deixei levar pelo cheiro de panquecas que vinha da cozinha.

— Acordando cedo.. que bicho te mordeu? — Peter zombou jogando a panqueca para o ar. O encarei com a maior cara de cu.

— Um bicho chamado Dustin Henderson. — resmunguei esfregando os olhos. Apontei para as panquecas. — Quero três.

— Como quiser. — ele a despejou sobre o prato. — Pode tirar o lixo? Estou meio ocupado.

— Claro, por que não? — respondi e agarrei o saco preto ao seu lado fazendo um nó com ambas as pontas. Me assustei quando ouvi um estrondo do lado de fora, parecia a lata de alumínio tombando.

— Ratos.. — Peter repreendeu. — Eles são terríveis.

— Ew. — joguei o saco em meu ombro e caminhei até a porta que estava destrancada.
Não havia lata tombada, estavam todos em perfeito estado, o que é bom, eu acho. O fedor era terrível, quando é que eles irão vir tirar isso em?
Franzi as sobrancelhas quando um chiado veio de trás do trailer, mas que merda é essa?
Tampei o lixo e caminhei em passos curtos erguendo meu pescoço até eu enxergar o que estava acontecendo ali, me preparando para sentar a mão no rato caso ele viesse para cima de mim, ou talvez correr, é correr me parece uma melhor opção. Suspirei abaixando os ombros um pouco decepcionada com o que encontro.

— Bom dia Elizabeth, como você está? — Eddie cuspiu no chão e me lançou um sorriso com a escova entre os dentes. Fiz uma careta sem entender.

— O que caralhos você tá fazendo aqui? — cruzei os braços ainda com o cenho franzido.

— Se você não sabe minha casa é cena de crime e..

— Tá, mas o que você tá fazendo AQUI?

— Se você deixar eu terminar de falar né esquentadinha. — soltei um suspiro forte e ele sorriu de lado, cuspindo a água que usou para enxágue no chão. Nojento. — A nova casa do meu tio é fora da cidade e eu tava morto! Me joguei no banco de trás da minha garota e apaguei. — ergui as sobrancelhas em sua direção quando usou o termo "garota" para a sua lata velha, ele tem sérios problemas. — Sorte que achei uma dessas! — ele ergueu a escova de dente.

𝖳𝗁𝖾 𝖣𝖺𝗋𝗄𝗌𝗂𝖽𝖾 • 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇 (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora