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Maya🍭

Sábado era dia de podoginho na laje!! Eu simplesmente amava sambar, minha mãe diz que é desde pequena assim e até hoje tenho esse vício.

O Carlos realmente tinha sumido, e eu já estava esperando para quando ele aparecesse as coisas voltassem a ser tão merda igual era.

Tô aproveitando cada dia como o único, essa sensação de liberdade que eu tenho longe dele não tem preço.

—Amiga, vamos beber alguma coisa mais forte. — Thay chegou do meu lado com dois copos na mão, e eu neguei.

—As duas bêbadas não dá certo, pode beber que eu vou ficar na cervejinha pra cuidar de ti. — repondo sambando no ritmo da música.

A laje estava lotada de gente e eu não preciso nem dizer que a metade era da minha família. Esse povo não perde uma festinha, se tiver um barulhinho e cerveja eles tão dentro.

A Ana chegou e se juntou comigo e Thay e de longe vi minha mãe olhando com cara de bunda. Minha mãe odeia ela, não sei porque. Insiste em dizer que ela não é minha amiga e aqueles papos de mãe.

Mas eu não ligo não, ela não é minha amiga, no máximo uma colega e vida que segue.

—Bora beber que eu tô doidinha pra arrumar caô hoje. — ela pegou um copo da mão da Thay, e eu revirei os olhos.

—Tu não vem arrumar confusão aqui, tu viu que meu pais e meus tios tão todos aqui né? É um segundo até eles te levar pras ideias.

—Ih... relaxa, Maya é outro tipo de caô. — resmungou dando um gole na bebida, e eu nem respondi, só voltei a sambar como se não houvesse amanhã.

—Queria tanto com você uma aventura toda madrugada, sem hora marcada, sem limite pra amar. Não deixa, esse nosso lance cair na rotina, você tá fugindo dessa adrenalina, que é o tempero da paixão. — cantei com o copo de cerveja pra cima e a mão no coração, sentindo toda a dor da música.

—Eita amiga, seu chifre tá doendo tanto assim é? — Ana Luiza resmungou atrás de mim e eu gargalhei.

—Se tu pensa assim, cê que sabe. — dei de ombros e ela ficou calada, nem rendo muito pois amizade de baile tem que saber coisa de baile.

Thay e eu ficamos muito tempo sambando, até minha mãe veio sambar com a gente mas foi se sentar depois que cansou. Quando a gente cansou também, fomos logo sentar junto com a minha família que já quase todos bêbados.

—Oi gostosa. — Ingrid se sentou no meu colo e eu abracei a cintura dela.

—Já vai começar a melação, óia lá. — Yuri chegou também me dando um beijo na testa, e eu sorrir.

O Caio, Davi, Yago e o Théo estava na quadra do outro lado da rua jogando bola, a Esther e a Catarina sentada com a gente bebendo cerveja e Dani chamando a Ingrid pra ir dançar, alegando que tinha conseguido convencer o pai dela a colocar um funk.

As duas saíram correndo quando começou a tocar a música e eu comecei a rir.

—Tô de olho nas duas em. — meu tio Felipe gritou com tia Yasmin no colo dele.

—Ih Felipe, ó, da um ar pras meninas pelo amor de Deus. — tia Luana reclamou se servindo com mais uma cerveja e logo eles engataram uma conversa.

Meu coração até bateu mais forte quando eu vi o Gustavo e o Thales subindo a escada.

MAYA [degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora