Cap. VI

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× eu tô com saudade de kaimelia mano, vou me j ×

arizona's pov

Fazia duas semanas que eu havia me mudado pra Nova Iorque, fazia também uma semana que eu havia notado que apesar de ter minha própria casa, eu vivia na casa da minha ex.

Inclusive tendo um quarto ali.

Tudo bem, não era um quarto pra mim, era pra visitas, mas mesmo assim de repente havia pequenas coisas aqui e ali que ajudavam na minha locomoção por toda a casa.

Eu digo isso porque lá estava eu mais uma vez, acordando no meio da noite, depois de mais um sonho com a mulher que está dormindo no quarto principal da própria casa.

Enquanto a clínica de medicina fetal e pediátrica ainda não está pronta, quando fui levar Sofia no hospital da - minha - morena, acabamos encontrando com a chefe do local e ela começou a conversar comigo e nesse meio tempo ela me ofereceu um trabalho lá, e por um lapso de loucura eu disse que sim.

Então, estou trabalhando no mesmo hospital que a minha ex-esposa e a ex-namorada dela, que não aparenta me odiar, mas me evita a todo momento e sempre que pode, aparentemente hoje ela não pôde, já que está no meu serviço.

Ela não me olha e parece estar bem desconfortável comigo perto, ela fala formalmente e não há absolutamente nada de errado em suas falas, ela é respeitosa.

- Dra. Blake, um momento, por favor. - Digo antes que saia já que ficamos à sós, ela para e se vira lentamente. - Eu só queria dizer que foi um prazer trabalhar com você hoje e também que se for muito estranho, até que eu saia eu posso pedir pra não a colocarem comigo.

- Oh, hm... Dra. Robbins, isso não é nenhum pouco necessário, eu- eu consigo trabalhar com você, é que... - ela busca palavras e eu tento controlar minha paciência, afinal, eu e meu problema com autoridades passamos por momentos assim, ela suspira e parece se render, - é só difícil.

- Difícil? - Ela acena.

- É, você roubou minha namorada antes mesmo dela ser minha namorada. - Ela diz e antes que eu me defenda, ela continua. - Não essencialmente nesse sentido, não me leve a mal Dra. Robbins, eu amei a Callie e creio que ela me amou, mas de uma forma diferente. Ela gostou que fosse fácil, mas ela queria e amava muito mais o complicado, no caso, você.

- Eu... não sei o que dizer. - Disse sem graça.

- Não precisa, hoje em dia eu entendo e a perdoei quando ela se desculpou, também me desculpei e gosto de pensar que somos boas colegas de profissão. - Ela sorri fraco, indo em direção a porta. - Só pra você saber, esse hospital aqui às vezes também fala e andam dizendo que você e ela tem uma família linda. Eu concordo.

E ela saiu. Ela realmente não parece carregar mágoa alguma de nenhuma de nós, eu fico ali pensando em suas palavras.

O hospital acha que somos uma família.

Eu quero ter a minha família de volta, Calliope parece feliz sempre que estamos juntas, Sofia nem se fala... e se finalmente tentarmos de novo?

E se der certo?
E se nunca mais nos separarmos?
E se finalmente conseguirmos ser a família que falávamos que seríamos no meio da noite quando não conseguíamos dormir?

Calliope.

Eu tenho que acha-la.

Saio dali e vou atrás dela de um modo automático, nada me para, pergunto por ela, onde poderia estar já que em cirurgia não estava e uma das enfermeiras me diz que ela está em um dos on-call rooms, me dirijo até lá.

Babies Take TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora