°3- 𝐌𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚𝐬°

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Eu simplesmente tentei descançar, estava estranhamente exausta,mas de repente escuto um barulho alto, alguém havia aberto ou fechado a porta de forma bruta. Levantei a cabeça e olhar na direção da porta, estava me segurando para não xingar o corno que causou aquele barulho.

Dou de cara com um loiro baixinho com o mesmo uniforme do meu irmão e atrás dele um outro cara alto, não conseguia ver a cabeça dele por conta do seu tamanho, mas era possível ver uma trança loira. O mais baixo estava comendo um dorayaki, enquanto observava a sala, como se estivesse procurando algo ou alguém.

- Aqui é a sala do Hanagaki Takemichi e da Hanagaki Asuka? - Perguntou o baixinho encarando o professor, que parecia estar apavorado.

Ninguém respondeu, mas olharam para a última fileira onde eu e meu irmão estávamos, eu e Takemichi não tínhamos reação alguma, mas internamente eu estava um tanto surpresa e provavelmente ele também, não esperava ver aqueles dois tão cedo.

O mais baixo apenas sorriu e veio até nós, puxando nós dois para fora daquela tediosa sala sem dizer palavra alguma, enquanto eu agradecia a todos as divindades possíveis silenciosamente. Aquele era Manjiro Sano, o líder da tão renomada Tokyo Manji Gang.

- Finalmente achamos vocês. - Comentou o trançado enquanto estalava seu pescoço. Draken, o vice-líder da gang do Mikey, um dos dragões gêmeos da Toman e seu melhor amigo desde a infância.

- O que querem comigo e com o meu irmão? - Perguntei bocejando enquanto encaro os dois delinquentes à minha frente enquanto Takemichi ainda processava o que estava acontecendo.

- Nossa, agora preciso de um motivo para ver meus migos? - O Sano fazia seu drama colocando a mão no peito, fingindo estar profundamente ofendido. Esse cara era mesmo o líder de uma das gangues mais temidas de toda Tokyo?

- A madame já acabou? - Draken suspirava com a mão no rosto- Temos que apresentar eles aos capitães e também resolver alguns assuntos, vamos logo Mikey.

Sem protestar fomos até o lado de fora do prédio da escola, chegando até as duas motos estacionadas próximas à entrada.

- Asu-chan, você vai com o Ken-chin, e o Takemichy comigo- Mikey e Draken subiam em suas motos, era possível escutar o mais alto resmungando algo como "Não me chama assim porra" ou "já te disse q não é pra me chamar disso".

Dou um sorriso enquanto montava na garupa da moto do Ryuguji, que não demora muito para sair, provavelmente iríamos ao templo que a gangue realiza suas reuniões. Nesse momento, era como se memórias apareciam em minha mente, eram lembranças desta segunda vida.

Eu via dois garotinhos segurando as pequenas mãos de uma menina de olhos azuis e cabelos pretos. Era uma versão mais nova dessa Asuka? Um dos pequenos tinha um grande sorriso no rosto, o outro parecia estar chorando, mas possuía um tom rosado nas bochcas, ambos tinham cabelos cacheados e semelhantes a algodão doce, sendo respectivamente de um tom salmão e azulado. Os gêmeos kawata.

- Hime, quando formos mais velhos, promete ser nossa esposa?- Diz o mini Smiley olhando para a "eu" do passado.

- Eu prometo Nahoya! - Escuto ela mais nova dizer em um tom animado, logo abraça os dois, que retribuem aquele gesto carinhoso.


A cena cortava para a frente de uma casa ia chovia de forma intensa, sentia, mas via seus rostos nítidamente. Roupas e cabelos completamente encharcados, novamente aqueles dois se viam presentes, ambos também tinham um semblante choroso e triste.

- Eu não quero me despedir - Dizia o azulado tentando enxugar seu rosto em vão. Ele me abraçava e senti uma outra pessoa abraçar nós dois, era Nahoya.

