"Você pode contar comigo como um, dois, três, eu estarei lá
E sei que quando eu precisar
Posso contar com você como quatro, três, dois, e você estará lá
Porque é isso que os amigos devem fazer, oh, sim"
- Count on Me, Bruno Mars
--------------------
G R A C E H I L L S
NÃO FUI À aula hoje. O motivo não está relacionado a garotos e nem ao ranço que obtive de minha amiga. Definitivamente, a noite anterior me proporcionou uma gripe terrível, que me desmotiva a sair da cama.
Estou em meu quarto, olhando para os livros em cima de minhas pernas. Uso meu moletom de florzinhas, meias longas e fofas, e uma manta felpuda, cobrindo-me até os ombros, enquanto permaneço sentada, não sabendo ao certo o que estou fazendo. As fórmulas de geometria me deixam tonta, e espero estar melhor para realizar o teste amanhã. Empurro os livros de lado e repouso minha cabeça no travesseiro. Tenho que descansar a minha mente e não me importar com o que aconteceu. Não foi tão sério — tirando a parte em que minha ex-amiga entregou, de bandeja, a minha comoção para um (des)conhecido.
Prefiro pensar que o destino quis assim. Se não era para o Dave ler os meus sentimentos, não era o momento certo. Talvez eu tenha outra oportunidade para demonstrar isso. Talvez.
Meu celular vibra pela décima vez. A foto de "my best" aparece na tela. Mentalmente, adiciono um lembrete para trocar o nome de seu contato. Deixo cair na caixa postal, de propósito.
Após alguns minutos, Benjamin me liga. Ignoro a ligação, mandando apenas uma mensagem em nosso chat particular, dizendo que estou bem. Coloco o aparelho embaixo do travesseiro e suspiro pesadamente enquanto escuto o barulho de chuva lá fora.
♡
Espirro pela quinta vez consecutiva. A bancada da cozinha é o meu alicerce para impedir que a tontura, vinda logo depois do "atchim", me faça cair.
— Como sua amiga há anos, achei que fosse o melhor a se fazer.
É impossível não revirar os olhos para tal encenação. Mitchell tenta justificar seu erro, sentada em um dos bancos altos de frente para a pedra grande de mármore. Ela parece tensa, aflita e um pouco arrependida. Seus dentes roem as unhas rapidamente.
Fico mais preocupada em escolher o recipiente que usarei para comer meu cereal, não dando muita atenção para seus argumentos.
Lisandra, a cozinheira, observa nossa conversa com um sorrisinho irônico nos lábios. Provavelmente, deve achar que a nossa discussão é tosca perto dos problemas de adultos. Daqui uns anos, pode ser que eu ria dos meus momentos escolares desastrosos, porém, o que estou passando é, de fato, relevante para a Grace de agora.
— Você está me ouvindo, Grace?
Opto pela vasilha de super-heróis, levando-a até a tábua e despejando os grãos de chocolate. Molly observa cada movimento que faço, e parece estar impaciente.
— Você não tem o direito de tomar decisões por mim. — Começo dizendo, pacientemente. — Se não acredita no que eu te digo, em relação aos meus sentimentos, o problema é seu. Você não deveria ter feito isso por, simplesmente, achar que gosto de outra pessoa, na qual tenho uma péssima convivência. Isso não faz sentido algum!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Com amor, Grace
Romance#1 em dia dos namorados - 11/12/2021 O que um bilhete de amor mudaria em sua vida? Para Grace Hills, expressar seus sentimentos sabendo que não será correspondida é uma grande perda de tempo. Mas quando chega o famoso dia dos namorados, ela se vê n...