Amor

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Após anoitecer caminhando pela floresta pararam em um bosque. Ela então já inquieta perguntou.
- O que você quis dizer com. "Dos sonhos, talvez." Mais cedo?
- Quis dizer que eu sempre sonhei com a cor dos seus olhos, eu sonhei que eu mergulhava em um lago dessa cor, e sentia um sentimento crescer em mim, enquanto ia mais e mais fundo. - ele pegou então nas mãos de Élan e olhou no fundo dos olhos da moça.
Élan estremeceu com a resposta, porém havia algo que ela queria dizer.
- Estranho é ter sonhado desde pequena com seu olhar, e vê- lo ao acordar.
- Isso é bom?
- É como encontrar o que sempre procurava.
Thranduil então se aproximou lentamente, enquanto envolvia Élan em seus braços segurou o rosto dela acariciando com uma das mãos e à ,beijou, um beijo suave, tão cheio de carinho e amor, mas que ao mesmo tempo despertava uma quentura que subia pelo corpo de ambos.
Após o longo beijo, eles se olharam por muito tempo, a perfeição do momento os impressionava, Thranduil disse:
- Quero que seja minha rainha, assim está escrito em nosso destino.
- Mas eu sou apenas uma humana, o que faremos?
- Apenas uma humana? Como assim, você não sabe de suas origens?
Élan ficou em choque por alguns minutos, e ficou tão confusa que até lhe deu uma breve tontura. Depois desses minutos ela questionou sobre o que ele estava falando. Ele então pacientemente sorriu e disse:
- Um Elfo reconhece outro há quilômetros de distância, a pesar de sua mãe ser humana você é descendente de Lúthien por parte de mãe ela vem de uma linhagem de Elfos que se casaram com humanos, e seu pai é um Elfo, o que faz de você imortal, porém quando é ferida seu corpo reage como o de uma mulher mortal, ou seja a única forma de você morrer é sendo ferida gravemente.
Élan confusa e descoordenada, começou a assimilar o que ocorreu nas últimas semanas, e também em toda a sua vida, ficou surpresa, porém começou a entender diversos fatores. Como quando era pequena curou um pequeno gato que estava doente com um simples toque de mãos, esse que estava com ela há 16 anos e estava ainda jovem e belo.
Ela então começou a se contentar levemente, e tinha alguns questionamentos, dos quais ele não sabia, como quem era o pai dela, de onde ele era, e coisas do tipo. Então Élan indagou:
- Como sabe então dos antepassados de minha mãe?
- Bom, - ele fez uma pausa e respirou fundo - Lúthien era filha de Melian, uma Maiar, uma raça iluminada pela luz de Eru, o grande criador, uma luz que atravessa gerações e te torna mística.
Élan então, entendeu tudo finalmente, a longa vida de sua família, seus cabelos quando se modificaram, coisas que eram até então estranhas porém normais, no entanto sem nem uma breve e pequena explicação, a não ser " Assim é minha filha" e " Sempre foi assim, desde nossos antepassados".
Thranduil prometeu pesquisar sobre o pai de Élan, porém , Élan tinha uma missão agora, saber o porque sua mãe ocultou dela tudo isso, ou se ao menos ela tinha conhecimento sobre os antepassados.
Élan com receio do que há esperava no dia seguinte acordou cedo e foi aos salões reais de Mirkwood, viu o rei descer por entre as escadas.
- Bom dia doce Élan - disse o rei beijando sua mão com delicadeza.
- Bom dia vossa majestade -cumprimentou - o fazendo uma leve reverência.
- Me chame pelo meu nome se assim preferir, pois eu farei muito gosto - sorriu o alto Elfo de cabelos platinados.
-Élan já muito ansiosa pela espera, perguntou após alguns segundos de silêncio.
- E então descobriu algo sobre meu pai? Eu sei que estou sendo apressada demais, porém minha ansiedade transparece e eu não consigo me conter. - Disse Élan esfregando suas mãos uma na outra.
Thranduil riu, e tranqüilizou a enquanto iriam se encaminhando para um aposento com uma pequena mesa, onde eles se sentaram e Thranduil começou calmamente:

-Élan, seu pai é filho de Maedros o Alto Elfo ruivo da primeira era, o nome do seu pai é Madros, também ruivo muito parecido com o pai. Vocês são a única linhagem de ruivos Elfos que tenho conhecimento.
- Eu? Elfa? Não.... Deve ter algo errado. Veja minhas orelhas.
Então nesse momento Thranduil sussurrou algumas palavras em sindarim e pediu para Élan tocar suas orelhas.
Élan anestesiada correu o mais rápido possível para o espelho mais próximo dali, e confirmou o que tateou nos instantes que antecederam.
- Minhas orelhas... Estão incríveis!
Logo em seguida ficou petrificada diante o espelho, pois vira algo incrível. Seus cabelos brilhavam como o sol poente em uma tarde de outono, mais lindos que antes, e de seu semblante emanava uma luz misteriosa, porém linda, a luz dos Maiar acompanhou a moça, que com sua pureza e honestidade Eru abençoou essa linhagem, e especialmente ela, que não conhecia nada obscuro.
Thranduil estava ainda mais encantado com a beleza pura de Élan, e a desejou mais do que tudo, então ele pediu para um mensageiro trazer- lhe sua mãe, da qual Élan gostaria de ter explicações.
Élan dirigiu -se a Thranduil, olhou profundamente em seus olhos e agradeceu, com um abraço ela o cobriu. E ele o grande Elfo ficou feliz por sua amada.
- Thranduil, eu me casarei contigo, e o guardarei em meu coração por todas as eras, até quando eu me for.
O jovem rei sentiu - se feliz pela promessa e completou.
- Eu serei seu protetor, escudeiro e guardião, minha rainha. A mais bela de todas as criaturas de toda a imensidão do universo. Serei seu até o fim de meus dias.
Era mágico o encontro de olhar de um verdadeiro amor, o poder de um amor assim emanava a mais forte das luzes que iluminava toda e qualquer escuridão, e os dava coragem para vencer qualquer mal.
Quando o pai de Thranduil, Oropher se foi, Thranduil assumiu o reinado e a nada mais se apegou ou deu atenção, a não ser pelos sonhos, ele amava seu descanso mais que tudo, pois sabia que sempre teria o sonho mais belo e reconfortante todas as noites.
Eles se beijaram docemente e ficaram juntos por toda a manhã.

A Senhora das relvas verdesOnde histórias criam vida. Descubra agora