Emboscada

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Clair tem 26 anos. Ela perdeu seu pai com 4 anos. Seu mordomo se chama Senri. Jungkook seria o seu parceiro de pesquisa e também desmaiou a coitada, maaaas, isso vocês irão entender do porquê um dia. Apenas reforçando algumas informações.

Boa leitura!
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Embora eu tenha meus motivos para não desistir, nunca foi novidade que a todo momento senti como se meu tempo fosse desperdiçado. E se, na verdade, eu seria uma excelente médica no Canadá? E se eu fosse feliz sendo apenas uma modesta confeiteira?

Será que no final disso tudo, irei descobrir que decidi ser arqueóloga, porque eu queria preencher um vazio que meu pai deixou?

Coisas como essas que sempre tratei com a minha psicóloga, rodeiam minha cabeça até os dias de hoje. Aliás, lembro-me claramente da última conversa que tivemos sobre esse assunto.

Inglaterra - 5 meses atrás, às 12:34 am.
(Consultório, Psicóloga)

Eu estava deitada no sofá que havia na sala de Diana, como sempre. Com as mãos entrelaçadas sobre meu abdômen, eu encaro o teto acinzentado que de alguma forma me ajudava concentrar.

Minha psicóloga que estava ao meu lado, sentada em sua cadeira reclinável que é fabricada de um carvalho polido e revestido por uma almofada preta, fazia algumas anotações em seu pequeno caderno.

- O grande dia está chegando. O que você sente sobre isso, Clair?

Olho para a mulher loira de cabelos curtos e de pequeno porte. Ela me encarava, enquanto ajeitava seus óculos com seu dedo indicador, provavelmente aguardando uma resposta.

- Eu sinto... nada - menti.

- Você parecia animada a alguns meses atrás, tem algo que te deixou desanimada? - a mulher que antes me encarava, agora lê suas anotações procurando algum ponto importante do seu relatório passado.

- Sim, existe algo que me desanimou. Foi o tempo.

- Tempo?

- Odeio prazos - fui simplista. E, dessa vez, eu não estava mentindo, de fato eu odeio prazos, quanto mais próximos eles parecem, mais ansiosa eu fico - Eu me sinto uma bosta, essa é a verdade.

Muitas pessoas sabem sobre a linhagem da minha família e a minha história, isso é muito irritante. Todos fazem a mesma pergunta para mim, e de alguma forma, começa sempre com um "O grande dia". De fato, é um momento que aguardei por muito tempo, mas quando percebo o quanto minha vida gira em torno disso, me trás uma vontade de gritar igual uma transtornada e arrancar os meus cabelos.

Meu pai sempre será eterno no meu coração, porém quem eu sou no final disso tudo?

Uma sombra do meu pai, talvez.

- Compreendo. A ansiedade é o nosso maior inimigo nessas horas - disse minha psicóloga.

- Espero vencê-la um dia.

Diana deu um sorriso e pude observar seus olhos brilharem, como se estivesse dizendo "Meu orgulho", ou "Esse é o caminho" - Enquanto isso, por que não tenta se divertir? Sair para algumas baladas, se distrair, namorar um pouco, aliás, pelo o que observei sua vida sexual está bem inativa, seria o momento perfei-

- DIANA! - repreendi a mesma de continuar sua fala. Às vezes esqueço que temos esse tipo de intimidade.

A mais velha gargalhou bem alto, e não consigo me segurar, então acabo rindo junto com ela.

- Ah, meu bem, mas de certa forma é verdade. Você é jovem, precisa aproveitar um pouco mais a sua vida. Desde que seu antigo relacionamento acabou, você se fechou completamente.

𝐇𝐀𝐓𝐂𝐇𝐄𝐒 • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora