A Bruxa que aprendeu a amar - Ethred

Sybil não desiste

Mildred respirou fundo uma última vez e se acalmou conforme andava até a porta aberta da mansão Hallow, horas atrás ela e Ethel aviam ido visitar a mãe da morena, que assim que recebeu a notícia do namoro das duas ficou hesitante e surpresa com a notícia, afinal, Mildred e Ethel eram grandes rivais, porém mesmo com a hesitação a Sr. Hubble apoiou o namoro das duas, se Ethel fazia sua filha feliz quem seria ela para ir contra a felicidade da filha? Mildred saiu de seus pensamentos quando sentiu que a mão de Ethel lhe acariciava gentilmente e esta sorria para ela. A morena olhara em volta, esperando ansiosamente conhecer a sua sogra, que não estava ali. A loira se aproximou mais do meio da sala e então a mesma chamou pela mãe e pela pai, que não apareceram. Frustada, Ethel sentou com força sobre o sofá e cruzou os braços um sobre o outro, bufando de raiva até os
olhos azuis se dirigirem à morena, que lhe puxou o queixo gentilmente pelos dedos e a fez olhar pra ela, abrindo um sorriso de leve antes de encostar a boca na da loira;

Ethel: A mamãe e o papai me prometeram que estariam aqui pra te conhecer, Mildred! É uma promessa, as bruxas sempre mantém a promessa que fazem não acredito nisso! Se fosse a Esmeralda pedindo algo, com certeza eles viriam voando pra ela - Dizia Ethel, rosnando de raiva sem ao menos se preocupar se a irmã mais velha a ouvia ou não. A maior se aproximou delas, vindo da sala de jantar até o sofá onde estavam e deu um mega abraço em Mildred, porém a mesma foi afastada ao tentar abraçar a sua irmã do meio, que a olhava de cara feia e se afastou, sumindo por um corredor que Mildred não sabia onde levava, correndo na direção da namorada até ser impedida pelos dedos gentis daquela bruxa maior e mais experiente, Esmeralda arrastou esta de volta ao sofá e suspirou ao lado dela...

Esmeralda: Não ligue pra ela Mildred, sabe como é a Ethel, ela queria muito te apresentar aos nossos pais mas sabe... Tudo no seu tempo, eles são bem ocupados, ela tinha que ter ao menos noção disso. Saiba que sempre vai ter meu apoio na sua relação com ela. Me lembro de quando te conheci, quatro anos atrás, é incrível como você foi capaz de mudar tanto e não mudar nada - Dizia acariciando gentilmente seus cabelos enquanto Mildred erguia o rosto e a olhava nos olhos, o que ela não daria e faria para ter uma irmã assim? - Carinhosa e atenciosa, bondosa de verdade, afinal ela tinha todo motivo do mundo para ser uma bruxa amargurada, após ser enganada e ainda perder os poderes, e ela ainda tava preocupada com Mildred, Ethel e os pais, o mundo não merecia uma bruxa como a irmã mais velha de Ethel, a morena ficou lhe olhando por alguns momentos, sentiu o olhar carinhoso da cunhada sobre ela e então soltou um suspiro de culpa, queria muito ajudar ela a recuperar os poderes, mas ao mesmo tempo, sabia que Esme se recusaria a deixar ela fazer isso, e ainda que ela aceitasse a oferta, a morena não teria coragem de se apresentar a Ethel se não tivesse poderes, afinal, Mildred sabia que era muito insegura por dentro, talvez não coubesse a ela fazer aquilo pela sua cunhada. Por fim, após alguns minutos de silêncio, finalmente a morena olhou à ela;

Mildred: Sei sim como ela está é, mas a amo com todos os defeitos dela, sinceramente eu acho que tudo tem seu tempo bem que você disse, é que... Bom, eu tenho a fama de ser a pior das bruxas, sabe? E vocês, vocês são incríveis de verdade, eu sei que ouvem isso o tempo todo mas, nossa, você principalmente é o orgulho da escola inteira, e é tão bondosa, eu sinto que seus pais não iriam querer que a Ethel casasse com alguém que não esteja no nível dos Hallow.. - Mildred corou ao dizer aquilo e se forçou a sorrir para disfarçar toda a sua tristeza por ter dito aquilo, recebendo um beijo na testa por parte da mais velha que negou com a cabeça e deu um leve aperto no nariz da morena, dando uma leve risadinha de lado conforme percorria os dedos pelo cabelo de Mildred, a maior se levantou do sofá e manteve seus olhos sobre a cunhada curiosa, que se preparava para ouvir uma lição de moral até notar o sorriso em seu rosto, mandando um beijo para Mildred ao acenar brevemente para ela sob o ar.

