12. A decisão (Parte 3)

1 0 0
                                    

— Milena posso falar com você? – disse Francis com a feição séria, encarando a sua imagem em frente ao espelho.

— Exactamente. Meu caro, se você pensa em ter o seu coração de volta, você precisa usar a voz do seu coração e falar o que está aí dentro… - disse Alice apontando no meio do peito deste

— Obrigado! – disse

— Então, Francis, até mais… Eu já vou, preciso preparar e organizar minha viagem

— Mais uma vez obrigado! – disse Francise Alice encarou-o

— Olha, não fica com essa cara… Fala com ela, tenta. Tá vendo eu, eu perdoei você e somos amigos… - e Francis, mostrou novamente aquela cara de desânimo – Francis, querido. Eu vejo no teu olhar, ela é especial pra você e você a ama de verdade… E tem uma coisa que aprendi, quando alguém ama, perdoa.

— Uma vez conversei com ela, mas não me lembro bem. Eu estava no hospital… A gente falou, porém eu não me lembro, tão bem assim… Eu tenho certeza que lhe expliquei que estava arrependido e que eu não merecia seu coração de volta, só não me lembro se ela me perdoou…

— Porquê não pergunta pra ela?

— Não sei se consigo. Quando tento olhar pra ela, ela evita… Eu sinto como se ela tivesse nojo ou ódio de mim… Como naquele dia, quando vocês descobriram toda verdade… - disse encarando o chão

— Francis, olha pra mim – disse erguendo o rosto na direcção dela mesma e esse assim encarou-a – eu não a conheço… E não sou amiga dela, mas, eu sou sua amiga, eu te conheço… Claro que não tão bem assim… Mas eu te conheço… Se você, um homem forte e destemido, que com o seu charme e todo seu orgulho, pode ficar com uma garota e quando te apetecer largá-la… E com isso você por uma garota fica todo desse jeito, é porque você conhêce-la muito bem. E eu tenho a certeza de que você sabe muito bem se responder se essa garota pode ou não guardar ódio dentro dela…

E Francis só encarou ela, depois voltou a olhar pro chão, engolindo em seco e prosseguindo dizendo:

— Alice, se você visse como ela me evitou, no dia em que voltei do hospital pra casa, você acharia o mesmo que eu…

— Francis, isso você só saberá quando tentar… Ouça da boca dela… - após o proferido, Francis encarou o nada, pensativo – Francis, eu… Tenho que partir – disse em pé prestes a caminhar.

— Você precisa de ajuda? Deixa eu te ajudar…

— Não. Eu vim pra cá me despedir, não arranjar um ajudante… - pausou e logo prosseguiu – eu vou sentir saudades tuas.

— Eu sei que voltaremos a nos ver novamente. E falando nisso. Agora que me lembrei. Alice, por acaso estás com alguma pressa?

— Sim, tenho que arrumar as minhas coisas e tudo mais.

— Senta só mais um pouco eu… - e momentos depois de reflexão ela sentou novamente – ah… Sabe eu só queria saber o que aconteceu naquela época…

— O quê? – olhou-o duvidosa

— Assim. Eu quando era mais novo e antes de te conhecer, conheci e me apaixonei por uma garota muito bonita. Certamente ela, pra mim naquela época seria o amor da minha vida, a que eu se continuasse com ela até hoje, estaríamos casados, provavelmente – Alice acenou, atentado ao que ele dizia – então, eu me entreguei pra ela naquela época e tudo mais… Só que mais tarde, eu descobri que ela me traía e aquilo realmente me magoou, apesar de eu ter dito a mim mesmo que seria forte e que era só uma traição e que noutra altura eu encontraria um novo amor e tudo mais, mas a verdade era que aquilo doeu. E doeu muito. Eu não conseguia dormir, até porquê, meu tio que eu mais amava, o pai da Jesse…

Querido Coração 2: Página SeguinteOnde histórias criam vida. Descubra agora