1 - Segredos.

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[Fanart original da capa!]

Pov- Kirishima Eijirou.

Acordo com o irritante barulho do despertador, tendo em mente que já é hora de começar o dia, me viro de lado para desligar aquele alarme, e-

Ué... Eu não tenho um despertador.

Me levanto num pulo, tentando decifrar de onde vinha aquele som, até que percebo que é meu celular, ao ler o nome do contato que está me ligando, arregalo os olhos e começo a rezar

Ele só está me ligando! Não vai me matar! O que eu fiz?!

— a-alo, Bakubro... -arrisco atender e começar a conversa

— abre a porra da sua porta. - uma voz rouca me responde, percebo que estou ouvindo não só do telefone, mas também da porta do meu dormitório.
Então me levanto e vou correndo até a porta.

— que demora, cabelo de merda. - vejo Bakubro de braços cruzados, ele vestia um moletom, e uma samba-canção... Espera...

— Bakubro, esse moletom não é meu? -aponto para o que ele estava vestindo, ele rosna e me olha de cima para baixo, me fazendo ficar envergonhado

— pelo menos estou vestindo uma roupa! - ele fala de forma mais agressiva, mais ainda sim, baixa, já que estamos na hora de dormir, e se Aizawa-sensei ouvisse, iríamos pegar algum tipo de punição. — vai me deixar entrar ou vou precisar te empurrar?

Eu estava muito constrangido, percebi que estava usando apenas uma cueca, mas... Não é minha culpa! Ele que quis entrar aqui no MEU dormitório!

—c-claro, Bakubro... Entra! - sorrio de forma cínica, me repreendendo mentalmente por dormir daquele jeito, se um vilão fosse me sequestrar, eu estaria com essa roupa?! Nem com roupa eu tô... Seria vergonhoso.

—que horas são? -pergunto, vendo meu amigo se deitando na minha cama, em quanto se cobria com as cobertas.

—sei lá, lá no meu dormitório ta muito frio, aqui é quente. -ele abraça a própria barriga, em quanto respirava de forma meio pesada.

Seu dormitório não é aqui do lado? Foi o que eu pensei, mas nunca que ia falar isso, ainda quero viver!

—cê tá bem, bro? Parece doente... -me ajoelho ao lado da cama, apoiando a cabeça em uma das mãos, em quanto toco a bochecha do loiro com a outra.

—to bem! Para com essa porra, caralho! -ele empurra minha mão, me fazendo rir.

—é sério agora, você não está com febre? Realmente parece mal. -o encaro, sério.

—já falei que ta tudo bem! -ele eleva a voz — vai dormir ou não?!

—eu até iria... Porque olha a hora... -murmuro, vendo que ainda é uma da manhã.

—para de frescura e deita aqui logo, porra. -ele se afasta, dando espaço para mim, naquela pequena cama.

—você parece doente... -falo, com muita preocupação.

O loiro não responde, apenas murmura alguns xingamentos, em quanto abraça mais ainda a barriga.

—quer que eu pegue alguma coisa pra você? - finalmente me deito ao seu lado, fazendo um carinho em seus cabelos, em resposta apenas ouço um gemido de dor, o que me deixa mais perplexo ainda.

—eu to bem. -ele fala rapidamente, mas não nega o carinho —to com sono. -ele conclui, e eu apenas nos cubro novamente com a coberta.

Não se passaram nem cinco minutos, ele já adormeceu, será que o dormitório dele realmente é frio? Mas... É aqui do lado! E ele tava com dor de barriga? Será que ta tudo bem? E eu sabia que não tinha esquecido esse moletom na rua! Sero ficou dizendo que eu tinha alzheimer porque esqueci aonde deixei o moletom, mas eu sabia, to certo!

Eu e Katsuki nos aproximamos muito desde o festival, isso é meio comum, sabe? A gente deitar na mesma cama... Dormir na mesma cama... Passamos quase o dia todo indo pro dormitório um do outro! Eu gosto disso! Dizem que essa é uma relação máscula entre dois homens másculos, e isso é muito másculo!

Acabei dormindo em quanto pensava em quantas vezes falei "másculo" na minha vida.

—... de merda! Cabelo de merda, cabelo de merda- acordo ouvindo isso, até que me lembro da madrugada passada e conecto os pontos

—CABELO DE MERDA!!! -ele grita bem no meu ouvido

—TA, TA! ACORDEI!! -grito de volta, ao reparar na posição em que estávamos.

Eu estava abraçando a cintura de Bakugou, em quanto ele apoiava as mãos em meu peito. Ao perceber isso, me afasto rapidamente, resultando em uma linda queda da cama.

—AÍ! -grito, ouvindo a risada de Katsuki da cama.

—hilário, Cabelo de merda, hilário. -ele fala, ainda rindo.

—que horas são? - coço os olhos, me sentando ao lado da cama e o encarando.

—hora de ir pra aula. -o loiro faz uma cara de tédio, e eu devolvo a mesma feição.

—vou me vestir- abro o armário, pegando o uniforme da U.A

—eu vou pro meu dormitório me vestir também. -ele comenta, se espreguiçando e andando até a porta

— um, seu dormitório é aqui do lado, não é frio, dois, você não me contou se está doente, e três, esse é meu moletom. - falo, ao ver que o mesmo já está abrindo a porta.

— um, não tenho tantas cobertas igual você, dois, eu não estou doente, e três, agora esse moletom é meu. -ele eleva a voz, abrindo a porta e a batendo forte sem seguida, me fazendo dar um pulo.

Ele ta mentindo pra mim, ele não mente pra mim, e nossa relação máscula?! Relações másculas não envolvem segredos!

Sem perceber, me vesti na base do ódio e já estava saindo.

Você vai me contar o que ta rolando, Katsuki, ôh se vai.

UM GAROTO!/ kiribaku [Concluída].Onde histórias criam vida. Descubra agora