The Upsidown

Fim de jogo.

Yelena se sentou em um dos lugares livres na arquibancada e com um de seus poderes, conseguia ouvir tudo o que as pessoas falavam dela, mesmo estando há metros de distância.

— Parece que pelo menos sou o centro das atenções. — sussurrou para si mesma, com um sorriso convencido nos lábios.

O sorriso de Yelena sumiu aos poucos quando Onze entrou na quadra junto com outros três meninos. Os quatro sentaram-se na frente de Yelena.

—  Depois desse jogo idiota, nós podemos ir visitar o Dustin? — Mike perguntou, revirando seus olhos.

— Não é um jogo idiota. — Lucas respondeu, bravo. — Eu queria estar jogando hoje, mas não conseguiria me concentrar. — seus olhos marejaram. Onze abraçou de lado o amigo.

— Tudo bem. Ela vai ficar bem. — tentou acalmar Lucas, que deu de ombros, desacreditado.

De longe, Yelena viu dois jovens de sua idade acenarem para os adolescentes na sua frente.

— A gente pode pedir pro Steve nos levar até o Dustin. Ele vai querer vê-lo também. — Onze sugeriu e os meninos assentiram.

"Quem é Dustin?" — perguntou Yelena para si mesma.

— Bom dia a todos. — a mesma moça que Yelena havia persuadido na porta do colégio aparecera no centro da quadra, com um microfone em mãos e um olhar melancólico. — Hoje daremos incio a mais um jogo, e será um jogo difícil devido à perda do nosso capitão do time, Jason Carver.

Uma foto do jovem apareceu no telão, fazendo Yelena congelar por dentro. É o mesmo rosto que ela via constantemente em seus sonhos, juntamente com o rosto de outros jovens desconhecidos por ela.

— Eu queria dizer que lamentamos muito pela perda de Jason, da Chrissy e do Patrick.

— É incrível como eles simplesmente ignoraram a morte do Eddie. — Lucas murmurou, indignado.

Chrissy e Patrick também apareciam nos sonhos de Yelena, o que a deixava frustrada e sem entender.

— Mas quero dizer que esse jogo de hoje é por eles! Nós não podemos desistir, não podemos fraquejar. — ela gritava enquanto os alunos gritavam e pulavam nas arquibancadas. — Estamos aqui por eles. Até mesmo por Eddie Munson, que apesar de tudo, era um ser humano, e nosso aluno também.

A foto de Eddie apareceu na tela, mas Yelena não o reconheceu. Ela nunca havia visto aquele rosto na vida.

— Isso é ridículo. — Lucas se levantou, balançando a cabeça.

Os amigos se entre olharam e fizeram um sinal com a cabeça para os outros dois jovens que estavam do outro lado da arquibancada, que levantaram também. Os seis deixaram a quadra juntos.

— Fim de jogo. — Yelena sussurrou para si mesma e desceu, os seguindo.

Pelos corredores, ela tentava achá-los dentro do enorme colégio.

— Ei, precisa de ajuda? — Steve a chamou, a fazendo parar de andar.

Yelena o olhou, e lembrou que era o mesmo rapaz que saiu com os outros da quadra.

— Eu estou procurando uma pessoa. — respondeu, e Steve a olhou, confuso.

Antes que os dois pudessem trocar mais alguma palavra, Onze avistou Yelena no final do corredor, e sem pensar duas vezes, correu dali, sendo seguida por Mike, Will, Lucas e Robin.

— On? — Steve correu atrás dos outros, tentando alcançá-los.

Sem muita reação, Yelena os seguiu também. Quando estava perto de todos, Onze parou ao lado dos armários e se virou para Yelena, levantando as mãos e fazendo com que Yelena voasse contra a parede.
Enquanto Yelena se recuperava da dor facilmente, eles se aproximaram.

— O que você quer? — On perguntou e seus amigos ainda a olhavam sem entender o que estava acontecendo.

— Eu só queria te ver de novo, Jane. — Yelena deu um sorriso sarcástico e Onze levantou as mãos e usou seu poder para machuca-la novamente, mas Yelena se manteu imóvel.

— Não achou que seria fácil assim, não é? — levantou-se delicadamente do chão, limpando as mãos.

Onze a olhou com fúria e medo.

— O que você quer, Yelena? — a voz de Onze ficou embargada e seus olhos lacrimejaram.

— Eu quero saber onde está Henry. — Yelena parou em frente a menina, a confrontando.

— Olha só, eu não sei quem você é, mas por favor, nos deixe em paz. — Steve pediu, sendo ignorado.

— Diga! — Yelena gritou.

— Ele... — On fungou. — Ele está do outro lado.

— Outro lado? — franziu a testa.

— Sim. — Robin disse, fazendo Yelena finalmente a olhar. — Henry, que era supostamente o número 001 e também supostamente o enfermeiro Peter do laboratório de Hawkins e agora ele é o Vecna, e vem matando dezenas de pessoas, inclusive alguns amigos nossos.

A garota respirou quando terminou de falar e Yelena levantou as sobrancelhas.

— Vecna? — perguntou.

— Yelena, eu sei que você o amava, mas ele não é o que ele te mostrava ser. — Onze disse e Yelena suspirou.

— Quem? — olhou para todos eles. — Quem ele matou? — perguntou.

Os amigos se entre olharam enquanto Yelena esperava uma resposta.