1. Acasos não existem

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Eu odiava festas.

Havia acabado de chegar aquela conclusão, quando deixei de passar a minha preciosa noite de sexta-feira fazendo maratona das minhas séries atrasadas para comparecer aquela maldita festa.

A verdade é que Sora havia me convencido de acompanhá-la. Estava saindo com Hoseok, um dos garotos da turma de populares do colégio. E eu tive que escutar toda a euforia de minha amiga por conseguir fisgar o garoto sorridente.

Então, Hoseok tinha dado uma festa em comemoração ao seu aniversário e convidou-a, e como eu sempre estava junto dela, ele acabou me convidando também por consideração.

Mas a tia Yoona, mãe de Sora, não deixaria a mesma ir sozinha para uma festa de jovens bêbados e irresponsáveis sozinha, por isso, cá estava eu.

Sozinha, é claro.

Sora havia sumido com Hoseok fazia quase uma hora e me deixado abandonada no meio de todo aquele pessoal metido.

Eu não era um exemplo também de socialização, sempre me mantendo na minha, tendo medo de pagar algum mico já que parecia haver um imã a desastres colado em mim.

Era incrível como eu me metia em confusões até mesmo quando eu não estava fazendo nada, como agora.

Foi muito rápido, eu estava observando um casal dançar bebericando meu refrigerante, e no instante seguinte a minha blusa estava ensopada de alguma bebida alcoólica com cheiro horrível.

Xinguei um palavrão ofuscado pelo volume da música e a garota bêbada a qual tinha derramado a bebida em mim já estava longe, rindo de algo irrelevante com outra garota.

Senti uma veia saltar na minha testa, inconformada e tive vontade de chorar.

Era a minha blusa novinha.

Que bosta.

- Sora, você me paga. - Amaldiçoo até a terceira geração da minha amiga, quando abro espaço em meio aquele pessoal surtado.

Não me preocupo em ser educada ao esbarrar em estranhos, já que ninguém ali parece ter algum tipo de ética.

Eu reconhecia a maioria deles dos cursos de direito, administração, enfermagem e medicina. Era o pessoal mais exibido da faculdade! Eu nem sei porque aceitei aquela patifaria, pois, sabia que ficaria sozinha.

Que droga!

Choramingo após subir o lance de escadas para o segundo andar.

Por céus! Os corredores estavam repletos de casais quase se engolindo!

Era nojento...

Procurava um banheiro ou qualquer coisa que me desse privacidade. Por isso, ainda resmungando subi o terceiro lance de escadas e o ambiente era incrivelmente mais isolado.

Ótimo.

Haviam duas portas em cada lado e o outro corredor estava isolado com fita. Um improviso para que ninguém invadisse aquela área.

Olhei para as duas portas sem saber a qual entraria.

Pus a orelha em uma delas tentando escutar algum som suspeito, e esta abriu levemente assim que minimamente me encostei.

Curiosa e um pouco assustada, espiei por trás da brecha que havia se aberto, mas não enxerguei nada.

Ufa!

- Finalmente meu Deus! - Exclamo aliviada quando fecho a porta atrás de mim e ouço apenas o mais puro silêncio. O quarto possuía isolamento acústico. Coisa de gente rica. - Eu odeio festas, odeio essa gente chata e metida a besta e a Sora vai me pagar, ah se vai! - Tateio meu celular no bolso e ainda encostada na porta mando uma mensagem pra a mesma, perguntando onde ela está, pois, eu queria embora daquela festa o mais rápido possível. - Que bosta... Tô ensopada. - Olho para a blusa rosa bebê encharcada, o tecido grudado no corpo de um jeito muito agonizante. - Quê que eu vim fazer nessa festa, meu pai?

10 beijos de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora