Capítulo 5

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À cinco quarteirões dali estava Liam Carter. Liam chegou em casa após oito dias em outro estado. Precisou viajar. Tinha um amigo muito doente, que estava em estado terminal. Liam pôde acompanhar seus últimos dias de vida, e se responsabilizou em fazer de tudo para que pudessem ser os mais especiais que seu amigo já vivera. E fez.

Seu amigo faleceu no seu quarto dia de viagem, mas Carter decidiu ficar mais quatro. Não queria voltar para casa. Conviver com seus pais era quase tão difícil quanto perder um amigo. Quatro dias sozinho, era só isso que ele queria.

No último dia, Liam queria, mas sabia que não podia mais fugir da sua realidade. Precisava encarar a vida sem seu amigo e com seus pais absurdamente hipócritas.

Chegou de viagem e não foi recebido com outra coisa senão gritos. Seus pais mais uma vez estavam brigando na sala de casa. Era de se esperar mas, por mais previsível que fosse, ainda era perturbador.

Sua mãe foi a primeira a lhe ver. Receosa, ela cessou a discussão e correu para lhe abraçar e perguntar se ele estava bem. Ele disse que sim com a cabeça e seguiu para seu quarto. Seu pai apenas o cumprimentou com os olhos. Era um homem frio e de poucas palavras. Liam lhe cumprimentou à mesma altura até, enfim, fechar a porta.

Trancou-se mais do que dentro do quarto, trancou-se dentro de si.

No dia seguinte, suas férias do trabalho terminariam, e dali dois dias as aulas na faculdade seriam retomadas, e Carter estava feliz em ter que passar menos tempo dentro da própria casa.

Ava acordou no dia seguinte pronta para conquistar o mundo, segundo ela. Orou e sentiu toda sua força sendo reposta. Levantou-se decidida a já comprar algumas coisas, depois de fazer uma análise nos orçamentos que havia feito no dia anterior.

Campbell saiu quando ainda era bem cedo. Decidiu começar comprando panelas, produtos de limpeza e "comida de verdade". Fez uma lista com tudo o que compraria, garantindo que não gastaria um real a mais que o necessário.

Quando voltou, Peter estava saindo, o que foi uma ótima oportunidade para conversarem. Ava sentia-se aliviada em ter feito um colega. Sentia-se menos vulnerável.

­–Nossa, você madrugou? – Disse ele surpreso pela hora que a jovem já voltava para a casa repleta de compras.

Com amor, LiamOnde histórias criam vida. Descubra agora