Chapter 4

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Harry recuou da sala de estar, lutando contra a vontade de olhar por cima do ombro para ver se Riddle o seguia. Ele correu para a cozinha e alcançou a fechadura - não havia nenhuma maneira no inferno que ele estava deixando Riddle comer com ele.

Mas Harry parou. Não havia ferrolho para trancar, nenhuma chave para girar.

Gelo desceu por sua espinha quando algo ocorreu nele. Desde que entrou na casa, ele não tinha visto uma única fechadura em lugar nenhum, nem mesmo os fechos das janelas. A casa inteira estava aberta. Harry não poderia manter Riddle fora, mesmo que tentasse.

Riddle poderia ir e vir como quisesse. Ele poderia se plantar na presença de Harry como uma nuvem negra sempre que quisesse. O pensamento fez Harry se sentir ainda mais preso, a casa de repente pequena, a ilha minúscula. Seu isolamento o atingiu mais forte do que nunca.

No fogão, a sopa borbulhava, as velas tremeluziam e Harry sentiu o peso do desespero cair sobre ele como uma capa.

Ele não tinha percebido quanta força ele estava usando para manter sua cabeça flutuando. Ele estava disposto a si mesmo, dia após dia, a não pensar no Carcerem. Fique ocupado. Construir fogueiras. Bombeie o poço. Caminhe até o corujal. Caminhe até a casa de barcos. Sobreviva e não olhe . Sobreviva e não pense . Sobreviva e não sinta .

Sobreviver, sim. Mas viver? Isso não parecia viver. Sua promessa aos amigos naquela manhã já estava se dissolvendo em palavras sem sentido. Continue vivendo? Como alguém continuou vivendo quando não havia nada pelo que viver? Harry pensou que a tarefa de matar Voldemort seria seu maior desafio. Ele estava errado. Fazer um lar com o homem era uma montanha que Harry não conseguia imaginar conquistar.

Um brilho dourado chamou sua atenção, chamando sua atenção como um farol na mais escura das noites. Será que o Carcerem conjurou um pomo para ele ajudar a passar o tempo?

Mas não era um pomo. Era uma maçaneta. Harry franziu a testa em confusão. Havia apenas duas portas na cozinha, a que dava para o hall de entrada e a que dava para o porão. Esta porta ao lado da caixa de pão era nova.

Harry hesitou. Ele não confiava no Carcerem, mas qualquer coisa que ele conjurasse poderia conter respostas. Riddle era assassino e louco, mas inteligente. Se ele acreditava que havia outra saída para o Carcerem, então talvez Harry devesse estar se esforçando para encontrá-la. Encontre-o antes de Riddle e guarde-o dele. Hermione foi a única a apontar sua tendência de salvar pessoas. Bem, só porque ele estava preso dentro de um artefato mágico não significava que ele tinha que parar de cuidar deles. Eles estavam seguros enquanto Riddle estivesse aqui. Harry colocou a mão na maçaneta dourada e deu uma volta.

Ele entrou em uma despensa com feijão e especiarias e varinhas de alcaçuz.

"Harry, você poderia me trazer a canela?"

Harry se virou tão rápido que quase caiu. Ele agarrou uma prateleira para manter o equilíbrio. Ele conhecia aquela voz, embora só a tivesse ouvido algumas vezes.

"Harry?"

Uma mulher com longos cabelos ruivos escuros apareceu no batente da porta. Seus olhos verdes olharam para ele com expectativa.

"O que?" Harry resmungou.

"A canela", disse sua mãe. "Para o pudim. Depressa, eu tenho que continuar mexendo – oh, droga !" Ela desapareceu de vista e Harry, com o coração na garganta, correu atrás dela.

A cozinha não era da tia Petúnia. Era aconchegante e acolhedora com um vaso de flores azuis no peitoril da janela e botas de chuva enlameadas ao lado da porta. Sua mãe apontou a varinha para uma panela no fogão. A colher que havia parado de mexer rapidamente recomeçou. O cheiro distinto de leite queimado permeava a sala.

Of Your Making • Tomarry FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora