Capítulo 2

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Mayara Rodeste

   Comecei a arrumar minhas coisas e Nina continuava a falar que eu não devia ir. Minha mãe disse que não teria tanto problema cuidar de Luna, ela tenta esconder, mas a adora.

- Maya, você não vai, fique em casa e aproveite a vida, para de ser burra - Nina dizia sem parar

- Não

- Eu te odeio

- Também te amo - dizia indo em direção a ela ficando de frente - Somos amigas, sairemos dessas juntas - abracei-a

- Não é bem assim que as coisas funcionam, podemos estar juntas para várias coisas, por exemplo, colar na prova, dividir um sorvete ou até mesmo uma pessoa, quem divide multiplica, não é mesmo? - disse sorridente - Mas não quando minha vida está em risco. Você vai ficar em casa e pronto. Vou buscar a Luna.

- Em questão a Luna ainda estou confusa, ela vai ficar aqui ou com sua vó?

- Aqui, eles conheciam minha vó, para a segurança dela ela irá se mudar e Luna virá para cá

- Mas e a gente? - falei preocupada - Onde vamos ficar?

- A gente nada, eu já resolvi isso - disse tirando as minhas coisas da mochila

- Mas que mania - peguei as mãos dela e tirei de dentro da mochila - eu vou, sim, não interessa se você não quer

- Você pode parar com isso? Eu estou tentando te proteger - vi as lágrimas formando em seus olhos - Pode colaborar?

- Desculpa, mas não. Para de chorar, estou me sentindo péssima

- Mas é pra se sentir péssima - foi a última coisa que ela disse antes de se retirar do quarto

   Eu entendo que ela queira me proteger, mas ela é minha amiga, quero ajudá-la, nem que eu corra risco de vida, eu só queria estar junto com ela nessa situação.

***

Nina Aguiar

   Eu não quero a ajuda dela, ela não entende que vidas estão em risco? Só queria que ela entendesse isso. Ligo pra minha vó

...
- Vó?

- Alô, quem é?

- É a Nina.

- A sim, fia, já tá vindo?

- Tô sim, a Luna tá bem?

- Está ótima, comeu bolo e tá dormindo agora

- Ótimo, chego aí em 20 minutos - falo saindo da casa da Maya - você pode acordar ela e arrumar a mochila dela enquanto não chego?

- Claro, fia, toma cuidado, hein

- Vou tomar, até

...

   Vou em direção ao ponto de ônibus para ir a casa da minha vó. Vejo um cara parado na calçada, ele era bem alto, cabelo na régua, brinco de cruz e pele escura. Ele até que é gatinho. Por 2 segundos nossos olhares se encontram, ele me cumprimenta com um aceno de cabeça e eu comprimento de volta. Sigo meu caminho e escuto um grito atrás de mim

I have the PowerOnde histórias criam vida. Descubra agora