1|Herança III

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Clara Silva Bennet

- O quê? - pergunto chocada;

- Isso mesmo, você vai ficar eu meu hotel hoje mi amor - responde como se fosse a coisa mais óbvia e simples do mundo.

Meu coração começa a bater descontroladamente e tão alto que temo que Juan consiga escutar.

- Nosso primeiro compromisso é uma festa hoje, quanto mais rápido ele vir que a gente está apaixonado, mais rápido conseguiremos fechar negócio - diz confiante.

A gente se olha sem dizer nada antes dele se levantar e estender a mão para mim.

- Está pronta cariño? - pergunta malicioso ao que eu dou um sorriso com as mesmas intenções segurando sua mão;

- Eu nasci pronta bebé - respondo, e de mãos dadas, a gente sai do restaurante.

[...]

Juan me leva de um restaurante para outro, sendo esse segundo mais espaçoso e elegante.

Ao entrar no local de braços dados com ele, vejo as pessoas mais importantes de Nova lorque aí dentro.

- Agora sim entrei no mundo de Juan - penso.

Quase todos por quem a gente passa param para cumprimentar Juan, dando um aperto de mão firme ou um beijo perfumado em sua bochecha.

Ele segura minha mão o tempo todo, sem nunca soltá-la, sempre verificando se estou bem.

Além disso, ele está me apresentando pra todo mundo como sua noiva.
Em outra época isso me teria deixado muito feliz, mas agora só me consome.

- Não é real, é um trabalho e dessa vez Juan é meu cliente. Não posso esquecer disso. Não posso - repito para mim.

Mas a forma como ele toca em minhas costas para me guiar e a forma como seus olhos encontram os meus de vez em quando...

Por um momento, me entrego ao pensamento de que ainda pode haver algo entre a gente.

Depois de chegar ao grande bar, Juan se vira para mim.

- E então? Feliz com a minha performance até agora querido? - pergunto cínica;

- Você sempre roubou os holofotes, principalmente masculinos, hoje não está sendo diferente - responde simples e com uma pontada perceptível de ciúmes.

Juan envolve os braços ao redor da minha cintura, me puxando para mais perto.
Perto o suficiente para que sinta o calor que emana de seu corpo, mas não para que sinta o seu claro desejo por mim.

- Vejo que você ainda tem os mesmos truques de sempre - digo colocando os braços em volta de seu pescoço;

- Por que consertar o que ainda funciona? - pergunta apertando ainda mais a minha cintura, com um sorriso terno no rosto.

Logo os olhos de Juan examinam o local.

- Lá está nosso vendedor - diz seguindo Peter com os olhos;

Me arrumo discretamente ficando ao lado de Juan. Ele segura minha cintura mais uma vez, agora mais perto da minha bunda.

Peter, o nojento...

Assim que nos vê, o mesmo acena com seu típico olhar presunçoso, para mim já familiar.

Juan se inclina em minha direção, roçando seus lábios em meu ouvido, e com o hálito quente contra minha pele sussurra:

IMAGINES DO MALUMA|+18Onde histórias criam vida. Descubra agora