Prólogo

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Salto da cama balançando o meu corpo fingindo que o meu punho era um microfone.

Puxo o meu boneco dançando com ele.

A minha irmã entra com a cara toda rugosa, provavelmente pensando que estava a ter um derrame, mas depois que repara que estou com os meus fones ela logo abana a cabeça para os lados e fecha a porta.

Volto para o meu piano tocando com todo o meu coração como sempre. Estava a tentar tocar a minha música favorita: Call me maybe.

Sabem, pode ser um pouquinho antiga contudo sempre irá estar no meu coração.

Quando ela finalmente acaba atiro me novamente para a cama.

Sorrio contente parando a playlist percebendo que já estava na hora de dar uma descansada e de beber água.

Corro para a cozinha vendo a minha irmã a fuzilar-me com os olhos.

Abro o frigorífico pegando na água e pondo num copo ignorando os seus olhares.

Enquanto bebia ela resolveu apontar um dedo na minha cara e reclamar com a sua voz estridente.

- Já é a décima vez que ouço te a tocar essa porcaria. Não cansas?

Suspiro levantando o meu olhos verdes na sua direção.

- Canso me mais de pessoas como tu, do que propriamente do piano que tanto amo Maninha. - sorrio falsamente. - Agora vou voltar a tocar o meu piano e ensaiar para um dia tornar me numa boa pianista.

-Pianista? - ela dá um grito gargalhando logo de seguida. -Não ouvi bem podes repetir?

Simplesmente cago nela e volto para o meu quarto fechando a porta e pondo os meus fones grandes novamente.

Já tinha perdido muito tempo com aquela espécie de irmã.

Quando ia pôr a minha playlist a rodar, oiço os meus pais a chamarem - me e bufo inconformada.

-Sophia!!!

-Estou a ir mãe!! - deslizo os fones para o meu pescoço e abro a porta indo até á sala.

-Diz lá.

-A tua irmã disse-me que andas a ouvir música muito alto e que ela não consegue estudar. Podes abaixar um pouco o vulume? - Levanto a sobrancelha e fito-a com toda a raiva que sentia neste momento.

Era praticamente impossível ela ouvir algum ruído. O nosso quarto era muito longe um do outro e ainda por cima eu estava a usar fones. Só o piano  que ela poderia ter ouvido mas não acredito que um som pequeno e suave de um piano a desconcentre e não o contrário.

-Mãe, essa guria só me dá dor de cabeça. Como que o meu piano não a deixa estudar? Sendo que os nossos quartos são muito afastados e ainda por cima eu estava com a porta fechada. - viro me para ela pegando a pelos ombros. - Diz-me logo que não consegues viver sem me lixar miúda. Até já metes nojo com isso. Sabes que a inveja não é algo que se deva orgulhar e sim desprezar. - largo-a indo até ao meu quarto novamente fechando a porta e tocando o meu piano com força para livrar me da raiva.

Percebendo o que fazia naquele momento resolvi abraçar o meu bebé.

Apesar dele ser grande sempre caberá nos meus braços pequenos e magros.

Alguém bate a porta e pego na minha partitura preparando me para atirar na fuça da Elizabeth.

-Filha. - escondo-a atrás de mim quando reconheço a voz do meu pai.

-Entra pai.

-Então é a Elizabeth denovo? - concordo mexendo nas notas músicais que tinha espalhadas pelos meu quarto.

-Sim pai, até parece que ela não me consegue ver feliz. É todo dia isso. Se ela continuar a fazer isso é capaz da mãe tirar me o piano. Lembraste quando ela disse que eu não andava a tirar boas notas só porque não parava de mexer no piano?

-Lembro e óbvio que a mãe não te vai tirar o piano. Ela sabe o quanto ele é especial para ti.

-Não tanto quanto vocês. Depois da minha família, a música é tudo para mim. A melodia dos instrumentos juntos é incrível. - pelos olhos dele vejo que os meus brilhavam enquanto relatava ao meu pai o que a música fazia me sentir sempre que a ouvia ou a tocava. - A música tem cada partitura como muitos sabem mas eu acho que ela só é uma opção, pois dentro de ti há infinitas para tu experimentares.

-Filha... Isso foi incrível... Cada dia surpreendes me mais. - ele abraça me forte e retribuo toda sorridente.

-Obrigada pai. Espero que um dia aquelas duas também me entendam.

-Vais ver que sim. - ele afaga me os cabelos antes de sair pela porta me deixando com os meus pensamentos e vendo que estava completamente sozinha, pego na minha chave abrindo a minha gaveta aonde continha o meu livro de composições.

Ele era muito delicado e importante para mim. Por isso que resolvi guardá-lo a sete chaves para ninguém lê-lo e quando digo ninguém quero dizer a Elizabeth.

As composições eram a música que sentia dentro de mim e aquela era a única coisa que não deixaria a inveja da minha irmã roubar.

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Está história foi uma ideia que eu tive assim derrepente. Estou um pouco insegura com ela por isso queria saber a vossa opinião sobre a mesma.

Obrigada pela atenção e até já.

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