18. Querida luz!

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Amanheceu e o rosto da Milena condizia com o ambiente calmo daquela manhã de segunda-feira.

Milena, despertou de um sono comum, e permaneceu sentada, com a cabeça voltada para janela de onde partia o raiar do brilho do sol que focava nos cobertores de cores claras, causando assim uma claridade além do que as lâmpadas no tecto do cómodo, podiam produzir.

“Qual é o meu problema? Eu disse pra ele, a resposta que ele deveria receber. Afinal, ninguém merece ser perdoado depois do que houve… Quem perdoaria a outra pessoa em caso de traição? Por mais que a outra estivesse arrependida… Claro, ninguém! Agora, qual é o meu problema? Porquê insisto em trazer a imagem dele à minha mente? Francis é passado. Eu preciso arranjar um jeito de tirá-lo de uma vez da minha mente.”

Então levantou-se determinada, sentou-se na sua escrivaninha, pegou na primeira folha limpa que viu por cima da mesa e na caneta-pena e prosseguiu escrevendo:

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Querido Coração!

O Francis me magoou. E você sabe disso. Você me levou até ele e olha onde ele me levou… Mas eu não estou magoada contigo. Muito pelo contrário, é comigo mesma… Por permitir que imagens e pensamentos antigos regressem à minha mente.

Coração, eu…

Eu preciso tirar ele da minha mente. Talvez tudo o que aconteceu, tivesse que acontecer pra que eu aprenda alguma coisa. E se for isso, então eu aprendi. Aprendi que não posso criar altas expectativas em pessoas, da forma que fiz com o Francis. Claro, talvez eu precisasse mesmo passar por isto para amadurecer de algum jeito… E se amadurecer significa isso, então estou amadurecendo… Pelo menos ainda estou viva, né?

Que essa semana seja super!

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Então, arrumou tudo e foi se aprontar pro dia.

***

— Mãe, a senhora podia me ajudar? – disse enquanto tomava seu café-da-manhã

— Com o quê, luz? – disse a senhora enquanto arrumava o que arrumava nas prateleiras

— Eu… Eu tenho uma dúvida me martelando a cabeça...

— O que é, querida? – após ouvir o apelido, ela lembrou-se, na velocidade de um flash, de um tempo passado, onde uma certa pessoa costumava lhe chamar daquele jeito

— A senhora entende de recomeços? – indagou e no terceiro segundo seguinte ela continuou, como se justificasse – é que tem uma amiga minha, que quer muito saber e… Eu ainda não sei o que lhe dizer, fiquei de conversar com ela mais tarde

— Filha querida, na verdade, vieste ter com a pessoa errada… - disse a senhora, após mostrar uma expressão facial que a filha estranhou – mas eu posso tentar te ajudar…

— Não sou eu… Uma amiga minha – enfatizou

— Sim, tua amiga… - disse num tom subtil de sarcasmo – Olha querida – disse e mais uma vez, como um flash, ela lembrou-se de um certo alguém, assim que a última palavra antes disso fora dita, mas logo sua atenção voltou – imagine…

“Ela era uma garota simples que, assim como muitas na sua idade, buscavam se descobrir, encontrar coisas que lhe atraiam e que talvez ela goste. Daí, de um jeito que ela não conseguia explicar conheceu a música.

A música, que já era muito bonita, por si só, chegou nela lhe mostrando o seu melhor e mais bonito lado… Ela havia se apaixonada. Disposta a qualquer sacrifício pela música.

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