➤ "04. A ligação."
Elizabeth Arantes
Um mês e meio se passou e continua tudo o mesmo, as ameças começaram a ser mais constantes, e parece que perdi minha habilidade de pensar.
Honestamente, não consigo pensar em quem pode estar fazendo isso.
O que mais me afeta é o fato de não poder falar para ninguém, quando era o Richy eu nem precisava, porque o Jake já sabia. E nos raros casos onde eu precisava contar saia na maior naturalidade.
E a ùnica pessoa fora de Duskwood com quem eu podia falar, estava incomunicável por tempo indefinido. Sentia saudades do meu irmão.
Falando no Jake, eu não tive nenhum sinal, ele nem sequer entrou em contato comigo depois daquela carta.
O grupo está bem ativo, mas sinto que estou sendo um pouco excluída por eles fazerem coisas pessoalmente que eu não estava inclusa.
Não era culpa de ninguém, eles sempre me incluíam na conversa do melhor jeito possível, mas é realmente difícil ver todos seus amigos se divertindo menos você, por serem de cidades diferentes.
Pesquisei no google hoje, e Duskwood aparentemente fica a três horas daqui, uma boa viagem.
Não consigo deixar tudo aqui e ir, mas estou tentando resolver. Falei com Layla que queria uns dias para visitar alguns amigos, a mesma ficou confusa e disse que meus únicos amigos eram ela e Adam.
Adam é nosso amigo a um longo tempo, ele cursou moda conosco mas decidiu não seguir no ramo, e hoje em dia trabalha como fotógrafo, trabalhando para a gente e fazendo trabalhos particulares também.
Desconversei dizendo que havia chegado um pessoal do México na cidade próxima, e ela disse para apenas esperar a criação da nova coleção que poderíamos nos auto dar férias. Concordei com a garota e avisei o Davi – dono do Studio – que daqui alguns meses iria viajar, para o caso dele querer alugar o lugar para outra pessoa. Mas deixei claro que eu voltaria.
Eu estava na janela com meu violão tocando algumas notas aleatorias e tentando juntar para criar algo. Meu irmão que me ensinou a tocar violão pois sempre fui apaixonada pelo instrumento.
Eu poderia ir cozinhar algo novo, só para sair do tédio que tomou conta do meu corpo. Domingo é o pior dia da semana se você for solteiro e morar sozinho.
Ouvi meu celular tocar e deixei meu violão em pé encostado na parede, logo depois indo ate ele que estava em cima do braço do sofá.
Número desconhecido.
Eu não tenho um segundo de paz?
— o que você quer? — atendi com poucas palavras.
— no momento queria falar com uma amiga, mas vejo que ela está um pouco estressada — ouvi uma voz diferente do outro lado da linha.
— me desculpa, eu estou com uns problemas ultimamente com números. Com quem você quer falar mesmo? — que vergonha, coitado de quem atendeu o telefone.
Mas também, como eu poderia saber que não era o mesmo babaca que vinha me ameaçando a um tempo?
— você realmente não está me reconhecendo, Lizzie? — fiquei em silêncio. Não podia ser, e eu não iria me iludir — ah, me desculpe, acho que a voz robótica combina mais comigo.
— Jake? — susurrei, mesmo que não fazia diferença. Ficou difícil de enxergar quando minha visão embaçou por conta das lágrimas.
— sentiu minha falta? Sei que não deu para matar a saudade pela carta — eu não podia vê-lo, mas por algum motivo eu sabia que ele estava sorrindo.

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𝐔𝐧𝐟𝐢𝐧𝐢𝐬𝐡𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐲 - 𝐃𝐮𝐬𝐤𝐰𝐨𝐨𝐝.
Adventure𝐃𝐮𝐬𝐤𝐰𝐨𝐨𝐝. Após a morte de seu melhor amigo, Richy, e o desaparecimento de Jake, Elizabeth Arantes, tenta seguir sua vida normalmente, mesmo estando abalada. Entretanto, para sua surpresa, uma ligação misteriosa, e diversas ameaças, fizeram o...