Você sabe pra onde quer ir. Vamos nos preocupar em como chegar lá.

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Era desesperador, a dor espalhava por todo o corpo, um choque a cada movimento. Kate respirava ofegante e só depois de alguns minutos conseguiu abrir os olhos. O cômodo onde ela estava era escuro, ela conseguia identificar o teto relativamente alto, a estrutura da cama que ela estava deitada era de metal, uma aparência velha, do seu lado uma mesa de cabeceira de madeira, também velha, com um copo de água e alguns comprimidos, mais ao lado um cabideiro improvisado para duas bolsas de sangue e o que parecia ser medicamento.

Kate olhou para o seu braço com as marcas das agulhas, olhou para sua perna enfaixada lembrando parcialmente do acidente e sentindo a dor irradiar para as costas. Ela estava bem quebrada, mas alguém tinha cuidado dela. Se não fosse essa pessoa ela certamente estaria morta, um calafrio atravessou seu corpo ao pensar nisso.

Ela precisava ir pra casa, olhando para os lados em busca de seu celular viu uma figura cruzar o portal para entrar no quarto. Um homem, com uma máscara cobrindo a maior parte do seu rosto, só era possível ver seu maxilar quadrado e a barba por fazer. Ele vestia uma roupa preta, que marcava mostrando que fisicamente ela musculoso e seus passos eram muito silenciosos quase tanto quanto os de Yelena.

- Onde eu estou?

- Você desmaiou, alguns dos seus ferimentos eram realmente graves. Eu te trouxe pra cá e cuidei deles - a voz dele era grave, baixa e com um som arranhado.

- E quem é você?

- Eu sou como você, um vigilante e eu preciso proteger minha identidade, você não vai querer ser alvo dos que querem a minha cabeça.

Kate conhecia essa sensação de estar constantemente em risco, mesmo meses sem nenhuma ameaça direta ela sentia pairando sobre ela - Fisk - o homem não disse nada mas Kate notou um pequeno movimento com a cabeça denunciando que ele conhecia esse nome. 

- Você viu meu celular?

- Vou pegar na sala - o homem levantou e saiu.

- O que você acha de uma pizza? Podemos pedir uma? Estou morrendo de fome.

O mascarado voltou com o celular - Primeiro tome os remédios para dor que eu deixei na mesa de cabeceira. E tudo bem nós podemos pedir pizza, esse lugar não é meu, é só uma casa abandonada.

- Tudo bem se eu ligar pro meu mentor? Hawkeye. - recebendo um aceno positivo.

Kate pediu a pizza e fez a ligação, dois toques foram suficientes para ouvir Clint preocupado do outro lado da linha - Kate, como assim? Você desapareceu. 

- Sentiu minha falta - ela sempre tentava lidar com seus problemas com humor, pro desagrado de Clint na maioria das vezes.

- Kate, você não entra em contato ou atende o telefone a dois dias.

- Dois dias? - Kate tirou o telefone do rosto e viu na tela que realmente se passaram dois dias desde que ela saiu em missão - Eu preciso passear com o Lucky.

- O que aconteceu, garota? 

- Clint, eu preciso que você não entre em pânico. Eu tinha tudo sob controle - mas era tarde demais, já dava pra ouvir a respiração dele pelo telefone - eu encontrei mais uma venda ilegal de armas, armas que iriam parar nas mãos de membros de gangues em Hell´s Kitchen, juro, eu identifiquei todas as ameaças, consegui inutilizar todos mas antes de parar o último - suspiro - eu fui chutada do telhado do galpão. Um outro vigilante está me ajudando.

- Kate, agora, quais são os danos? - era um exercício que eles faziam durante os treinamentos, Kate tinha que saber identificar os danos que seu corpo sofria.

- Nenhum osso quebrado, escápula, costela e clavícula direita trincados. Os músculos do mesmo lado estão com contusões graves. Dois cortes, um no ombro e outro na barriga, nenhum profundo ou grave, os pontos estão bem feitos. Na queda tive a coxa esquerda perfurada, o músculo ficou bem fragilizado, muita perda de sangue mas recebi transfusão, O negativo, as bolsas estão identificadas como sendo de um banco de sangue da cidade. Parece que eu recebi algumas medicações para dor nos últimos dois dias e antibióticos. 

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