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Bar da Jessica 

Hauer 

20:45

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— Consegui! Sua vez de passar por baixo da mesa de sinuca, Tité. — Beni gritou levantando o taco com animação. Tité negou com a cabeça sorrindo para o idiota.

Continuei observando de longe no sofá confortável me sentindo meio mole, a sessão de narguile já no fim como o meu copo de chopp a minha frente. Tinham algumas pessoas além das que conhecia hoje mas distante o suficiente pra que nenhum de nós se trombasse. O bar fica na parte debaixo de um sobrado espaçoso, algumas mesas lá fora para os dias em que fica cheio demais, três sofás confortáveis e quatro puffs espalhados, as paredes com uma temática mais hippie assim como a dona e a mesa de sinuca pintada a mão por algumas mandalas que o Felipinho ama. É uma pena eles terem terminado, era um dos melhores pretendentes dela.

— Não acha que ele esta andando demais com você? — Ouvi Jessica falando baixo e demorei algum tempo pra virar o olhar pra ela, sentada ao meu lado. 

— Estamos nos conhecendo, ele me faz ver coisas de modo diferente do que conhecia e na moral olhe bem pra ele. Quebra todo o esteriótipo de herdeiro, você sabe que eu não andaria com ele se fosse um mimado. 

Ela riu amarrando os dreads de forma ágil.

— Não da nem pra acreditar guria, já fazem sete meses dessa relação estranha de vocês e até agora não vejo nenhuma recaída sua. Talvez essa coisa tenha ajudado os dois ao mesmo tempo, ele precisava de um amigo, você de apoio e eu de grana. 

Neguei com a cabeça. 

— Não é sobre um lance de preci? ar..— Comecei sem jeito, qual ela levantou uma das sobrancelhas tal qual Mc Mirella. — Nos primeiros dias pode ter sido, mas agora é por querer e não por precisar.

— Você gosta muito dele pra quem o abominava tanto, nunca mais ouvi "pseudo-chefe do caralho". 

— Jessi, confio minha vida a ele e eu sei que é um sentimento mútuo. Ele se comunica muito melhor agora, apesar de no estacionamento ou no CD nós fingirmos não nos conhecer.

— Por que?

— É mais fácil quando ninguém fica comentando sobre o que não sabe.

— Alguma hora vai ter que contar pra alguém, melhor isso do que te pegarem no pulo!

Ri encostando minha cabeça em seu ombro.

— Eu prefiro assim, não acho uma boa ideia contar pra Nathan e Luan.

Tudo que eu NÃO queriaOnde histórias criam vida. Descubra agora