O dia amanhece quente, as cobertas incomodam Carina e o sol arde acima de sua cabeça. Mas nada se comparava à voz insistente de Maya enquanto ela sacudia os ombros da mais velha.
— Vamos lá, está manhãzinha, nós voltamos antes do almoço. — ela diz e apoia os joelhos em em cada lado do corpo de Carina — Eu prometo que não vamos muito longe, você não vai nem sentir.
— Maya, você não vai me tirar da cama às 06h da manhã em um sábado. — choraminga com a voz de sono.
— Por favorzinho. — a loira insiste — Não vai deixar sua irmã caçula sozinha no meio do mato, né?
Carina finalmente abre os olhos e fita a mais nova, os olhos azuis estão cheios de expectativa e ela não poderia dizer "não" para isso. A verdade é que, um dos segredos obscuros da jovem DeLuca, é não saber negar qualquer pedido a uma garota bonita. Não é sobre flerte, é sobre ter nascido para acatar qualquer requerimento de uma bela mulher.
Vencida pelo cansaço, a italiana se levanta, fazendo questão de atirar Maya onde estava deitada antes e distribuir cócegas em sua barriga, o que faz a loira gargalhar.
— O que eu preciso levar? — questiona.
— Nada. — Maya prende a mochila em suas costas — Já tenho tudo sob controle e deixei um bilhete preso na geladeira. Apenas vista algo confortável.
Em menos de cinco minutos, as duas já caminhavam em direção ao arvoredo, Maya com um sorriso vitorioso nos lábios enquanto Carina tentava despertar o seu corpo para o que estavam prestes a fazer.
À medida que adentravam a vegetação, Maya explicava que já visitou a ilha algumas vezes quando criança e que conhecia bem a trilha até a cachoeira. Ela tagarelava sobre vegetação, altitude e insetos, tudo o que a italiana não queria saber num sábado de manhã. A falação fez Carina desejar que o aparelho da mais nova se convertesse em algemas labiais.
— Você não fala muito, não é? — Maya questiona quando estão atravessando alguns trilhos antigos.
— Na verdade, eu falo bastante, mas não tão cedo.
— Eu não falo muito, mas você faz com que eu queira falar. — admite.
Elas caminham em direção a um paredão levemente inclinado e Carina para de caminhar assim que vê a loira fazendo menção em escalar.
— Você só pode estar brincando comigo. — ela diz negando com a cabeça — Eu prefiro estar inteira até o fim do dia.
— Não é tão íngreme quanto parece. — Maya garante e segura a mão da morena — Eu te pego se precisar.
— Está flertando comigo? — levanta as sobrancelhas e a loira sorri — Estava me acusando de flertar com o seu irmão e agora está flertando comigo.
— Não estou. — a mais nova garante sorrindo.
O caminho para cima é custoso. O barro está úmido, o que faz Carina escorregar algumas vezes, mas conta com o apoio do corpo de Maya e algumas pedras para se estabilizar. Aquilo era uma das coisas mais perigosas que havia feito em muito tempo, estava escalando um paredão sem equipamentos de segurança, quais as chances de dar certo?
Quando o seu corpo deu o último impulso para frente, sendo auxiliado pelos braços de Maya, Carina deu um suspiro audível e caiu deitada no topo.
— Você precisa abrir os olhos. — a loira pediu se sentando ao seu lado.
Assim que obedeceu, teve uma das melhores visões. Dava pra ver Seattle inteira dali de cima, ou pelo menos imaginava que sim, já que não conhecia as dimensões da cidade.
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Refúgio
RomanceMaya e Carina são duas adolescentes que se veem envolvidas em uma paixão às vésperas do casamento de seus pais, apesar de ser recíproco, o amor não é fácil para nenhuma delas. Classificação +18