four: genuine hapiness

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NOVEMBRO DE 2019

     HAVIA ALGO DIFERENTE EM MÔNACO, todos sabiam

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     HAVIA ALGO DIFERENTE EM MÔNACO, todos sabiam. Lewis sabia. Não era por menos que transformara o principado em uma de suas residências favoritas. Não era por menos ainda que estava andando pelo calçadão próximo ao porto com Brooke e Dalmi — além de Margot, Coco e Roscoe, claro. 

O clima estava bastante quente para aquela época do ano, o outono em Mônaco costumava ter temperaturas amenas, mas nem mesmo o calor conseguiu impedi-los de sair de casa e dar uma volta por Monte Carlo. Lewis tinha uma semana para descansar antes de voltar a correr, o GP do Bahrein prometia ser difícil para a Mercedes, portanto, ele queria aproveitar o máximo possível. Ainda no sábado do GP da Austrália, perguntou a Brooke se ela, Dalmi e Margaret não queriam passar a semana em Mônaco. E visto que a escritora tinha alguns dias de férias acumulados, resolveu aceitar. 

Ela precisava mesmo respirar qualquer ar que não fosse aquele pesado de Londres. Dalmi ainda tinha um ano inteiro para entrar na escola, e sua mãe merecia mais do que nunca sair e distrair a cabeça; as coisas vinham sendo difíceis para ela. No início, Margaret se empenhou para descobrir que doença vinha lhe fazendo tão mal e qual era seu tratamento ou cura, mas após passar por seguidos médicos e exames, desistiu. Ela não queria mais ser espetada, passar horas em um hospital, ver a aflição da filha enquanto colhiam seu sangue por todos os lugares possíveis, a expectativa quando o médico dizia ter uma ideia do que estava acontecendo e a decepção ao ouvi-lo informar que não chegara a lugar algum, todas essas emoções estampadas no mesmo rosto delicado e cheio de preocupação. 

Para Margaret, mais valia continuar como estava e na medida do possível adaptar sua vida ao que vinha sentindo do que sofrer diariamente em busca de algo que não viria. 

Foi difícil para Brooke aceitar a decisão da mãe, mas não era como se ela tivesse como decidir por uma mulher que ainda estava plenamente capaz de responder por seus próprios atos. Ela só queria que a mãe soubesse o que estava fazendo. 

— Não acredito que minha própria filha está me trocando. — Brooke dramatizou, vendo Dalmi pedir que Lewis a carregasse no colo enquanto eles caminhavam pelo calçadão. 

— Sinto muito, Bee. Mas as crianças me amam. — o piloto provocou.

— Você está engraçadinho demais — ela rebateu, rolando os olhos. Porém, foi incapaz de conter a risada. Entrelaçou seu braço ao braço livre de Lewis, observando-o com atenção beijar a testa de Dalmi. Sempre que ele fazia isso, ela ria até ficar vermelha. — Por favor, não pare de ser assim. Nós gostamos.

— Eu não pararia nem se vocês me pedissem. — Lewis piscou.

Deu um beijo demorado em Brooke e saiu andando na frente dela, Dalmi havia apontado para alguma coisa um pouco além de onde eles estavam e Lewis queria saber o que era. 

A escritora seguiu andando a passos lentos, absorta, presa no próprio mundinho. As coisas caminhavam tão bem na maioria das áreas de sua vida que até parecia estranho, coisa de outro planeta. Logo ela, que achava que não se apaixonaria tão cedo, estava namorando com um cara que ultrapassava as barreiras do legal e tratava sua família tão bem; tinha deixado o bloqueio criativo para trás e agora estava trabalhando em algo que prometia ser a melhor história que já escrevera na vida; estava vivendo coisas que sequer chegara a sonhar um dia.

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