Andrea 0.2

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* Paris 2006

Antes que eu dissesse mais, e eu iria, ela levantou a mão e me calou.

- Vá assinar sua demissão... quando puder. - disse Miranda olhando para o lado e caminhou para servir sua bebida que parecia estar sendo aberta pela primeira vez, eu me dirigi a porta - E sobre o Nigel, saiba que devo a ele o meu cargo. - terminou sem me olhar mas eu já estava feliz só por ela realmente pensar assim do Nigel

- Obrigada Miranda! - eu disse a abraçando de trás

Miranda tremeu com meu toque tão surpresa que ao deixar seu copo entornou um pouco na cômoda.

- Andrea o que você está fazendo?

- Abraçando você! Eu sei que odeia toques mas eu só quero poder me lembrar disso, por favor... - falei quase sussurrando e senti Miranda suspirar mas nada disse, ela me deixou um pouco ali até ela virar e limpar uma lágrima no meu rosto

- E por que está chorando?

- Eu não sei. Vou sentir sua falta e falta das meninas. E antes que eu me esqueça, elas terão uma feira de ciências em 15 dias alguém tem que tratar disso. - eu disse limpando algumas lágrimas insistentes

Miranda baixou toda sua guarda, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou.

Foi melhor do que eu tinha imaginado. O toque dos seus lábios eram nuvens, quando ela fez menção de parar segurei na sua nuca e a fiz continuar o beijo. Eu não sentia minhas pernas e aos poucos senti sua lingua nos meus lábios e permiti que ela avançasse, eu queria tanto sentir seu gosto, seus lábios eram doces eu mal podia acreditar no que estava acontecendo. Continuamos nos beijando enquanto sentia suas mãos passeando nas minhas costas até a cintura. Aos poucos fomos sessando e eu estava no céu sorrindo como uma idiota apaixonada.

- Eu acho que é melhor você ir. - ela disse para mim muito séria

É claro que Miranda Priestly é muita arreia para meu caminhãozinho, mas por um momento naquele beijo eu julguei que não estava sentindo aquilo sozinha. Eu estava no céu e no outro segundo eu estava na terra com uma desesperança devoradora, era como sonhar alto de mais e acordar, perceber seu lugar.

- Está bem! - respondi sem entender nada, sem o menor ânimo e com o coração partido, depois do que ela disse eu tinha certeza de que ela não havia gostado do beijo ou de mim - E não se preocupe, não direi a ninguém.

Quando voltei de Paris, eu havia decidido recuperar minha vida, talvez aqueles momentos de paz voltassem. Tentei muito mas as coisas não eram tão simples. Eu havia mudado demais e não cabia mais no meu mundo antigo tive que me recriar sem Miranda mas carregando tanta coisa dela.

Me entreguei ao trabalho, adquiri um vício por café e sempre que eu sentia o cheiro me lembrava dela, mas eu podia viver com aquilo.

***

- Você pensa naquela noite? - perguntou Miranda

- Ultimamente, todos os dias. Como poderia me esquecer de um beijo seu Miranda? - respondeu Andrea sem hesitar - Não sei em que momento tive coragem de voltar a acreditar na possibilidade de acontecer alguma coisa entre nós, acho que o açúcar dos churros me subiu a cabeça, é... melhor eu ir para casa!

A Priestly ErradaOnde histórias criam vida. Descubra agora