Refúgio

Capitulo 01

Notas Iniciais - Autora
Antes que comecem a ler, tenho alguns avisos. O primeiro: a história é +18. O segundo: a história já está terminada, então eu só vou soltando os capítulos periodicamente de acordo com o desejo de vocês. O terceiro: é uma história curta, no máximo sete capítulos (se vocês gostarem eu posso considerar uma continuação). O quarto e último: está longe de ser uma adaptação, mas eu reciclei alguns aspectos de Kyss Mig que é um filme que amo muito.
No mais, boa leitura para todos, espero que gostem de ler porque eu amei escrever essa história e desenvolver as personagens <3

Capítulo 01 - Bem Vinda à Família

As fortes rajadas de vento faziam Carina se encolher no carro alugado, mas não era incômodo o suficiente para fazê-la fechar a janela. Queria aproveitar inteiramente a brisa americana, sentir o que os estado-unidenses sentiam, se tornar parte do lugar.

É a primeira vez que Carina visita o país desde que a sua mãe e irmão se mudaram para cá. Não foi fácil os incentivar a sair da Itália, mas ela achou necessário que a sua família recomeçasse a vida sem a sombra pesada do seu pai psicótico. É claro que não foi premeditada a morte de quatro pacientes nas mãos de Vincenzo DeLuca, mas isso não deixou de atingir negativamente toda a família na Itália, principalmente Carina, que foi a única a ficar no país.

Apesar das dificuldades, a garota nunca mudou de ideia sobre a sua vida profissional. Em alguns anos se tornaria uma médica renomada, gostava de pensar, e traria o nome da família de volta aos dias de glória.

Não era capaz de julgar sua mãe e irmão por buscar uma vida nova na América e por isso estava dirigindo agora em direção à nova casa deles, Lucia DeLuca havia conhecido um novo amor e não abriria mão da presença de sua filha mais velha na cerimônia que seria em alguns dias, por isso, Carina fez questão de desacelerar as matérias da faculdade e o estágio que fazia.

Assim que chegou ao bairro do subúrbio, a italiana percebeu o quanto a casa parecia imparcial. A fachada era de um branco alvo e a grama estava bem cortada, apenas como todas as casas do quarteirão. Ela se aproximou da porta da frente e antes que pudesse bater, a maçaneta girou, revelando do outro lado o seu irmão caçula. Andrea devia ter 10 anos na última vez que se viram e agora ele era quase do tamanho da sua irmã mais velha, eles não perderam tempo e se chocaram um contra o outro, Carina enlaçou os braços de maneira protetora ao redor do irmão, que tornou o abraço mais intenso, espremendo a irmã contra si.

— Andrea. — sussurrou em um fio de voz, como se o nome tornasse o momento mais real e palpável.

Ela deslocou uma das mãos até os cabelos negros do irmão, apesar de muito maior do que se lembrava, Andrea ainda é menor do que ela, o que a fez sentir abraçando-o quando ainda era uma criança. A moça bagunçou os fios lisos e inalou o cheiro de shampoo.

— Eu senti tanto a sua falta. — ele finalmente diz, afastando o suficiente para encarar os olhos castanhos da irmã — È una donna adulta.*

— Eu também senti sua falta, tesoro.* — Carina seca algumas lágrimas — Onde está mamãe?

Andrea trouxe a irmã para dentro, ainda tentando conter a emoção. Quando encontraram a mãe, nos fundos da casa, tornaram a chorar e trocar abraços saudosos.

— Lane está fora com a filha, estou ansiosa para apresentá-los. — Lucia DeLuca diz preparando um expresso — Ele é um homem muito seguro, vocês vão se dar bem.

Carina acenava com a cabeça, avaliando minuciosamente a expressão do irmão caçula, que não parecia concordar com a mãe.

Alguns minutos se passam desde a chegada de Carina quando um garoto descabelado adentra o cômodo, todos se calam e o encaram curiosamente, principalmente a primogênita dos DeLuca.