O casamento forçado

Trabalho

Marcos

Eu queria poder voltar no tempo pra nunca ter conhecido essa garota e muito menos feito a besteira de me casar com ela. Nunca conheci nenhuma mulher assim, que gostasse de me tirar do sério dessa maneira. Durante o jantar, ela tentava de provocar de diversas formas, mas se ela acha que dessa maneira eu a deixarei ir, ela está completamente enganada.

Confesso que achei que as coisas ficariam mais fáceis, depois que ela começasse a morar aqui. Achei que o conforto, o dinheiro, uma boa posição social iria mudar a cabeça dela, que o fato de se casar com um homem como eu, iria bastar no final das contas, mas pelo que estou vendo não basta. Como percebi, que se continuasse em casa, provavelmente iríamos acabar brigando, por isso avisei que iria sair, mas ela disse que pouca se importava. Essa garota quer medir forças mesmo comigo, mas se é guerra que ela quer, é isso que ela vai ter.

Resolvo ir até o cassino dar uma olhada nos negócios. Estava no balcão do bar, tomando um copo de vodca, quando uma voz feminina diz:

- Olha só quem resolveu aparecer.

Viro para o lado, vejo Andressa, com um vestidinho vermelho. Ela era uma tremenda gostosa, nós saímos as vezes. Dou um sorriso, me levanto, dou um beijo na bochecha dela e volto a me sentar.

- Muita correria.

Coloco uma das mãos no balcão, então ela diz:

- E essa aliança?

Droga! Esqueci de tirar.

- O que tem?

- Você está casado?

Que garota curiosa.

- Isso não é da sua conta Andressa. 

Me levanto, pego minhas chaves que estavam no balcão e falo:

- Vamos sair daqui ou você prefere ficar aí sozinha?

- Eu vou com você.

Ela se levanta, mas eu faço um sinal com a mão pra ela esperar.

- Não vamos sair juntos, eu vou na frente, estou te esperando no meu carro.

Ela fica indignada:

- Sério isso, Marcos?

- Ninguém está te obrigando Andressa, se você quiser ir, será na minha condição. Se não quiser, tem outras mulheres que vão aceitar de muito bom grado.

- Tudo bem, desculpa.

- Daqui 5 minutos, você vai.

- Ok.

Agora que estou casado, tenho que tomar mais cuidado com os encontros, até porque logo vamos tornar público o casamento, então não posso vacilar. Entro no carro, depois de alguns minutos, Andressa entra também e vamos para a casa dela.

...

Como cheguei tarde ontem, nem vi a Elena e assim é melhor. Acordo, me arrumo para ir ao escritório, pois minha semana de férias acabou, então de volta a rotina. Tomo um café rápido, como era muito cedo, suponha que Elena ainda esteja dormindo.  Termino meu café e vou para o trabalho.

Estava na minha sala, analisando alguns papéis, quando Vinicius entra e já vai sentando.

- E aí como estão as coisas? Espero que vocês não tenham brigado ontem depois que eu fui embora.

Continuo concentrado no meus papéis.

- Não, depois que você foi embora, eu saí, quando avisei que iria sair, ela disse que não se importava. 

- Sério que ela disse isso?

- Sim, aquela mulher tem a missão de me enlouquecer só pode.

- Isso eu tenho certeza. Você está achando isso porque ela é basicamente a primeira mulher, que caí aos teus pés, ou faz todas as suas vontades pelo simples fato de você ser Marcos Morello.

Nessa hora olho pra ele.

- Não é isso.

- É sim Marcos, eu te conheço, ela está te intrigando, mexendo com você.

- Até parece Vinicius, acho que você está começando ver coisas onde não existe. Ela não me intriga, apenas me irrita.

Ele ri.

- Tá Marcos, se você diz. Mas para onde você foi ontem?

- Fui para o cassino, onde encontrei a Andressa, acabamos indo para a casa dela no final.

- Marcos, Marcos, você é um homem casado.

- Não enche Vinicius.

Ele deixa uns papéis na minha mesa, se levanta e diz:

- Vou nessa.

Ele saí e meu celular toca. Pelo visor vejo que era Rodrigo.

Ligação on

- Oi Rodrigo.

- Oi filho, como você está? Soube que você ficou de férias.

- Estou bem e o senhor? Precisei cuidar de algumas coisas pessoais.

- Estou bem também. Espero que esteja tudo e que tenham dado tudo certo.

- Deu sim.

- Que ótimo. Queria te convidar pra jantar conosco na sexta-feira, coisa simples de família mesmo.

Não sei se é a hora ideal pra apresentar a Elena ao Rodrigo. Ele percebe meu silêncio e diz:

- E não aceito não como resposta.

Não tem pra onde fugir mesmo. 

- Tudo bem, eu vou.

- Ótimo meu filho, vou te esperar então.

- Ok.

- Até sexta.

- Até filho.

Ligação off

Espero que esse jantar ocorra a mil maravilhas, o apoio e aprovação do Rodrigo é crucial não só pra mim como para minha carreira.