Capítulo 5

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Vinte e seis dias até a lua cheia

Harry sentou-se em uma bancada de trabalho perto da parede, balançando as pernas e observando Snape. Ele estava mergulhando papel de parede com estampa de unicórnio em um vasto caldeirão borbulhante com pinças muito longas.

— Para quem é o papel de parede?

— O departamento de bebês da Harrods. — Severus levitou-o sobre um varal. Vapor cinza saiu do caldeirão, e ele mergulhou outro lençol nele.

— Eu não sabia que eles tinham um departamento de magia.

— O que você não sabe encheria muitos livros — ele sorriu. Os unicórnios da primeira folha começaram a acordar.

— Ensine-me, então. Você me ensinaria as Artes das Trevas? Só por uma quinzena ou algo assim.

Severus levitou um segundo pedaço e se virou para levantar as sobrancelhas.

— O herói da luz deseja estudar a magia das trevas? Seu pai vai se revirar no túmulo. Ele detestava todo e qualquer feitiço que pudesse ser concebido como obscuro.

— Eles não podem ser maus – você pode fazê-los — ele disse simplesmente. — Sirius uma vez me disse que você sabia mais maldições no Primeiro Ano do que os adultos. Por que? Isso é verdade?

Severus atirou ar quente da ponta de sua varinha no papel.

— Isso é uma deturpação grosseira. Você deve aprender maldições para estudar contra-maldições. Eu também tive acesso muito limitado a materiais de aprendizagem quando criança. Estou confiante de que se você tivesse apenas textos de Feitiços e Adivinhação, você se tornaria um verdadeiro especialista em ambos. Faça um gentil 'Torreo' no papel de parede, por favor.

— Oh. — Harry pulou do banco, tomando cuidado para não esbarrar em Severus. Ele sacou sua varinha e lançou o Feitiço de Secagem.

— Oh, de fato. — Severus colocou mais papel de parede na poção e o cutucou com sua pinça.

— Então, você vai me ensinar? Eu preciso ser capaz de me defender.

— Você está correto em sua crença de que, embora tenha conquistado o Lorde das Trevas, ainda há muitos que lhe desejam mal. No entanto, lembro-me de que você não estava disposto a se aplicar à Defesa Contra as Artes das Trevas em seu sexto ano.

— Vou trabalhar mais duro dessa vez. Mas se eu não conseguir algo, não me trate como se eu fosse idiota. Vou tentar o meu melhor.

Severus levantou outra folha até a linha.

— O seu melhor é tudo que peço, Potter. Nem pense em tentar me pagar.

Ele sorriu e começou a secar o segundo pedaço. Um pequeno unicórnio dourado bocejou.

— Você deveria me chamar de Harry, todo mundo me chama. Só Harry.

— Como quiser, só Harry.

Harry sentiu-se inexplicavelmente encantado. A pausa tornou-se estranha entre eles, como se estivessem em um encontro e devessem dizer algo.

— Você já ficou nervoso em duelos, na guerra?

Snape pareceu pensativo. Ele levou um minuto antes de responder, e Harry sentiu um zumbido agora que tinha sua atenção total.

— Quando duelava com a Ordem, temia pela segurança deles. Não sinto medo em um duelo. Sou competente e gosto de usar magia para esticar meus limites. Em geral, meus medos durante a guerra eram sobre enfrentar a morte antes de ter o conhecimento necessário e seu perigo mortal. Também fui incumbido de proteger centenas de crianças, enquanto parecia aterrorizá-las e torturá-las até a submissão. Não é uma tarefa agradável, e fui muito convincente. Não consigo entrar no mundo bruxo sem aterrorizar todos os adolescentes que olham para mim.

Serving Penance | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora