Capítulo 1

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Corria pelo campo cheio de flores usando meu vestido favorito, adorava aquele lugar. Viro de costas e encontro meus pais caminhando até mim para me abraçar, logo minha mãe estende uma toalha no chão para nos sentarmos enquanto papai depositava um bolo a minha frente, mamãe riu e acendeu as velas que havia em cima. Não consegui conter o sorriso enquanto meus pais começavam a cartar parabéns para mim.

— Faça um pedido e apague as velas, Lizzie. — Sussurrou minha mãe ao meu ouvido.

Fechei os olhos com toda força pensando no que pediria, em seguida assoprei as velas e sorri.

— O que você pediu? — Perguntou papai me abraçando enquanto minha mãe cortava o bolo.

— Não posso contar! É supersecreto. Se eu te contasse meu pedido não vai se realizar.

Meus pais riram da minha resposta. Comemos o bolo e logo em seguida os chamei para brincar comigo pelo campo.

— Vamos mamãe, vamos correr. É a vez do papai nos pegar.

Puxei a mão da minha mãe e corri o mais rápido que conseguia fugindo do papai que vinha logo atrás de nós. Papai acabou pegando mamãe no colo a girando e rindo, comecei a correr sabendo que seria a próxima. Estava chegando mais perto da beira da floresta quando escuto meu pai gritar.

— Corra, Beatrice e leve Elisa! Se esconda, agora.

Vejo mamãe correr até mim enquanto papai se transformava em lobo para atacar as pessoas encapuzadas que apareceram. Corro ate mamãe que me pega no colo e começa a correr para dentro da floresta comigo, ela me coloca atrás de uma árvore e pede para eu ficar em silêncio enquanto ela ia ajudar papai.

— Ora, ora se não é quem eu estava procurando. — Disse uma das pessoas de capas pretas enquanto tirava o capuz parada a nossa frente. — Um prazer revê-la Beatrice.

— Diana? O que faz aqui? O que isso significa?

— Sabe, quando soube sobre sua "condição" fiquei intrigada, mas quando me contaram sobre sua filha, isso sim, que eu chamo de especial. Imagine o que ela conseguiria fazer se explorássemos todo o potencial dela.

— Diana você deve estar louca se acredita que darei minha filha para você e seu culto ridículo. Você era uma de nós, éramos amigas, éramos felizes. O que aconteceu?

— O que aconteceu?! Não acredito que está me perguntando isso! — Ela diz começando a elevar sua voz irritada — Eu nunca fui feliz dentro daquele clã, éramos amigas até você me ofuscar com todo seu poder, sempre fiquei na sua sombra, sempre! Tudo que eu fazia era comparado com você. Sempre sonhei em ser a feiticeira escarlate, mas todos estavam apostando em você. Pensei que quando virasse vampira todos esqueceriam de você.

Mamãe me puxou para trás de si quando percebeu que Diana direcionou seu olhar até mim e ficou me encarando com raiva nos olhos.

— Pensei que finalmente seria minha chance até que essa criaturinha nasceu. Passei anos planejando sua morte até que percebi que seria melhor usa-la do que matá-la.

— Não chegue perto da minha filha! — Sou empurrada para trás e corro até as árvores para me esconder, mas sem perder mamãe de vista.

— É o que veremos. Treinei bastante para poder finalmente matar você.

Diana parte para cima de mamãe com um feitiço, mas ela desvia e segura o pescoço da bruxa que apenas ria. Ela sussurra algo e vejo minha mãe ser lançada para longe e bater em uma árvore, me seguro para não correr até ela. Diana continua sussurrando palavras que não entendo enquanto ouvia os gritos da minha mãe.

— Sabe, descobri que alguns feitiços são ótimas torturas para vampiros. O que estudar e treinar um pouco não faz com o potencial de uma pessoa certo?

A vejo sorrir enquanto começo a escutar o grito do meu pai e em seguida um barulho estrondoso, a seguir o silêncio. Não conseguia mais ouvir meu pai, comecei a chorar e soluçar.

— Não! NÃO! O que fez com ele? O que você fez com meu Peter?

— Não chore Beatrice, você terá o mesmo destino que o dele. Não se preocupe, vou cuidar bem de sua filha.

Vejo mamãe levitar e ser jogada no chão com força enquanto Diana sussurrava e ela gritava, parecia estar sendo queimada viva, sentia um calor subir pela clareira. Fiquei ali assistindo tudo enquanto chorava descontroladamente, não entendia o que estava acontecendo ou, por que me queriam, mas sabia que meus pais estavam mortos por minha causa. Quando os gritos pararam, Diana se virou e veio até mim, me arrasto para trás tentando ficar o mais longe possível dela.

— Não se preocupe coisinha linda, vou cuidar bem de você.

A última coisa que vejo antes da escuridão me levar é seu sorriso macabro enquanto me olhava.

Acordo com a mão de alguém sacudindo meu obro.

— Bom dia dorminhoca! Pensei que deveria te acordar, já estamos chegando em Forks.

Apoio minha cabeça no ombro de Joye e suspiro pensando no meu pesadelo.

— Tudo bem? Teve outro pesadelo?

— Sim, o mesmo de sempre. — Digo direcionando meu olhar para janela.

— Não se preocupe Lizzie, sinto que este é o lugar certo, você vai ver. Confie em mim.

Dou uma risada com o que Joye diz e resolvo fazer o que ele falou, confiar.

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