14| Garrett Ambrosini

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“Você tem um lugar em meu coração
que ninguém mais poderia ter"
F. Scott Fitzgerald

Eu havia decidido ir contra ao que eu havia decidido, aparentemente o que dizem sobre tatuagem ser algo viciante é verdade, e embora minha cota de vícios já esteja estourada, aqui estou eu, no estúdio, com Alex fazendo outra tatuagem em mim

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Eu havia decidido ir contra ao que eu havia decidido, aparentemente o que dizem sobre tatuagem ser algo viciante é verdade, e embora minha cota de vícios já esteja estourada, aqui estou eu, no estúdio, com Alex fazendo outra tatuagem em mim.

Dessa vez eu quem escolhi o que e onde; um lírio e "angelo mio" em letras garrafais, na costela mais próxima do meu coração. Eu descobri que a flor que eu pusera em seu cabelo, outrora, no labirinto dos amantes, havia sido um lírio, então achei bastante oportuno e vim até Alex. Até agora somente eu falava, contando-o o que havia acontecido recentemente, mas ele estava distraído demais, mesmo murmurando como sempre, a cada parte da história.

— O que há com você? – perguntei, cedendo a agonia.

— Nada – murmurou em resposta.

— Desembucha, o que houve entre você e Belle dessa vez? – ele me olhou, um olhar de aviso, mas ele está sempre lançando olhares assim então eu nem me importei. — Brigaram depois que você a seguiu?

— Eu não a segui.

— E eu sou um vampiro. Vamos, Alex, eu não vou parar de encher o seu saco até que você me conte o que houve. Você brigou com ela?

Ele suspirou, terminando o trabalho.

— Sim.

— E qual foi o motivo dessa vez?

Ele deu de ombros e se levantou começando a limpar os instrumentos.

Eu me levantei e fui olhar seu novo trabalho na minha pele no espelho próximo. Dio, os traços desse cara são perfeitos, não erra nunca.

— Se você não falar não vai ter como eu te ajudar.

— Eu nunca disse que queria ajuda.

— Então deixa eu reformular: Se você não falar, eu não vou sair daqui até você contar – ele revirou os olhos e se encostou em uma bancada, cruzando os braços.

— Não foi nada demais.

Não era o que parecia, mas eu ignorei.

— Então por que você está com essa cara de quem está prestes a ser executado?

Ele soltou o ar dos pulmões devagar, e disse em um só fôlego, desviando o olhar:

— Ela vai embora.

De novo. Sua frase incompleta deixava isso implícito.
Eu estava surpreso por sua revelação, mas finalmente conseguia entender a razão de seu comportamento atual.

— Por que?

Ele deu de ombros. — É o que ela sempre faz.

— É, mas não parece que ela é a vilã dessa vez, se fosse, você estaria com raiva e não depressivo desse jeito.
Ele me olhou com a sobrancelha levantada e eu imitei seu ato, o convidando a discordar.

— A mãe dela vai se mudar, ela vai com ela – cedeu.

— Por escolha? – perguntei e ele me olhou como se eu tivesse endoidado. — Foi escolha dela ou ela não tem outra alternativa a não ser ir?

Podia ver que ele não sabia, provavelmente nem pensara em se perguntar as razões dela, só escolheu o isolamento que vai o proteger de decepções.

— Deus, homem, a mulher da sua vida está indo embora novamente e tudo o que você sabe fazer é assistir? – eu não parecia estar falando com meu amigo, que sempre faz o que tem que ser feito e que sabe exatamente o que fazer. Belle acerta justamente na capacidade do homem de pensar e ele esquece de agir com a razão. — Eis o que vamos fazer: você vai sair por aquela porta agora mesmo e irá atrás dela, procurar impedir que isso aconteça, e eu vou fechar o estúdio para você porque sou o melhor amigo que alguém poderia ter.

Ele me deu seu olhar assassino, mas mesmo assim pegou a chave da moto e saiu sem olhar para trás.

Ele me deu seu olhar assassino, mas mesmo assim pegou a chave da moto e saiu sem olhar para trás

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