Você bebeu muito vinho

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A porta é aberta antes mesmo que o eterno possa pensar em bater.

- Está atrasado! - debochou. - Consigo sentir seu nervosismo a quilômetros.

Essas são as primeiras palavras que Alvorada diz a Druig ao vê-lo na soleira da porta.

- Cinco minutos atrasado, não é atrasado Alra. E só pra constar elas me causam pavor. - murmura em tom de brincadeira.

Alra se inclina para o mesmo. - Elas apavoram todo mundo. - responde baixinho e pisca um olho para Druig.

- Nós somos velhas, não surdas pombinhos!

Gina aparece na sala junto de Iva, em seu rosto um sorriso cínico desenhava seus lábios.

- Você vai entrar por conta própria ou vamos ter que te arrastar? - perguntou ao moreno, arqueando uma sobrancelha em desafio.

O mais velho ergue as mãos em rendição adentrando a casa.

Os quatro seguem para a mesa, que estava arrumada para o jantar.

Iva serve a todos sua especialidade, peixe assado, enquanto Gina enche as taças na mesa com vinho.

As donas da casa se sentam nas pontas da mesa enquanto a humana e o eterno se sentam de frente para o outro.

- Você parece muito quieto Druig. - foi Gina quem quebrou o gelo, e é claro que suas palavras foram em tom provocativo.

- Sabe que não sou dos mais falantes. - o eterno deu de ombros saboreando a comida.

Alvorada sabia que aquele jantar era apenas uma desculpa para suas amigas implicarem com ela e Druig, era o passatempo preferido do casal de senhoras.

- Então é realmente um mistério o motivo de Alra passar tanto tempo na sua casa.

É Iva quem diz, sorrindo cúmplice para sua esposa.

"Elas até demoraram para começar" Druig comenta mentalmente.

"Isso porque você não estava aqui durante a preparação do jantar, eu juro, parece que elas ficaram bolando essas piadinhas por escrito"

Druig não consegue disfarçar a risada com a fala mental de Alvorada, o que chama a atenção das duas mulheres.

- Não! Podem parar! - Gina decretou de imediato.

O casal fingiu uma expressão inocente.

- Do que está falando? - com seu tom mais dissimulado Alvorada questiona.

- Nada de conversas telepáticas, pombinhos, se tiverem algo pra dizer usem a boca. - Iva diz, tendo o apoio de sua mulher.

Alra e Druig trocam sorrisos. Havia se tornado um hábito a comunicação telepática para eles, era algo tão natural que muitas vezes não se davam conta que estavam a utilizando.

- Força do hábito. - respondem juntos.

Gina revira os olhos. - Tão fofos e tão irritantes.

Iva ri concordando.

- Engraçado, essa é a descrição exata que eu faço de vocês. - Druig levanta sua taça de vinho em um cumprimento silencioso as duas senhoras.

- Eu acrescentaria um tão implicantes nessa descrição também. - comendo um pedaço de peixe Alra pisca cúmplice para o homem à sua frente.

- Veja amor, temos um complô na nossa própria casa. Você era mais educada quando chegou, em Alvorada.

Iva brinca com a mais nova a fazendo dar de ombros.

I Feel You - DruigOnde histórias criam vida. Descubra agora