Na manhã seguinte, eu mal tinha acordado quando meu celular tocou ao meu lado, eu tinha ligado o vibrador para que não me acordasse e quando apertei o botão de atender sem nem checar o identificador de chamadas, me arrependi instantaneamente.
"Até que enfim, você atendeu!" Eu ouvi e imediatamente suspirei ao celular
"Oi Catherine" Eu murmurei e esfreguei meus olhos cansados, pegando todo o sono para fora deles. Catherine era minha amiga, bem mais como uma conhecida e ela sempre teve o hábito de me ligar sempre que queria sair para festa e queria que eu me certificasse de que ela chegasse bem em casa. Eu era basicamente uma babá.
"Então, eu estou indo para Cinde hoje à noite e você precisa estar lá" Revirei os olhos e a ouvi tagarelar sobre o clube e como seria incrível.
"Catherine, não posso esta noite. Talvez outra hora!" Eu disse a ela. Eu tive toda a intenção de ficar e trabalhar no caso com Leif.
"Ah... Tem certeza que não pode vir? Eu vou bancar!" Eu ri e depois suspirei porque sabia que nunca poderia recusar comida de graça.
"Tudo bem..." Murmurei apertando a ponte do meu nariz "Mas não irei beber, tenho que trabalhar amanhã de manhã, prefiro não estar de ressaca"
Ela deu um grito e então me deu as instruções para buscá-la na casa de seu novo namorado. Ela troca de namorado bem facilmente, que nem uma criança troca barras de chocolates. Depois de conversar um pouco, desliguei o celular, me espreguicei e olhei para Sammy, que rolou de bruços para fazer carinho nela.
"Vamos Sammy, vamos levantar!" Eu disse a ela e ela latiu uma vez antes de sair do quarto e descer correndo as escadas até a porta dos fundos. Eu a deixei sair e fiz o café da manhã, mas então percebi que Leif não estava por aqui. Ele provavelmente estava ocupado tentando encontrar uma maneira de tirar aqueles papéis do prédio sem que eu tivesse que entrar lá. Sorri com a proteção dele. Sacudi-me desses pensamentos e continuei com minha manhã.
Às onze e meia, decidi sair em uma caminhada com a Sammy. Leif apareceu e parecia alarmado enquanto andava de um lado para o outro na frente do meu sofá.
"O que está acontecendo?" Eu perguntei a ele e ele suspirou.
"Eu não consigo fazer isso. Eu não consigo mover as caixas. Eu tentei usar meus poderes várias vezes, mas simplesmente não funciona. Eu só consigo abrir portas e destrancar fechaduras. Parece que uma força maior e misteriosa não me deixa mexer naquelas caixas."
De repente, dei um tapa na minha testa e Leif olhou para mim como se eu fosse louca.
"A solução para este problema está bem na nossa frente. Tecnologia. Envie todos os documentos por e-mail e depois posso ir à polícia com provas concretas. Não será fácil, mas podemos fazer isso! Estou indo hoje à noite em um clube com uma colega, mas amanhã posso fazer tudo na delegacia. Por que não pensei nisso antes!"
Leif balançou a cabeça "Celine, você sabe como isso é perigoso? Cade Brown rastreia tudo, até e-mails. Seria impossível."
"Impossível é apenas uma palavra que as pessoas usam quando uma situação é difícil, mas possível, e esta é uma delas. Use seus poderes para redirecionar os pings que o e-mail envia e criarei um e-mail falso para encobrir. Isso pode funcionar Leif!" Eu disse a ele e fui até meu laptop, pensamentos de uma caminhada com a Sammy completamente esquecidos, sentando e fazendo exatamente o que eu disse. Criei uma conta de e-mail falsa e configurei tudo para ser real, até incluí uma foto de alguém que encontrei no google. Qualquer maneira que eu pudesse jogar fora o algoritmo.
Ele suspirou "Tudo bem. Mas você precisa estar preparada caso isso não funcione. Eu odeio ter que lhe dizer isso, mas você precisa encontrar um lugar para ficar depois de enviar as evidências. Eles não podem fazer nada comigo, eu já estou morto." Ele veio até onde eu estava sentada no sofá e se agachou na minha frente, fechando lentamente o laptop com seus poderes.
"Celine, você está viva." Ele engoliu em seco "Se eu puder te manter viva! Com certeza vou e se isso significa te mandar embora eu vou fazer isso." O buraco no fundo do meu estômago aliviou um pouco e foi substituído por outro desconhecido. Eu sabia que estava me torturando porque estava começando a realmente gostar dele, mas também sabia que quando tudo isso acabasse, ele iria embora e eu ficaria sozinha.
"Tá... O que você sugere?" Eu perguntei e ele sorriu.
"Sua mãe ainda está viva?"
Eu arregalei os olhos, de jeito nenhum eu iria ficar com ela ou mesmo falar com ela. Eu não estava brava com ela, por assim dizer, mas não estávamos exatamente nos falando.
"Não vou trabalhar. Que tal eu usar minhas férias e viajar para algum lugar?" Eu perguntei a ele e ele deu de ombros.
"Depende de você. De qualquer forma, os planos precisam ser feitos antes que você caia. "
"Você está certo. Vamos começar."
-
Duas horas depois, eu estava sentada com passagens compradas com um nome falso, um veículo alugado com outro nome falso e uma casa nas montanhas canadenses onde eu ficaria escondida até que tudo isso acabasse. Eu tinha conseguido convencer um ex-amigo meu a me fazer um passaporte falso também. Eu sabia que era errado e que eu trabalhava para a polícia, mas essa era minha única opção segura.
Pelo resto do dia eu fiz minhas tarefas domésticas e tentei me concentrar em sair hoje à noite enquanto Leif foi e fez algumas coisas com o computador e endereços IP. Eu não queria saber muito sobre isso, então deixei ele fazer o que queria.
Quando deu oito horas e eu ainda não tinha ouvido nada do Leif me levantei e fui para o meu quarto me vestir para sair com Catherine. Quando terminei de me arrumar em um vestidinho preto, enrolei meu cabelo, estava pronta para ir. Entrando no meu carro programei meu GPS para o endereço que ela me deu e quando parei na casa, Catherine, e dois caras que eu não conhecia estavam saindo da casa. Um dos caras estava segurando o braço de Catherine, então ele deve ser o namorado dela. O outro cara estava seguindo atrás deles parecendo mal-humorado. Ele estava com as mãos nos bolsos e parecia deprimido por estar aqui.
Quando os três entraram no carro, Catherine ficou muito feliz em me ver.
"Já faz muito tempo, garota! Me dê um abraço!" Eu passei meus braços ao redor dela. Ela havia perdido ainda mais peso desde a última vez que a vi e seus olhos estavam vidrados. Eu vinha dizendo a ela no ano passado que ela precisava se cuidar melhor e parar com as drogas, mas ela me disse que estava vivendo sua melhor fase e para deixá-la em paz.
"Então, Celine, aquele garanhão no banco de trás é Dominic, ele é meu homem e o que está sentado ao lado dele é Caellus, mas todos nós o chamamos de Cael para abreviar!" Sorri para os dois e disse olá, mas Cael apenas acenou com a cabeça enquanto olhava pela janela.
Eu tinha a sensação de que esta seria uma longa noite.
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O teu fantasma
ParanormalCeline é uma pessoa incomum, desde pequena ela ouvia fantasmas, e os ajudava a atravessar para o outro lado, mas um dia quando um fantasma apareceu para ela do nada, ele perguntou por o pedido mais estranho. Ele precisa dela para ajudá-lo a resolver...