Esmeralda: A família Hubble se sacrificou para que todas as bruxas pudessem estar aqui no nosso meio hoje, nem meus pais poderiam negar isso Mildred, você é da família e te prometo que vai ter nosso apoio, acredito que foi o destino que fez você conhecer a Maud e por consequência, a Cackle's e a Ethel, não se argumenta contra o destino, quero que vocês sejam felizes, mas tenho que ir agora, estou estudando para fazer faculdade, sabe? A que as humanas sem magia fazem!? Eu... Te vejo depois Mildred - a loira sorriu de lado e, cabisbaixa como estava, deu a volta para o quintal e levou alguns livros nos braços, deixando esta á espera na sala, soltando suspiros que lhe expressavam toda a culpa que sentia, Esme sem poderes, Ethel frustada devido á tão inesperada ausência dos pais, as duas já haviam conversado com a mãe de Mildred que por mais que tenha ficado com um pé atrás com o relacionamento das duas pela rivalidade passada que elas tinham, mas ela nunca iria contra a felicidade da filha, assim apoiando o relacionamento das duas, após isso elas foram pra casa de Ethel e aqui estava ela, esperando sozinha na sala, Mildred estava ansiosa para conhecer os pais de sua noiva, esperando também ter a aprovação e comentários de apoio e respeito à relação delas.

Sozinha na sala, Mildred se inclinou sobre a mesa do centro, pegando um livro sobre magias proibidas quando de repente ela ouviu a porta se abrindo e os passos sobre a madeira so chão se tornando mais altos e rápidos, ela se levantou com rapidez, se aprumando para receber o sogro e a sua sogra quando recebeu aquele abraço tão apertado e familiar, a boca confusa dela logo se transformou em um sorriso conforme ela retribuía o carinho, foi uma enorme surpresa para ela ser recebida de forma tão carinhosa e calorosa, ela ficou por uns 30 minutos conversando com o sr e a sra Hallow, mas infelizmente eles tinham que voltar a trabalhar.

Quando os dois adultos foram embora Mildred foi até o quarto de Ethel mas não a encontrou lá, então ela decidiu retornar a escola para conversar com Ethel, quando passava pelo jardim ela viu Esme e Sybil conversando, ela deu um breve aceno para as duas que repetiram o ato da morena, as coisas entre ela e Sybil estavam estranhas desde que ela e Ethel assumiram o relacionamento, a mais nova não parece ter aceitado a escolha de Mildred, e as vezes até tentava alguma coisa com a mais velha, que sempre recuava gentilmente, pois pra ela Sybil era como uma irmã mais nova.

Mildred olhou brevemente pra Sybil antes de pegar sua vassoura e montar nela, voando sozinha e sem rumo pelo céu, sem nem imaginar as cenas dentro da casa que acabou de sair.

Sybil caminhou até o quarto da sua irmã e, sorrateiramente, se abaixou na cama de Ethel, a caçula examinou o colchão e abriu um sorriso quando retirou um fio de cabelo loiro do edredom, acendendo a um fogo baixo sob o caldeirão de Ethel sobre o chão, onde despejou diversas misturas de poções a passou a mexer a colher nos líquidos, despejando o fio de cabelo da irmã e rindo conforme realizava a poção proibida que havia aprendido com o mesmo livro à qual Mildred houvera folheado mais cedo.

Sybil: Asa de morcego, miolo de maçã, faça Mildred Hubble me amar como ela ama a minha irmã! - Os olhos de Sybil brilharam ao ver a fumaça cor de rosa escapando e rodeando seu caldeirão mágico, a bruxa riu enquanto pegava uma concha feita de prata e despejava o líquido rosa sobre um copo, o bebendo a goles desesperados e engasgando brevemente conforme sentia seu corpo queimar por dentro, Sybil sorriu em meio á dor e se olhou no espelho, seu corpo ficava mais alto, seu rosto moldava lentamente a aparência, seus cabelos que eram trançados, agora estvam presos no coque ao alto da cabeça, um sorriso lhe iluminava o rosto conforme comemorava com um soco no ar, e ajeitava as roupas no seu corpo conforme se olhava no espelho.

Ela viu que havia anoitecido, Sybil balançou a cabeça e olhou maldosamente para o seu espelho, observando uma última vez seu reflexo, que exibia a aparência exata da sua irmã do meio, antes de sair do quarto e pegar a sua vassoura, levantando vôo e se dirigindo de volta para a escola, rindo e rodopiando com a vassoura no ar, feliz e contente por finalmente ser capaz de ter o amor de sua vida em seus braços, teria Mildred pra ela, nem que para isso fosse preciso enganá-la, e isso ela sabia fazer.