Amara Elisabeth Valente é a cara metade de sua irmã, uma mulher determinada e destemida, ela não teme o perigo. Armada de sua pistola, distintivo e salto quinze ela coloca a delegacia de policia da cidade na linha.
Como uma mulher vinda do nada, ela...
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Alinho minha roupa na garagem fazendo o máximo possível para esconder o que está acontecendo comigo, estamos no meio de um caso importante, prestes a conclui-lo na verdade e eu trabalhei duro para isso, não posso permitir que isso acabe estragando tudo. Respiro fundo por um minuto, relaxo a expressão aflita no meu rosto e pego a minha bolsa.
O som dos meus sapatos ecoa pelo piso frio de cimento conforme atravesso o pátio da garagem, na guarita encontro um dos agentes de plantão, ele está comigo a muito tempo e tem sido um bom agente, é um dos poucos em quem confio.
- Boa noite Edmund – O cumprimento entregando a ele a minha credencial que permite meu acesso ao prédio.
- Boa Noite Agente Valente, reunião importante hoje – Diz ele, aceno concordando e ele me entrega de volta a credencial. – Os chefões estão lá em cima aguardando.
- Eles já estão aqui? – Pergunto me mantendo fria e impenetrável, mas no fundo estou tremendo porque eles não deveriam estar aqui agora, é muito cedo.
- Estão sim, faz quase uma hora. Luke Evans os recebeu, se me permite Amara, tomaria cuidado com o Evans – Edmund aconselha, aceno já sabendo disso.
Evans é uns dos muitos detetives na lista para assumir o meu cargo caso eu falhe ou me achem incapaz de comandar o departamento. A vaga estava entre nós dois a quatro anos, mas o meu desempenho no caso Nathan Stevens naquele ano foi crucial para que meu chefe Matthew Waytt tomasse uma decisão e finalmente me nomeasse a novo comandante do departamento.
Não foi um trabalho fácil, na verdade exigiu tudo de mim, tudo mesmo. O trabalho era tudo que conseguia pensar, foi o escape que encontrei depois do Colin e de tudo que tivemos que enfrentar. Eu não era exatamente assim, viciada no trabalho, eu tinha uma vida antes e gostava dela. Colin foi o homem que meu coração escolheu amar, éramos jovens e ansiosos para viver o que a vida jogasse na nossa frente.
Pensando agora enquanto o elevador sobe até o andar onde a reunião irá acontecer, percebo que eu era espontânea, sorria muito mais, conseguia me desligar do trabalho e ser normal ou quase isso. Quando entrei para academia de polícia Colin me deu a maior força, ele era meu parceiro e juntos éramos imbatíveis. Eu o amava, muito. Perdê-lo acabou comigo, foi como ter meu coração arrancado para fora do peito. Principalmente do jeito que foi, uma emboscada e um tiro fatal no peito, eu o vi sangrar até a morte e a vida evaporar dele como se não valesse nada.
Colin foi o primeiro e último homem na minha vida, superar o luto levou anos e o trabalho ajudou de certa maneira. Comecei a perceber que quanto mais casos conseguia resolver, menos tempo passava pensando no que aconteceu e em como isso mudou tudo para mim, todos os meus planos, os nossos planos para o futuro. A família que eu queria ter com ele, o feliz para sempre que nunca aconteceu. Tudo estava sob controle até o Thomas aparecer do nada, daquele jeito dele todo agitado e sorridente, um homem que vive uma vida nas sombras usando nomes aleatórios, desafiando a lei e brincando com o perigo. Ele abalou meu mundinho todo estruturado e agora olha para mim, grávida e querendo coisas que não posso ter.