Eu não pertenço aqui

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I don't Belong Here

(...) E no meio de uma grande tempestade de gelo, ele é consumido aos poucos, trepadeiras de gelo saiam do chão penetrando em cada veia do seu corpo impossibilitando o movimento comendo o seu corpo físico, mas uma coisa prevalecia, a sua mente.
O Gelo frio podia roer os ossos, mas ainda não conseguia entrar no seu inconsciente que estava protegido com o calor do seu amor. (...)


Anna é teimosa, eu não andava bem de algum tempo para cá, dormir já não estava nos planos, era sonhos e sonhos sem fim acordando completamente desnorteado, transpirado e cansado.

Preocupada, resolveu marcar uma consulta para mim numa taróloga, pois ela tinha metido na cabeça que isso significava alguma coisa, leu numa revista a pouco tempo que haviam pessoas a relatar que tinham tido flashbacks de outras vidas, vidas essas que eram de outro universo.
Ou seja, uma autêntica palhaçada certo, quem é que se acredita nessas coisas hoje em dia?
Para não a deixar chateada acabei por ir, ao menos para ver se me deixava em paz com essa conversa, afinal o que poderia acontecer?? Um espírito entrar dentro de mim?? <Ria-se>

Mas eu por outro lado, canalizava isso tudo para a parte artística, todos os sonhos que tinha, passava para o papel, criava musicas, NFT's, qualquer coisa que expulsasse essa raiva dentro de mim.
Meus amigos diziam que eu estava a ficar velho, os meus pais achavam que era a minha saúde, precisas de ver um medico! Dizia a minha mãe no jantar de família, mas no fundo eu sabia que alguma coisa estava errada em mim, sim, mas era algo da minha cabeça.

Não que fique incomodado com estas coisas, mas sim estava nervoso, não é todos os dias que se vai ver o futuro numas cartas de jogar aos Sábados com os amigos do café.
E se for verdade? E se for tudo mentira?
Nada faz o nosso destino, são as nossas atitudes e decisões que fazem esse caminho e nos levam as conclusões.
Mas a Anna, a Anna é uma mulher que se acredita no oculto e eu como marido tenho de respeitar isso.

- Não estejas nervoso, vais ver que vai correr tudo bem! - disse Anna com um sorriso na cara.

- Ai sim? E se ela vir que eu vou morrer amanha, ou que posso ter outra mulher daqui a 2 dias? - disse eu ironicamente.

- Não sejas parvo, as cartas apenas mostram o que está oculto não o futuro. Além disso eu não te deixava ter outra mulher! Eu já sou chata o suficiente contigo! - disse a rir

- Hum... olha que não sei... - Disse eu a rir

Anna ficou bastante incomodada com a minha observação, isso deixou-me nervoso, as vezes não controlo o que digo, quando uma mulher alta e loira chamou pelo meu nome, levantei-me de imediato.

- Michael Kenji Shinoda?

- Sou eu, o próprio.

- Pode entrar! É a sua vez. - disse ela com um sorriso na cara.

- Bem, até já! - disse eu piscando o olho a Anna.

Entrei no consultório, que era bastante normal até, pensei eu que iria ter uma cigana com um pano na cabeça, uma mesa redonda com bolas roxas e uma bola de cristal no meio, mas afinal enganei-me era uma secretaria.
A senhora era bastante simpática e era nova, mais nova que eu, havia plantas e pedras atrás dela todas em sítios específicos em cima de prateleiras brancas.
Sentei-me a sua frente e esperei.

- Ora bem, prazer em conhece-lo Michael, Vamos começar então? - perguntou

- Igualmente, sim, sim. - disse eu Nervoso

- Não precisa de estar nervoso não lhe vou comer o cérebro.

Eu dei uma gargalhada, não aguentei, mas de facto ela não parece ter levado a mal, lançou as cartas e pediu-me para as cortar em 3, assim o fiz, ela volta a juntar e começou a tirar uma por uma fazendo uns esquemas estranhos em cima da mesa.
Depois disso ficou a olhar para as cartas durante 1 minuto, franzindo a testa, foi ai que a minha perna continuou a bater no chão, mas que raio? Porque ela não diz nada?

Gaia - Perdidos No EcoOnde histórias criam vida. Descubra agora