Capítulo 3

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"Mas querida, você é a única exceção.

A única exceção."

- The Only Exception, Paramore

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G R A C E  H I L L S

DIA DOS NAMORADOS: uma data que eu nunca irei celebrar. A escola deveria proibir um evento que envolva intimidade de casais. Parece hipocrisia, já que uma grande parte das advertências têm a ver com alunos que cabulam aula para se pegarem no estacionamento ou com os que dão beijinhos durante a troca de classe. Esse lugar abomina o amor entre alunos, mas insiste em comemorar uma data nada educacional.

Obrigada pela consideração com aqueles que ainda não encontraram o par perfeito, diretora. 

— Vai ser lindo, G. — Mitchell sorri enquanto segura a prancheta com os planos de hoje. Ela está alegre em fazer parte do comitê estudantil e auxiliar na decoração para esse dia tão... festivo para uns e outros.

— Tão lindo quanto eu, acredito. — Zombo, sabendo que a minha beleza não é algo de se admirar.

— Não começa, Grace. Você é linda, e se disser isso novamente... — Seu cérebro parece trabalhar para encontrar alguma desculpa. — Eu direi ao John que você gosta dele. — Molly bate o pé, convicta de que isso fará com que eu reconsidere a minha opinião sobre o que eu vejo todos os dias no espelho do banheiro.

— Por favor, não quero iludir o cara. — Soo irônica, achando graça do seu ato completamente infantil.

— Eu já disse que você gosta dele e ponto. — Afirma. A loira para no meio do corredor, na minha frente, fazendo-me freiar os passos. — Você acha que gosta do Dave, mas seu coração implora pelo John.

— Cala a boca, Molly. Meus ouvidos estão sangrando! — Dramatizo. Atento-me às pessoas ao nosso redor, verificando se elas chegaram a escutar o que a minha amiga acabou de, praticamente, gritar.

— Eu vou te lembrar disso no casamento de vocês.

— Depois a iludida sou eu, certo? — Franzo as sobrancelhas. — Você inventa cada coisa... — Rolo os olhos, passando por ela e prosseguindo meu caminho até a sala de aula.

— Teremos correio elegante hoje. — Aproxima-se de mim. — Bem que você poderia escrever algum bilhetinho para o Jo... — Coço a garganta, fazendo-a repensar sobre o que irá dizer. — Para o Dave.

— Mensagens de texto existem para isso, amiga. — Levanto meu celular para o alto. — Escrever à mão está fora de moda, assim como você mesma diz.

— Mas é romântico e você não vai mandar mensagem de texto, eu sei. — Diz ela. — No intervalo estaremos distribuindo os papéis para o pessoal mandar a mensagem, e pode ser enviada de forma anônima. — Cutuca meu ombro, incentivando-me. — Uma moeda, uma cartinha de amor.

Concordo com a informação, sabendo que o ganho dessa brincadeira será para a arrecadação de um bem coletivo: a nossa formatura. Talvez até seja uma boa ideia, tiraria uma fração do peso das minhas costas ao desabafar em um pequeno pedaço de papel sobre meus sentimentos amorosos com o culpado que me faz sentir assim, mesmo que seja no anonimato.

— Vai que você recebe alguma coisa do Wyn...

— Tchau, Mitchell. — Corto sua frase patética. — Passar bem.

Antes de entrar na classe, ouço sua risada. A sorte de ser a representante de turma, é que, em datas com eventos, a Molly é liberada de todas as aulas do dia para planejar as gincanas e a decoração. O que é péssimo para mim, já que terei que aturar as falas incoerentes do Ben sozinha.

Com amor, GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora