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Eu subi para o meu consultório tentando ter algum guia para começar a examinar aquela garota.

Tudo o que eu sabia até agora era que ela havia sofrido um convulsão, nada mais.

Eu andava pra lá e pra cá pegando tudo que eu achei que seria necessário, principalmente tubos para a recepção do sangue.

- Lisa poderia me ajudar com uma coisa? Procurei a Chae mas não a achei.

- Sou sua segunda opção?

- Para, sua dramática! Vem logo.

- O que foi?

- Chegou uma paciente lá na enfermagem, ninguém sabe quem é ela, não veio acompanhada e nem identificação tem.

- Pode ser um fantasma.- eu parei de andar bruscamente lançando a minha melhor amiga um olhar mortal, por não acreditar em mim.

- Você, melhor que ninguém, sabe que eu não gosto desse tipo de brincadeira! Então para! E vamos logo.

Ficamos por volta de uma, quase duas horas analisando ela.

Seu sangue era tão fino que me assustava, pois nunca tinha visto algo daquele tipo em cinco anos de carreira. Como se ela não recebesse as proteínas certas, sol, não comesse, ou algo assim. Por isso a pele tão branca.

- Ela pode ser uma procurada da polícia.

- De onde você tirou isso?

- Sem identidade, sem informações básicas! Bingo, ela é uma procurada!

- Está assistindo muita série, Lalisa. Vou voltar para o laboratório, talvez eu encontre algo, estranho é ela ainda não ter acordado.

- Eu vou atrás da Chaeyoung, ela deve estar comendo e nem me chamou aquela ingrata.

- Não desapareçam!

O andar do laboratório me dava um certo medo, pois naquele horário quase ninguém estava ali. Se íamos pra lá no plantão era por pura emergência, e aquele caso pra mim havia virado emergência.

Eu era estagiária, não tinha passe livre, e por isso trabalhar no turno da noite me dava privilégios, ninguém me veria ali e Colton - o segurança do local - era muito amigo meu, então me deixava vagar por lá sem muitos problemas. As vezes eu descia lá apenas para conversar e levar algo para ele comer, já que sempre ficava muito sozinho.

- Boa noite, Colt!

- Boa noite, Jennie. O que temos hoje?

- Tenho que analisar umas amostras nada demais, volto depois com o seu jantar.

- Te agradeço!

Coloquei os equipamentos necessários e lá fui eu, me aprofundar em algo que não era da minha responsabilidade quanto mais do meu conhecimento mas mesmo assim, não me sentiria bem em ver aquela pobre moça largada como uma qualquer naquela sala.

Eu descobri que já amanhecia quando Colton bateu no vidro fazendo um gesto da hora. Aquilo tinha levado mais tempo do que eu imaginava, e as respostas não haviam aparecido ainda.

- Obrigada por avisar, Colton, e me desculpe por não trazer o seu jantar.

- Não se preocupe, uma de suas amigas o trouxe pra mim! Até mais tarde, Jennie.

Eu subi pelas escadas para não ser vista por nenhum médico maior. Ao passar na recepção para bater o meu ponto, olhei para a garota, ainda dormindo, no mesmo estado. Eu caminhei até ela, conferindo o seu soro, e os seus batimentos ainda muito fracos.

- Fique bem, querida.

[...]

Eu me joguei na cama após o longo banho que havia tomado, lembrando que não havia nada na geladeira, e de qualquer jeito teria que ir no mercado. Eu choraminguei, relutei mas fui. Já no mercado, meu telefone toca.

- Droga... Oi, Kai.

- Por que não atende o interfone?

- Não estou em casa.

- Então, onde está?

- No mercado. Queria descansar hoje, não tem como nos vermos amanhã? O turno foi longo, e eu ainda tenho que estudar.

- Sempre arranjando desculpas para se ver longe de mim, não é?

- De verdade, Kai, não quero discutir, acabei de sair do plantão e a única coisa que eu quero é dormir. Sozinha.

Eu comemorei internamente quando ele desligou o telefone, me sentiria rebaixada se não fosse a coisas que eu mais queria que ele fizesse.

Eu tinha outro plantão em algumas horas, e estava ansiosa para terminar a pesquisa sobre o que exatamente a garota desconhecida tinha.

Eu iria descobrir, nem que tivesse que passar mais de vinte horas naquele hospital.

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Wake up, my dear - Jensoo VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora