Você só consegue entender uma pessoa de verdade quando vê as coisas do ponto de vista dela. – Harper Lee, O Sol é para Todos
Cinco dias depois.
Acabada, triste e distante. Minha mente estava assim nesse exato momento.
Passaram-se cinco dias desde todo o ocorrido e de la para cá a gente não trocou uma só palavra, nem bom dia. Brigas a gente já teve obviamente, nunca nesse estado.
A motivo disso tudo? Ele sabia o que estava fazendo, não fez por engano ou sem pensar, ele sabia.Nesse momento me encontro sentada no meu lugar de paz, Siqueira Campos (imagem do início). Costumava vir aqui quando era pequena, meus pais me traziam e geralmente nós encontrávamos a família do Matheus aqui.
Sempre que estou estressada venho e me sento de frente para essas pedras, apenas para observa-las e respirar o ar não tão puro de São Paulo.Agora, avoada em meus pensamentos, descubro o quão dependente estou emocionalmente de Matheus. Ele sempre esteve aqui e eu sempre estive com ele, simplesmente não enxergo um futuro sem ele do meu lado compartilhando risadas e lágrimas. Quero estar lá para quando sua filha nascer, estar lá para quando ela se formar. No meio de tantos pensamentos, uma pontada vem ao meu peito quando penso em estar no sei casamento, um casamento aonde serei apenas convidada e isso me incomoda por algum motivo.
Sou tirada da atenção de meus pensamentos quando alguém me chama, então me dou conta que há uma pessoa do meu lado.
- Moça, você está bem? Eu estou te chamando faz um tempo. - Olho para o lado e vejo uma menina não tão mais velha do que eu aparentemente. Solto um sorriso ao ver seu rosto em feição de confusão.
- Oi, desculpe, estava distraída. - Ela parece mais aliviada e sorri. - Aconteceu algo?
- Ah, não. Eu vim aqui dizer que esse livro é realmente muito bom. - Ela aponta para o objeto em minhas mãos.
Esqueci de mencionar, estou lendo O Sol é para todos de Harper Lee. Na verdade estou vagando com ele nas mãos, não consigo me concentrar.
- Ah sim, eu estou tão avoada hoje que não consegui ler nem sequer uma página. - Dou um sorriso desanimada. - Mas, qual seu nome?
- Nossa, desculpa a falta de educação eu nem me apresentei - Ela sorri, que sorriso bonito. - Me chamo Clara, e você?
- Meu nome é Giovanna mas pode me chamar de Gio.
- Quer dar uma volta? Acho que você precisa de distração.
- Estou precisando mesmo - digo isso levantando atrás dela para começarmos a caminhar no parque.
- Então, quer falar no que estava pensando? - adentramos a um campo verde, um lado do parque que fica mais pessoas, geralmente famílias com crianças pequenas e cachorros.
- Não é nada de mais, coisas cotidianas sabe?
- Qual foi Gio, provavelmente nós nunca mais vamos nos ver, coloca pra fora e deixa eu te ajudar. - ela solta um risinho me fazendo ficar confusa. - Nunca mais vamos nos ver porque não sou daqui, sou de Nova York, então, me conta! - sentamos de frente a um lago que existe no parque.
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CASO INDEFINIDO
Teen FictionMelhores amigos deixaram se levar pelo calor do momento os fazendo perceber que talvez sentissem algo a mais um pelo outro. De um lado um menino frio e grosseiro com todos ao seu redor e do outro uma menina que apesar de todos os infernos que já viv...