𝔠𝔞𝔭𝔦𝔱𝔲𝔩𝔬 𝔰𝔢𝔱𝔢

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┈┈┈┈┈┈◌͜͡⁂ː⃨࣪࣪҈ ː⃨࣪࣪҈⁂͜͡┈┈┈┈┈┈

    "E eu quero compartilhar
Todo o meu amor com você
Ninguém mais vai fazer"

   Abracei  minhas pernas enquanto observava Kalliope cantarolar, se balançando de um lado para o outro como uma dança lenta.

  Ela sorriu ao me olhar. Seus olhos ficando pequenos no ato.

  "E seus olhos, seus olhos, seus olhos
Eles me dizem o quanto você se importa
Ooh, sim
Você sempre será
Meu amor sem fim"

  Balancei  a cabeça rindo baixo, Azriel se esticou no braço de Kalliope para me ver. Talvez pelo seu tamanho, estivesse desconfortável por estar no braço.

— Mamãe, — ele chamou, empurrando o torso de uma das mãos nos ombros de nossa mãe, ela o ignorou — mamãe os outros podem me ver.

— Aproveite que pode ficar no braço Az.

  Disse ao garotinho  que me olhou como se questionasse "você não vai me ajudar mesmo?"  Meu sorriso o respondeu.

  Haviam uvas verdes na cesta de palha que trouxemos, de maneira despretensiosa e relaxada eu me deitei colocando uma delas na boca.

— Um dia você será grande e não terá mais a chance de ficar no colo da nossa mãe.

— Mas eu sou grande — respondeu birrento.

  Mas terminou batendo a mão ainda muito lesionada nas próprias asas, e gemeu baixinho apoiando a cabeça no ombro de Kalliope que riu baixo alisando os fios rebeldes de Azriel.

  Ela me olhou com ternura enquanto cantava, se aproximando da toalha estendida no gramado, onde eu estava deitada.

"Vou te abraçar de perto nos meus braços"

   Sempre fui apaixonada naquela melodia e em como a voz dela deixava a letra ainda mais sentimental e significativa.

   Com piscadas pesadas e lentas, eu abri os olhos, Gwyn estava debruçada na cama cochilando. Eu havia dado trabalho quando Azriel foi embora, comecei a ficar sem ar e com batimentos acelerados. Ela achará melhor me dar calmantes e me acordar quando os dois illyrianos voltassem.

Emerie que trouxe os medicamentos um pouco depois, acabou perdendo a dosagem conforme eu entrava em uma espécie de pânico.

Os céus já estavam escuros, com a prestigiada presença das estrelas que ajudavam a lua a enfeitar perfeitamente a noite. Meu quarto estava iluminado por algumas velas fracas em pontos estratégicos. Ninguém deixava meu quarto escuro desde o incidente com a alucinação.

Apoiei os braços atrás do corpo para me sentar, o repuxar dos lençóis fez Gwyn se mexer abrindo os olhos.

— Você acordou — avisou ela.

Eu podia dizer o mesmo.

— Eles voltaram?

Tive medo de tudo ter sido um sonho como o que acabar de ter.

A sacerdotisa ergueu o tronco e sorriu sonolenta, adorável e carinhosa. Foi a resposta mais sincera que tive, meu peito estufou e soltou com a respiração que passou forte por minha boca.

Court of Light and HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora