Capítulo 6

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Acordei com Liv pulando em cima de mim, animada demais para o horário. Liv sempre foi alegre assim, como um raio de sol em nossas vidas, mas às vezes era sol demais para mim.

— Bom dia, dorminhoca, Zack me pediu para te acordar já que vão caçar par o jantar de hoje.

Resmunguei vendo que no relógio eram 07:12 e me virei para o outro lado me cobrindo com a coberta.

— Nem pensar, pode ir levantando daí. — Liv começa a puxar a coberta de mim.

— Tá muito cedo e muito frio para ir caçar. Podemos pedir uma pizza para o jantar e tudo certo.

— Julie não vai ficar feliz com esse cardápio. — Pude ouvir sua risada enquanto puxava totalmente o cobertor. — Vamos, está na hora Lizzie. Esse jantar tem que estar perfeito.

Sentei na cama e olhei bem para ela, parecia mais ansiosa que o normal. Levantei e fui em direção ao banheiro e pude ver o sorriso surgir em seu rosto quando me viu levantar.

— Quer ver o quileute de novo, não é? — Perguntei antes de fechar a porta.

— Sabe que sim, me sinto bem com ele.

Acenei com a cabeça quando vi o brilho que surgiu em seus olhos ao falar dele.

— Tudo bem, diga a Zack que já estou indo.

E com isso me tranquei no banheiro e ouvi quando ela foi saltitando para fora do meu quarto.

Desci para tomar café e quando terminei encontrei Zack na sala me esperando.

— Bom dia.

— Bom dia.

— Ben pediu para irmos caçar, precisaremos de mais sangue animal e carne para o jantar de hoje.

— Tudo bem. Fazia tempo que não me transformava em loba.

Seguimos em direção a floresta e quando chegamos a uma clareira comecei minha transformação. Fechei os olhos e quando os abri novamente estava na minha forma de loba, pude sentir aquela conexão com a natureza, a terra em minhas patas e me senti leve.

Zack se transformou e começou a correr a minha frente, não tardei a acompanha-lo na corrida, me sentia livre. Seguimos o rastro de alguns cervos e em alguns minutos encontramos um.

Na volta para casa pedi para Zack levar a nossa caça de volta, pois ia dar um passeio, sem sair das nossas fronteiras. Escutei o barulho de água caindo e o segui até achar uma cachoeira, entrei para lavar o sangue da minha pelagem branca. Segui de volta para casa assim que me vi limpa novamente, me transformei novamente na minha forma humana quando vi Joey e Clara pegando algumas madeiras para a fogueira.

— Oi, como foi a caçada? — Clara me perguntou.

— Boa, encontrei uma cachoeira linda quando estava voltando. Podemos ir nadar nela um dia.

— Eu topo! Um dia quando um milagre acontecer e fizer sol nessa cidade. — Joey disse enquanto jogava mais madeira na pilha.

— Você não parece muito ansiosa para hoje a noite. — Clara me observava.

— Na verdade, não estou. Uma sala cheia de vampiros e lobisomens que se odeiam não parece um ambiente agradável para a digestão da comida.

— E não esqueça o lance do Imprint. — Joey diz e faço uma careta em resposta.

— Sem dúvidas não estou ansiosa para ver um cara que parece me odiar.

— Vai dar tudo certo, não se preocupe. — Clara afirma.

— Se você acredita nisso.

Deixo-os no quintal e entro em casa indo para meu quarto, precisava desenhar para extravasar um pouco.

Desci para o almoço e começamos a discutir os planos para o jantar.

— O que vocês acham que deve ser o menu de hoje? — Ben perguntou. — Faremos comida tanto para os lobisomens quanto para os vampiros.

— E para isso preciso da ajuda de vocês. — Disse julie apontando para mim e Liv. — Um pouco de mágica na comida, sabem como é.

— Tudo bem. — Concordo com Liv em seguida.

— Pensei em fazermos alguns mini hambúrguer para a fogueira. — Fala Clara.

— E um risoto no jantar. Sabe o quanto sinto falta de comer seu risoto, Julie. Por favor. — Joey pede fazendo uma cara de cachorro que caiu da mudança.

Julie acena com a cabeça e um sorriso e vejo Joey comemorar na cadeira com uma dancinha esquisita. Rimos do seu comportamento.

Em seguida começamos com o preparo das coisas. Ben e Clara estavam cuidando dos hambúrgueres, Joey e Zack estavam cortando as carnes e os vegetais enquanto Julie trabalhava no prato principal. Liv e eu estávamos encarregadas de fazer um feitiço e duplicar a quantidade de sangue animal que tínhamos para preparar a comida dos vampiros.

Vampiros geralmente não podem comer comida humana, mas existem exceções. Há um tempo achei um feitiço que burla essa proibição contanto que tenha sangue na receita.

Após horas na cozinha todos subimos para nos arrumar. Vesti um vestido vermelho estampado que batia na metade da minha coxa, coloquei uma jaqueta preta por cima para me proteger do frio, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e calcei uma bota com um salto simples.

Quando estava terminando de me arrumar ouvi barulhos vindo da floresta e de carros se aproximando. Estava na hora de descer, nossos convidados chegaram.  

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