Melodia desencadeada II

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A mão delicada da escritora acariciou maxilar da prostituta e seus dedos escorregaram em direção a nuca. Addison aproximou os rostos, um silêncio, os corações estavam acelerados e os lábios a milímetros de distância. E por fim se tocaram, macios, quentes e viciantes, pensará a jovem. Ela lentamente sugou o lábio inferior da mulher, enquanto a escritora levava suas mãos para os cabelos loiros. Sua língua contornou os lábios carnudos de Meredith que não demorou nada para entreabrir os mesmos para sentir a língua encontrar com a sua de maneira gostosa. O sentimento era inexplicável para ambas, elas sentiram estar no céu e na terra ao mesmo tempo, algo surreal. As malditas borboletas estavam presentes em seus estômagos, como todo clássico clichê. As bocas tinham o encaixe perfeito de um beijo apaixonado e as línguas pareciam tão acostumadas uma com a outra, na mesma sincronia, como se tivessem feito isso sempre. A prostituta estava sentada na escrivaninha onde entrelacou Addison entre as suas pernas. E aos poucos foi diminuindo o ritmo do beijo, lentamente os lábios se separaram e automaticamente elas buscaram o ar que faltou por um tempo em seus pulmões.

- Está amanhecendo - murmurou a jovem assim que recuperou o ar por completo - Acho que a gente transou a noite toda, literalmente.

- Isso é uma reclamação?

- Não, claro que não - puxou a escritora para perto novamente lhe dando um selinho rápido - Eu simplesmente não consigo parar de beija-la. Sra. Montgomery você me viciou.

- Então não para... - sussurrou entre seus lábios e a beijou lentamente - Queria ficar aqui com você por tempo indeterminado - cortou o beijo e colocou suas mãos no rosto delicado - Você é tão apaixonante Meredith, seus olhos me cativam de uma maneira inexplicável. Sinto-me queimar toda vez que a olho.

- Não diga tais palavras, por favor. Elas me fazem acreditar que talvez você fique. E se não ficar, dói.

- Desculpe... - sussurrou imediatamente.

- Você nunca me prometeu amor, sei o que sou e o que faço, a gente foi puro e total desejo e eu gostei muito disso, gostei tanto que comecei a ama-la. E sei também que você escolheu ficar com o seu marido, e está tudo bem. Só não me faça declarações com a intenção de ficar, porque você não vai. Mas sempre vou está aqui para você, basta me ligar, estarei aqui como uma velha amiga para saciar seus desejos noturnos. E não se sinta culpada.

- Meredith...

- Addison, não complique as coisas. E por que não aproveitamos o tempo que nos resta? Sei que daqui a pouco você tem que ir para a editora.

-Eu tenho o dia todo livre - suspirou convencida a não tocar no assunto novamente - Porque eu sou a escritora e posso muito bem "trabalhar" em casa.

- E o seu marido?

- Eu mando uma mensagem - respondeu rapidamente, não gostava de falar sobre o homem com quem dividia a cama - Porque o que eu mais quero é ficar com você aqui, nesse quarto com uma decoração um tanto exótica, mas bem especificamente a sua cara.

- Não ouse falar dos pôsteres das minhas bandas e artistas favoritos, okay?

- Nenhuma palavra sairá da minha boca sobre a Lana del rey aqui - apontou para o pôster enorme da cantora colado na parede - Vem, desça - a ajudou a descer da escrivaninha - Vamos fazer o nosso café da manhã ou prefere sair para tomar?

- Prefiro que façamos aqui.

Na cozinha pequena e com os cabelos amarrados, Meredith começou a preparar o café da manhã. Abriu a geladeira vendo-a o que pegaria para preparar a refeição, não sabia muito sobre o que a escritora gostava de comer pela manhã. Pegou todos os ingredientes necessário e colocou sobre a bancada, tudo sob os olhares de Addison. O que tornou um pouco difícil, a prostituta ficava nervosa quando tinha os olhos azuis sobre si. Mas nada que ela conseguisse lidar e em questão de minutos tudo estava pronto. E o café da manhã seria completo com salada de frutas, café, bacon, ovos mexidos e panquecas.

Uma Prostituta, Vários Desejos | Meddison Onde histórias criam vida. Descubra agora