- Nem eu, mas vocês tem que ir, a avó de vocês conseguiu um bom trabalho em Shibuya, mesmo que eu sinta muita falta de vocês.- Respondia com a cabeça apoiada em seu ombro.


Voltei a realidade com a voz de Mikey dizendo que já havíamos chegado. Subimos a escadaria e na frente do templo havia algumas pessoas com um uniforme preto com os kanjis que escreviam o nome da gangue em um tom dourado.Estava ao lado do meu irmão e atrás de Manjiro, que era mais baixo. Dentre aquelas pessoas dois garotos chamaram minha atenção, seus cabelos eram semelhantes a algodão doce. São eles os meus tão queridos amigos de infância, de acordo com as recentes lembranças.

Antes que o capitão dissesse qualquer coisa, sinto alguém me abraçando, quase me derrubando. Olho com mais atenção para frente, tentando descobrir o que era todo aquele peso. Eram eles, que me abraçavam como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

- Você voltou! - Dizia Souya afundando sua cabeça no meu pescoço.

- Sentimos sua falta. -Completava Nahoya apertando mais seus braços ao redor da minha cintura.

- Também senti falta de vocês. - Dizia afagando minha mão nos cabelos dos gêmeos, que pareciam não me largar por nada. De certa forma me senti culpada em ter que atuar assim, eles parecem tem muito apego a pessoa deste corpo, tenho que arranjar uma forma de me encontrar com o Kazuki de novo. Ele me deve explicações.

Os outros dirigiam seus olhares em nossa direção, parecendo não entender o que acontecia, mas consegui ver Mikey inflando as bochechas como uma criancinha prestes a fazer birra. Takemichi não entendia nada e encarava a cena com uma cara de que não sabia o motivo de estar aqui.

- Hey, vocês já querem roubar a Asu-chan de mim? - Mikey num tom infantil, obviamente estava enciumado.

- Ela é nossa amiga de infância chefia, não nos víamos a anos, é apenas nosso reencontro.- Dizia Nahoya com um sorriso, ele estava provocando Mikey, era nítido.

Smiley e Angry finalmente me soltaram, mas eu permaneço ao lado de ambos, que vez ou outra eram alvo de olhares mortais e resmungos vindos de seu líder. Não prestava atenção no que era debatido pelos membros e seus líderes, novamente começo a refletir sobre esta nova vida. Retiro meu celular, procurando por uma informação útil para evitar o tão desastroso futuro que nos aguardava.

Dessa busca descobri algumas coisas sobre esse universo, nessa vida, eu e meu irmão vivemos sozinhos em nossa casa, nossos pais vivem viajando e nunca se importaram conosco, mas sempre nos enviavam uma boa quantia de dinheiro, mais do que o suficiente para sobrevivermos por um bom tempo, tínhamos um ao outro, então nunca sentimos falta deles.

Era até que semelhante com o que vivi, pais não eram muito presentes na minha vida de forma positiva, eram muito negligentes. Vivi uma vida relativamente boa após aquilo, me fascinei por animes e a cultura de outros países. Mas o meu fim não foi algo que esperava acontecer assim.

Com isso, me sinto um pouco mal, por não saber o que aconteceu com meus avós após minha morte, ainda sim, foi me dada uma missão de ajudar essas pessoas. Essa é minha nova vida e eu preciso seguir em frente. O próximo evento seria o incidente da Valhalla, preciso pensar em um plano para impedir Kisaki e salvar Baji e Kazutora.

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Este foi o terceiro capítulo, não seja um leitor fantasma e deixe a estrelinha, obrigada por continuar acompanhando a obra


||{Capítulo revisado }

𝐑𝐞𝐢𝐧𝐜𝐚𝐫𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 - 𝐓𝐨𝐤𝐲𝐨 𝐑𝐞𝐯𝐞𝐧𝐠𝐞𝐫𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora