CAPÍTULO SEIS| Home run

39 5 6
                                    

Capítulo Seis

Día 12
Home run

Certa vez, me perguntaram por que eu era tão exigente comigo mesma. E não tive uma resposta para ele. Então ignorei. Mas se tivesse uma segunda oportunidade explicaria tudo que se passa na minha cabeça conturbada. Cada pensamento, Cada palavra não dita. Eu colocaria tudo para fora, sem exitar. Sem pensar duas vezes.

Mas com o passar do tempo. Fui ficando desgostosa.

Não tenho uma resposta certa para nada em minha vida. Não sei o motivo de ser quem sou. Ou a razão de ter me tornado quem sou.

Não é culpa minha, e nem de ninguém. É só a vida. É a nossa natureza.

Já ouviu aquela frase "A natureza é bela" ou "A natureza é cruel". Não acho que seja nenhuma das duas. Se fosse reescreve-la, ela seria assim:

"A natureza não é bela nem cruel, ela simplesmente é".

Ela é o que é. E nós? Nós somos o que ela quer que a gente seja. Uma espécie que vive em prol dos bens materiais. Nunca os bens carnais. E assim vivemos, na parte chata da vida humana.

Mas, toda essa baboseira de natureza me trás a esse momento - Já faz um ano que não me relaciono com ninguém, o que justifica muita coisa - e a única razão para estar onde estou agora com esse cara nada cativante é porque fiquei intimidada pela minha mãe ter uma vida mais ativa que a minha.

Então, obrigada Lis.

Você me fez parecer a menina chata que todo mundo evita nós corredores da escola, com medo que ela vá dar um sermão de como um beijo pode transmitir mais bactérias do que lamber a tela do próprio celular, o que não é cem por cento correto, mas, é só uma comparação idiota de como você me faz parecer.

A questão é, estou me esforçando para não me levantar e sair daqui, mas esse cara , Jorge é seu nome, não está ajudando. Se eu ter que ouvir mais uma de suas histórias de como ele fez um home run no seus tempos dourados como atleta pegador na escola, eu vou ter que pegar essa lagosta e estapear o seu rosto, até que ele entenda que suas histórias são tão sem graça quanto ele.

Já é bem ruim as mentira que eu invento para engolir o meu orgulho, mas esse "encontro" já está tirando a melhor de mim. Tenho certeza que enfrentar a mentira de um  namorado falso é bem melhor.

Preciso rever melhoras os meus critérios.

-Qual foi a coisa mais legal que você já fez? - pegunta ele.

-Não sei... - digo. Não sei se quero compartilhar alguma coisa com ele.

Ele me olha inexpresivo, o que indica que nenhum de nós sabe o que fazer agora.

-Vai. A primeira coisa que vier em sua mente.

Penso nas vezes em que cataloguei as minhas lembranças como algo que valesse apena ser lembrado. Como viajar com os amigos do colégio. A primeira vez que fumei um baseado. Ou quando briguei com uma menina porque ela falou que preferia morrer do que assitir Friends - eu sei que isso não é algo legal de se fazer, mas quando se tem treze anos e tem uma queda pelos meninos de Friends, principalmente o Chandler, eu sei que ele não é um dos melhores com toda a certeza o Joey seria a escolha perfeita, mas fazer oque sempre gostei dos complexo e Chandler e seu humor mórbido sempre me cativou, e defender seu amor com unhas e dentes é a única coisa que resta para uma adolescente ingênua. Mas uma lembrança não muito antiga e nem muito recente me vem à mente.

Pouso o guardanapo na mesa e olho em seus olhos.

-Acho que foi o dia em que dirigi até a praia. - digo. - Em um dia não tão quente que me fizesse entrar na água, mas também não tão frio que me impedisse de molhar meus pés. Me lembro de estender um cobertor que estava no meu porta malas na areia macia e morna, e pegar um bom livro de romance clichê. Fiquei o dia inteiro aproveitando a minha companhia e me deliciando com o som das ondas quebrando no mar e a sensação do sol esquentando a minha pele, enquanto cada palavra que eu lia no livro me fazia me sentir em paz.

Sob a nossa verdade Where stories live. Discover now