Capítulo CincoDía 1.500
Laços-Até que ponto podemos nos considerar felizes, Maya?
Eu não estava esperando por isso quando cheguei. Eu meio que esperava um dia normal onde eu contava as minhas frustrações e você entenderia as minhas recusas. Mas, não.
Estou sentada no balcão da cozinha, vestida com as roupas do trabalho, quando suas palavras me rasgaram por dentro, do coração até as minhas vísceras. Você não deve notar, ou finge não notar, mas dói. Dói muito.
Desço do balcão e vou em direção a porta. Consigo chegar até a sala, escuto seus passos pesados atrás de mim. Pela primeira vez estou dividida entre enfrentar a situação e me abster de mais palavra cortantes. Chego até a porta, mas você me proíbe de continuar.
Fecho os meus olhos e por um momento...um momento, me preparo para ter um choque de realidade, onde tudo isso não passa-se de um terrível pesadelo, que você me virasse e me beijasse com a paixão que um dia ardeu sobre nós. Mas, qualquer palavra que saía da sua boca, serão belas e devastadoras, quaisquer que sejam elas, elas vão me tomar.
Não me atrevo a olhar para você. Não me permito olhar para você. Você sabe que está me machucando? Você sabe que está.
Seu rosto está do lado do meu ouvido, e o peito pressionando as minhas costas, me forçando a encostar na porta.
-Será que você já amou alguém de verdade?
Essa foi a primeira vez em que você questionou o amor que sinto por você. Talvez esse fosse um problema a ser discutido. Ou o fato de que nenhum de nós estávamos prontos para tomar a iniciativa. Seja qual for o problema, nós não estamos prontos para enfrenta-lo.
-Isso não é justo! E você sabe disso. - sussurro.
Me viro cautelosamente seus olhos expressam raiva, dor, amor, mas principalmente, sofrimento. Nunca o achei tão intimidador e melancólico quanto agora.
-Claro que não é. - admite ele. Me ignorando e dando a sua atenção para a noite escura através da janela.
-Kelel.
Kelel passa uma das mãos na boca, o maxilar tenso.
-Por todos esse tempo eu estou ao seu lado. Nunca, te coloquei contra a parede como você faz comigo. Nunca. E tudo o que eu te peço é o básico que um marido pede de sua esposa, afeição. Mas, até isso você é incapaz de me dar. Assim como tudo isso que você chama de amor. - Ele solta o ar.
Não digo mais nada. De certa forma você tem razão. Não a parte do amor, eu amo você com todas as minhas forças, que chega a ser brega escrever sobre isso, mas a parte em que em que você me questiona sobre a nossa felicidade, e consequentemente você deve sofrer com isso.
- Eu vou para o quarto - sussurra, com a voz embargada.
Assinto.
Ele se afasta de mim. A cada passo eu me sinto mais e mais sozinha. A cada distancia tomada e mais uma respiração profunda e doloroso que fica dentro de mim. Não só a minha dor é evidente mas a sua também.
Você está desmoronando.
Eu estou desmoronando.
Nossas vidas estão em colapso.
Às vezes eu penso em como seria as nossas vidas se o destino não decide se intrometer, juntando os nossos laços em um nó tão convidativo e difícil de se entender.
Você ainda me amaria do mesmo jeito se eu decidisse cortar os nossos laços? A nossa história estava predestinada a esse fim tão doloroso para ambos? Ou a minha história estragou o triunfo da sua?
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Sob a nossa verdade
FanfictionE assim como chegou ele se levanta com uma calma e determinação. Não me dando tempo para perguntar quem é. Ele simplesmente se vai. Me deixando com a minha confusão e normalidade. sozinha, sem mais perguntas idiotas. Sem mais olhares de piedade. S...