Capítulo 5

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"Você pode contar comigo como um, dois, três, eu estarei lá

E sei que quando eu precisar

Posso contar com você como quatro, três, dois, e você estará lá

Porque é isso que os amigos devem fazer, oh, sim"

- Count on Me, Bruno Mars

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G R A C E H I L L S


NÃO FUI À aula hoje. O motivo não está relacionado a garotos e nem ao ranço que obtive de minha amiga. Definitivamente, a noite anterior me proporcionou uma gripe terrível, que me desmotiva a sair da cama.

Estou em meu quarto, olhando para os livros em cima de minhas pernas. Uso meu moletom de florzinhas, meias longas e fofas, e uma manta felpuda, cobrindo-me até os ombros, enquanto permaneço sentada, não sabendo ao certo o que estou fazendo. As fórmulas de geometria me deixam tonta, e espero estar melhor para realizar o teste amanhã. Empurro os livros de lado e repouso minha cabeça no travesseiro. Tenho que descansar a minha mente e não me importar com o que aconteceu. Não foi tão sério — tirando a parte em que minha ex-amiga entregou, de bandeja, a minha comoção para um (des)conhecido.

Prefiro pensar que o destino quis assim. Se não era para o Dave ler os meus sentimentos, não era o momento certo. Talvez eu tenha outra oportunidade para demonstrar isso. Talvez.

Meu celular vibra pela décima vez. A foto de "my best" aparece na tela. Mentalmente, adiciono um lembrete para trocar o nome de seu contato. Deixo cair na caixa postal, de propósito.

Após alguns minutos, Benjamin me liga. Ignoro a ligação, mandando apenas uma mensagem em nosso chat particular, dizendo que estou bem. Coloco o aparelho embaixo do travesseiro e suspiro pesadamente enquanto escuto o barulho de chuva lá fora.


Espirro pela quinta vez consecutiva. A bancada da cozinha é o meu alicerce para impedir que a tontura, vinda logo depois do "atchim", me faça cair.

— Como sua amiga há anos, achei que fosse o melhor a se fazer.

É impossível não revirar os olhos para tal encenação. Mitchell tenta justificar seu erro, sentada em um dos bancos altos de frente para a pedra grande de mármore. Ela parece tensa, aflita e um pouco arrependida. Seus dentes roem as unhas rapidamente.

Fico mais preocupada em escolher o recipiente que usarei para comer meu cereal, não dando muita atenção para seus argumentos.

Lisandra, a cozinheira, observa nossa conversa com um sorrisinho irônico nos lábios. Provavelmente, deve achar que a nossa discussão é tosca perto dos problemas de adultos. Daqui uns anos, pode ser que eu ria dos meus momentos escolares desastrosos, porém, o que estou passando é, de fato, relevante para a Grace de agora.

— Você está me ouvindo, Grace?

Opto pela vasilha de super-heróis, levando-a até a tábua e despejando os grãos de chocolate. Molly observa cada movimento que faço, e parece estar impaciente.

— Você não tem o direito de tomar decisões por mim. — Começo dizendo, pacientemente. — Se não acredita no que eu te digo, em relação aos meus sentimentos, o problema é seu. Você não deveria ter feito isso por, simplesmente, achar que gosto de outra pessoa, na qual tenho uma péssima convivência. Isso não faz sentido algum!

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⏰ Última atualização: Feb 13 ⏰

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Com amor, GraceOnde histórias criam vida. Descubra agora