3. Moça pródiga!

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“Achei que pudesse fugir. Fugir e sentir que tudo acabou… Fugir e me esconder, até que os problemas cessem, como que por magia… E assim que regressasse, tudo voltasse ao normal. Droga! Eu realmente pensei assim… Que ingênua, que sou… Agora o que faço? Volto e serei recebida de mãos abertas com todo mundo? Volto e ninguém me questiona onde estive? Volto e não devo satisfações a ninguém? Volto e quando voltar a acontecer novamente, eu fuja como fiz? Droga! Sou mesmo uma idiota!” – pensou ela, encarando o espelho a sua frente

Seu rosto lacrimejando, de nada adiantava, no que concernia à questão de voltar a Nova Iorque e a baita briga em sua mente, quanto a pensamentos a respeito disso.

Então ela enxugou as lágrimas do rosto, rasgou as roupas que usava naquele momento – sem exceção de nenhuma - e por fim quebrou o espelho, atirando-o ao chão. E após vestir novas roupas – que faziam mais o seu estilo – ela pegou suas coisas e saiu do apê, deixando o resto intacto.

Assim que já se encontrava na calçada, ela recebe uma ligação, de um número desconhecido.

“Droga, esqueci de deixar isso ali… - pensou ela - De quem é esse número?... Bom, uma última vez!”

Chamada On

— Estou sim? – indagou

— Mandy cadê você, volta logo pra cá! – disse uma voz feminina do outro lado, e ela tentou se lembrar de quem seria aquela voz mas não conseguiu. Realmente não conhecia muito bem aquelas pessoas. Estava farta daquilo

— Oi, identifique-se!

— Não tá me reconhecendo? Você me deu seu numero ontem, sou a Ammy, daquele bar ontem e pediu que lhe liga-se no caso de uma outra oportunidade – e ela se lembrou da sua nova amiga meio lésbica, e buscou não se lembrar o que de mais aconteceu na última noite que explique a razão da sua leve tontura assim que acordou

— Ah, oi Ammy – e assim entrou em um autocarro vazio

— Mandy, outro cara apareceu cá e está pagando pra todo mundo. E você está perdendo

— Ah isso… Desculpa Ammy, preciso chegar logo no trabalho… Talvez nos falemos depois

— Você está perdendo, sua idiota! – brincou a voz do outro lado da linha

— Txau, queridinha… Ligo pra você de novo, tá? – sorriu essa de forma cínica

— Txau idiota! – e fim da chamada

Chamada Off

Idiota! – pensou ela jogando o celular pela janela do automóvel, prosseguindo com a viagem de forma silenciosa, com destino incerto, enquanto sentia, talvez, remorsos de tudo quanto permitiu acontecer.

Samantha, passou, deste a última vez que se viu com as amigas, Milena e Alexia, a morar numa outra cidade um tanto distante da sua natal, sozinha, tentando, segundo ela, fugir de alguma coisa, na esperança de que seus problemas acabem se resolvendo e sendo esquecidos, como da última vez, quando cortou uma metade considerável do cabelo de uma moça e desapareceu do radar dos pais durante quase uma semana, estando na casa do avó.

Samantha, assim que chegou nesta cidade, usou suas fontes e influência que tem, para conseguir uma nova identidade – ainda que falsa -, conseguir se alojar em um apê e por fim um emprego.

No começo, ela levava uma típica vida de uma moça humilde que após deixar sua família e amigos da sua cidade antiga, essa parte para uma outra região em busca de uma vida melhor e quem sabe, assim que conseguisse, voltasse e ajudasse nas despesas de seus pais. E era quase exactamente desse jeito a vida da Samantha, porem, sem aquele detalhe todo de deixar tudo em busca de uma vida melhor.

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