UM PROFETA CRENTE

18 3 0
                                    

“Mas, com a voz de agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei, pagarei.” (Jonas 2.9)

Antes que você critique o meu título, dizendo que ele é redundante, vamos esclarecer uma coisa.

Pense no seu nível de fé como a barrinha cheia do sinal de Wi-fi.

Você é acordado de seu sono de beleza no meio de uma tempestade catastrófica. Perdemos uma barrinha.

Você é culpado daquela confusão e é lançado na água em pleno alto-mar. E lá se foi mais uma barrinha.

O mar se acalma, a tempestade cessa, e você pensa que as coisas vão voltar ao normal, mas alguma coisa se mexe e ondula as águas perto de você.

Um peixe gigante. Nunca antes visto.

Não era uma baleia, porque esses animais tem um esôfago muito pequeno, por onde uma pessoa não passaria (muito menos inteira), o que me faz acreditar que talvez Deus tenha feito um animal para este momento.

Acho que estamos ficando sem sinal.

Você é engolido e está dentro do peixe nas profundezas do mar. Com certeza o sinal de Wi-fi — ou de fé — não dá as caras por aqui.

Mas no meio dos movimentos sonoros e gosmentos do funcionamento intestinal do peixe, Jonas ora.

E não é uma oração desesperada, cheia de questionamentos vazios ou de súplicas despropositadas.

É uma oração de fé.

Jonas cita alguns versos muito parecidos com Salmos, e um deles a transcrição do  verso 7 do Salmo 42. 

Ele expõe como se sente, descreve sua desventura e expressa sua conclusão final ao que estava vivendo.

“eu me lembrei do SENHOR; e subiu a ti a minha oração.”

Não importa qual profundidade Jonas estivesse nem o quanto fosse escuro dentro do peixe.

Ele sabia que era ouvido. Ele sabia que Deus estava presente. Ele sabia que não havia distância para que sua oração chegasse até o Eterno.

Ele tinha fé.

Jonas estava com a barrinha cheia porque, além de profeta, ele era crente. 

Ele conhecia bem a Deus, sabia por que estava passando por aquilo e sabia que Deus iria livrá-lo.

E quando Deus fizesse isso, ele precisava consertar uma coisa:

“...o que votei pagarei.”

Posso imaginar Jonas sentado, recostado nas paredes de pele do peixe. Os joelhos unidos apertados contra o peito.

Ele se lembrava que tinha feito promessas.

“Minha vida é sua, onde você me mandar eu irei.”

Ele precisava cumprir esse voto. E teria uma segunda chance.

A verdade, leitor, é que o peixe não foi um castigo.

Jonas certamente morreria naquele mar. O peixe foi uma providência. Enquanto o cantinho da disciplina de Deus fazia Jonas relembrar sua vida, seus Salmos favoritos, seu chamado e suas promessas a Deus, o peixinho dava uma carona até o próximo passo, onde as coisas iriam se encaixar de acordo com o propósito de Deus.

Jonas conhecia bem o seu Deus para imaginar como isso seria. Por isso, ele tinha fé.

Ele era um profeta crente.

Mais que um fujão: um devocional sobre JonasOnde histórias criam vida. Descubra agora