Capítulo 05

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CINCO

POV VEGAS

– Meu pai tem problemas com álcool...por isso veio apenas eu e Macau para a casa da vovó, nós não víamos a hora de deixar aquele homem – Abaixei minha cabeça desviando o olhar, na verdade, eu estava com um pouco de vergonha da minha situação, mas rapidamente Pete pegou em meu queixo e me fez olhar pra ele.

– Está tudo bem, tá bom? Eu estou do seu lado – Suspirei e logo voltei a falar.

– Ele fica bêbado quase todos os dias, mas nos finais de semanas são piores que é quando ele se encontra com amigos, e quando ele volta pra casa, ele está completamente fora de si. Ele chega a ba... – Hesito em falar, parece que se forma um nó na minha garganta que não me deixa terminar a frase. Inconscientemente, levo minhas mãos em minha bochecha onde várias vezes foi onde apanhei, então faço uma carícia de leve.

Pete de repente tira minhas mãos de minha bochecha e as envolve com as próprias mãos.

– Eu já entendi – Ele leva uma de suas mãos até o meu cabelo onde começa a fazer um carinho suave até que olha diretamente em meus olhos. – Você ou Macau já pensaram em chamar a polícia?

– Já, até chamamos uma vez na verdade, mas acabou que...não deu muito certo. A polícia disse que não tinham provas o suficiente para prendê-lo, então logo o soltaram, mas até aí ele já tinha descoberto sobre nossa denuncia e, você sabe...foi bem pior depois.

– Vegas... – Pete me olhava com uma cara de dó, a cara que justamente eu não gostava que me olhassem...mas entendo que ele esteja preocupado também. – Tem alguma coisa que eu possa fazer pra ajudar?

– Está tudo bem, Pete. Não se preocupe, assim que eu me formar e Macau terminar o ensino médio, nós vamos morar com a vovó e finalmente sair daquele inferno – Suspirei.

POV Pete

Tinha se passado dois dias desde que eu contei para Vegas a verdade sobre meu medo do mar. Eu me sentia mais...aliviado? Como se eu tivesse tirando um peso enorme das costas. Eu confio em Vegas e sei que ele não iria me julgar por isso, muito pelo contrário, ele me ajudou e me apoiou.

Quase todos os dias quando vou pra casa de sua avó ele está lá e ficamos conversando por horas. Vegas era uma pessoa muito legal de se conversar, descobrimos algumas coisas em comum como alguns grupos de k-pop que gostamos, músicas, séries e até algumas manias.

Quando as férias dele acabarem, definitivamente vou sentir falta.

Aquele dia que contei tudo pra ele, Vegas se abriu comigo também, uma coisa que eu não esperava. Seu pai era nojento e repugnante, deveria estar na cadeira, não consigo imaginar Vegas e Macau apanhando desse homem, só de pensar nisso já fico com uma raiva extrema, queria conseguir fazer algo a respeito, queria poder proteger eles de alguma forma...

Já era duas horas da tarde quando eu estava no bar do Porsche e do Chay ajudando ambos com os clientes. No período da tarde ia bastante gente e infelizmente alguns dos funcionários tinham se demitido, então eles me chamaram pra dar uma ajuda.

Eu estou trabalhando desde as sete horas da manhã, estou exausto, só queria umas férias de tudo. Suspiro e volto a servir os clientes rapidamente enquanto Chay anotava os pedidos e Porsche preparava as bebidas. Tinha gente do lado de fora esperando alguma mesa pra poder entrar, o bar não era tão grande então não cabia muita gente, então acabava por lotar rapidamente.

Quando estou na correria de separar os pedidos e ver qual mesa pertence, sinto uma tontura um pouco leve, então encosto do balcão e começo a apertar as têmporas. Estranho...

(vegaspete) You, the ocean and meOnde histórias criam vida. Descubra agora