CAPITULO 01

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Pov: Katherine

Aqui estou eu, nesse momento dentro de um carro indo para uma pequena cidade, se não me engano o nome é "Hawkins", até o nome é esquisito. Porque estou indo para lá? Lhe garanto que não é por vontade própria. Resumindo, a dois anos no aniversário da minha mãe, estávamos comemorando, ela tava grávida e também descobrimos o sexo do bebê, era uma menina, sempre quis ter uma irmã. Fizemos um bolo surpresa para ela, tava tudo lindo até que... dois homens entraram na nossa casa armados, eu não entendi muita coisa, mas percebi que meus pais conheciam eles, minha mãe virou com uma expressão de desespero me abraçou e disse para correr sem olhar para trás, para o meu esconderijo na floresta, eu tinha uma barraquinha lá, onde sempre ia brincar, ela repetia "corra sem olhar para trás" e depois disso a memória toda se torna um borrão, só me vejo correndo e escuto tiros, e os gritos dos meus pais, eu chorava mas não parava de correr, e é o meu maior arrependimento, eu devia ter voltado e morrido com eles, e com a minha irmã. Passei dias na minha barraca, chorando o tempo todo, estava em um choque que não me permitiu reagir ou sair dali, até que um dia eu levantei de lá e voltei para minha casa, a mesma estava trancada mas eu sabia entrar pelo alçapão do porão, então foi o que fiz. E foi quando entrei ali que percebi que algo dentro de mim morreu, e não voltaria mais, assim como a minha família. Passei dois anos escondida na casa, todos achavam que a casa estava abandonada e eu tinha sido pega pelos assassinos da minha família, até que uma noite quando eu tava dormindo, umas crianças idiotas resolveram entrar na minha casa para completar um desafio tosco, eles chamavam de casa assombrada, um garoto me viu dormindo e chamou os outros, os idiotas avisaram aos pais que chamaram a polícia, eu era menor de idade, não podia morar sozinha, quiseram me levar para um orfanato, aliás minha família tava morta, foi aqui que lembrei da minha tia que morava em Hawkins, liguei para ela e ela falou com a polícia, aceitou ficar comigo e agora um oficial tá me levando para a casa dela. Depois de uma longa viagem, chegamos. Saio do carro e caminho até a porta da casa, o oficial tira minhas malas do carro e eu toco a campainha, logo a porta é aberta.

Ah meus Deus, Katherine que bom ver você - ela fala com empolgação demais para alguém que só me viu quando eu tinha 6 anos.
Ah, oi tia Karen, é bom ver você também - forço um sorriso e sou surpreendida com um abraço apertado.
Vem, entra querida - ela me puxa para dentro.
Era uma casa legal, bem casa de rico mesmo, enquanto observo a casa ela fala com o oficial, pega minhas malas e faz o cara ir embora.
Fique a vontade Katherine, vou lhe mostrar seu quarto - ela diz e começa subir as escadas, eu a sigo.
Hum, onde estão Mike, Nancy e a Holly? - pergunto pois esperava ve-los assim que chegasse.
Mike já deve chegar da escola, Nancy saiu mais cedo, não sei onde ela foi, mas deve chegar logo também e Holly ta dormindo. - ela diz e vira para a esquerda seguindo por um corredor, até que para na frente de uma porta e abre a mesma - aqui está, espero que goste, você pode decorar como quiser, ok?
Uhum, obrigada. - adentro o cômodo, é bem grande, tem uma janela que dá vista para rua e a cama é enorme.
Ela me deixa lá, e eu desfaço as malas.

Se passaram algumas horas quando alguém bate na minha porta.
Entra - digo trocando a fita do meu toca fitas e subo o olhar logo me deparando com a cara sorridente de Mike.
KATH! - ele fala animadasso e eu dou um pequeno sorriso, eu gostava de Mike, o problema não era ele, era eu, não conseguia gostar de ninguém como antes, vejo a animação dele morrer um pouco quando vê que não é retribuído.
Oi Mike, faz um tempo - digo e levanto da cama.
É, bastante - ele se aproxima apreensivo, sei que quer me dar um abraço mas parece que não sabe se é o certo a se fazer, penso e falo.
Esperava uma recepção mais calorosa Wheeler - sorrio de lado e enfim o garoto me abraça, dessa vez ele é retribuído. Sentamos na cama e eu pergunto - novidades?
Bom, você já tá matriculada na minha escola, começa segunda - ele diz e sorri.
Ah Mike e desde quando escola é uma novidade? - me deito na cama olhando para o teto e escuto ele rir.
Na verdade você vai ser a novidade da escola - ele fala, depois em um tom mais brincalhão e completa - já tô vendo os caras babando em você.
Idiota - falo jogando um travesseiro nele - eu vou ser apenas uma garota invisível, como sempre gosto de ser, não vou me aproximar de ninguém e muito menos permitir que alguém se aproxime.
Mas Kath, fazer amigos é bom, vai ajudar você a se destrair - ele fala em um tom calmo.
Não preciso de humanos para distração, tem algo muito melhor - ele me olha confuso e eu completo - música.
Ele dá um sorrisinho, fazendo sinal negativo com a cabeça e continuamos conversando por um tempo, até que a tia Karen chama a gente para almoçar.
O dia foi passando, Nancy não voltou para casa ainda e já era noite, fico surpresa, até onde eu conhecia Nancy era certinha e o orgulho dos pais, passar o dia fora e voltar tarde não era muito a cara dela.

AMOR INVERTIDO (Eddie Munson) Onde histórias criam vida. Descubra agora