Capítulo 9: Perguntas

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O trabalho na manhã seguinte foi entediante. Depois de tudo o que aconteceu neste fim de semana eu estava um pouco desapontada que nada mais estava acontecendo. Perguntei a um dos detetives se havia alguma coisa que eu poderia fazer por eles, mas todos eles estavam chegando vazios. Era como se os crimes tivessem parado repentinamente, o que era inacreditável. Principalmente em São Francisco. Eu estava olhando para o meu computador, observando o pequeno mostrador no relógio girar e girar a cada minuto que passava. Eu bocejei e quando abri os olhos havia uma pasta na frente do meu rosto e um dos detetives estava olhando para mim. Olhei para cima para ver quem era e quase gritei. Detetive Conner estava olhando para baixo do meu top e ele estava sorrindo para mim. 

"Seja uma boa menina e coloque todas essas informações no sistema para mim?" - ele perguntou e eu o encarei. 

"Imediatamente senhor." Eu pego a pasta de sua mão e volto para meu computador, abrindo o programa de software e assim que o arquivo abre, eu olho para o nome que está no topo. Eu quase tive uma ânsia de vômito quando vi de quem era o nome, era o nome de Leif. No arquivo estava a foto de seu cadáver, a aparência está a mesma de quando eu o vejo, exceto pelos olhos fechados e uma perfuração à bala em sua têmpora. Comecei a colocar as informações sobre a morte dele, até os mínimos detalhes. Quando eu terminei, fui até a mesa do Detetive Conner e decidi dar uma de detetive também.

"Alguma pista sobre o serial killer?" Eu perguntei e ele balançou a cabeça, pegando a pasta de volta. Ele estava recostado em sua mesa com os pés para cima, bebendo um café. Eu tive que segurar para não revirar os olhos. Ele não estava ocupado, ele só não queria fazer nenhuma de suas tarefas.  

"Nada ainda. É como se toda vez que achássemos um corpo, não tivesse evidências." Ele fala. Eu sabia que isso não era verdade. Sempre tem que ter alguma evidência, não tem como não ter nenhuma. Mesmo sendo a menor evidência possível. Eu sabia que não estavam fazendo os seus trabalhos, mas eu não tenho autoridade e não posso reportar o Detetive Conner para o delegado. 

"Então sobre esse homem? Alguma coisa?" Eu perguntei, apontando para a pasta na mesa dele.

Ele encolheu os ombros e sentou-se em sua cadeira  "Não tem nada. Nós nem sabemos se ele tinha alguém quando estava vivo. Estamos achando que ele pode ser o serial killer. Não teve nenhum corpo desde a morte dele" Eu fico pálida e quase engasgo com minha própria saliva. Eu não tive a chance de responder, pois um detetive chega para conversar com Conner, cortando assim nossa conversa. 

"Todos nós sabemos quem é o Serial Killer, e é o Cade Brown... Nós simplesmente não podemos rastreá-lo para qualquer das vítimas!"

"Mas-" Eu ia falar para eles que Leif trabalhou para ele e que ele tinha descoberto tudo o que Cade Brown estava fazendo, mas eu sabia que se eu abrisse a boca eu teria mais problemas do que se eu a mantivesse fechada. Eu não iria explicar que eu era a melhor amiga de um fantasma.

O detetive Conner olha para mim ansioso "Mas?"

Eu balanço a cabeça "Nada não... E boa sorte com o  caso". Eu murmuro e vou embora. Eu sabia que se eu ficasse um pouco mais, eles iriam me deixar louca e eu sabia coisas que eu não deveria saber, especialmente porque eu nem conhecia Leif na vida real. Que bizarro, ele está morto e eu o conheço bem melhor agora. Eu fui para minha mesa e sentei, esperando que o relógio vá mais rápido e eu fiquei grata quando alguém entrou parecendo desgrenhado e queria falar com um policial. Eu sabia que é errado desejar que algum problema acontecesse, mas eu já estava entediada e queria ação. Tem horas que eu gostaria de trabalhar na força policial, ao invés de ficar presa nessa mesa todo dia. Eu acho que a culpa é minha. Eu fui a que quis trabalhar atrás da mesa.

O teu fantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora