15 de março de 1672 – 15:00 da tarde
Mar Amarelo
Jung Wooyoung já tinha levados muitos porres na vida. Como alguém que gostava da noite e das tabernas pelos portos do Reino, o marinheiro era alguém plenamente acostumado com o aftermath de suas bebedeiras. A ânsia de vômito, a dor de cabeça e a sensação de que seu corpo teria sido espancado não eram novidade para ele.
O moreno costumava ser um bêbado relativamente consciente: ele tinha noção na maioria das vezes o que fez, onde esteve e onde estava, com quem esteve etc. Mesmo nos seus dias de maior desgraça, nunca esteve a ponto de esquecer de suas ações. Considerava isso uma vantagem, já que podia facilmente manipular o que acontecia, como a maioria dos seus colegas esqueciam de grande parte das bebedeiras que se envolviam.
Mas naquela manhã em especial, Jung estava com uma dúvida incomum para as suas manhãs pós-porre: Quando foi que eu bebi?
Não entrava na cabeça do moreno a possibilidade de se estar em tão más condições após ter perdido total a noção das horas dormindo, e não ter sido em decorrência de doses cavalares de rum ou cerveja.
Ele estava desconfortável, com a cara prensada contra o sujo chão de madeira da cela, próximo ao canto contra as paredes. Sendo assim, tinha pouco visual do ambiente, pois além de tudo, o sol que entrava pelas – o que ele julgava ser – janelas, não alcançavam corretamente aquela parte do recinto. Essa parte o jovem estava até em partes comemorando, pois se já estava um inferno naquele lugar com a luz distante do seu corpo, ele mal podia imaginar como seria se estivesse logo em cima de si.
Mas não era só o calor desgraçado ou o desconforto pela posição vexaminosa que estavam perturbando o rapaz. A cena de Yeosang sendo ferido repetia-se milhares de vezes em sua cabeça, como um loop sem fim. O marinheiro precisava imediatamente se libertar e ir de encontro a seu amigo, que ele queria acreditar que estava vivo.
A primeira tentativa de se erguer do chão deu de cara – literalmente – com o desastre. Com o corpo enfraquecido pelas horas sem comer, desidratado e pelo calor escaldante do cômodo, Wooyoung mal conseguiu subir seu tronco a meia altura em um solavanco, não conseguindo se equilibrar, e caindo de volta ao chão. Seu rosto desceu exatamente ao lugar onde tinha passado quase meio-dia inconsciente – onde uma marca de baba havia se formado no piso -.
Estando não tão longe da parede, o jovem marinheiro decidiu tentar rolar o corpo para perto da estrutura e usar o canto da sala como apoio para se erguer do chão. O plano parecia ter futuro quando o rapaz conseguiu – não exatamente rolando – se aproximar do canto, se encostando e preparando-se para se erguer. No entanto, sua camisa estava lavada de suor e a parede ao seu lado totalmente suja não deram o auxílio necessário, fazendo com que Jung escorregasse lentamente e voltasse ao chão.
Depois da terceira tentativa consecutiva, Wooyoung já estava extremamente irritado. Mais cansado, mais suado, o marinheiro já perdia a paciência com a porra da parede, e jurava aos deuses que se conseguisse desamarrar suas mãos, ia esmurrar a madeira até seus dedos sangrarem.
- QUE INFERNO! POR QUE EU ESCORREGO SEMPRE? – Gritou esganiçado o moreno, já pensando em como virar um castor e mastigar a madeira com os dentes.
- Yunho-hyung não iria permitir que um prisioneiro ficasse livre pela cela e pudesse se levantar, marinheiro. Deixe de ser estúpido. – Uma voz suave ocupou os ouvidos do suado Wooyoung, que prontamente se assustou, se jogando contra a parede novamente
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Aurora - Águas Desconhecidas (Seongjoong)
Fiksi Penggemar"Era a hora da tripulação do Aurora, depois de meses se mantendo nas sombras, retornar a aparecer e executar uma missão. O Capitão Kim Hongjoong tinha ressalvas sobre a operação, mas seu amado, o Imediato Park Seonghwa, parecia determinado a fazer t...