Nada.
eu sou um mar de miscelânea, abrasamento, e instintividade.
realmente quer nadar?
então nada.
mas nada sabendo que vai afogar, e que talvez não se salve.
talvez no último minuto você consiga ir até a superfície, e consiga sentir um último raio de sol tocar sua face uma última vez, mas e se ainda assim você for engolido e puxado de volta pelas minhas ondas?
então nade.
mesmo sabendo que a pressão vai te devastar, te mastigar e te engolir para mais fundo.
mesmo sabendo que isso custará sua vida, nada.
nada até achar que conseguiu subir outra vez e recuperou o fôlego, até achar que encontrou um navio e conseguiu fugir das minhas águas secas e cortantes, mas assista a minha tempestade ir à tona em você, assista a a chave do seu cadeado naufragar, afundar outra vez sem esperanças, veja sua chave se perder em mim e aceite.
porque depois que você nada no meu mar, amor, minhas águas ásperas nunca mais o libertará, nem em seus delírios mais reais.
e mesmo assim me prometa, que mesmo que suas forças acabem e sua respiração cesse, você vai para sempre nadar.
porque eu preciso que você nade sem parar, dentro de mim.
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Heartless
PoésieNão leia este livro se não quiser entrar nos lagos mais privados da mente de uma adulta com alma adolescente.