Capítulo 4 - Porto seguro.

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Johnny estava exausto, para dizer o mínimo. Ele estava correndo pelo que pareciam horas, ignorando a dor da surra e, em vez disso, concentrando-se em chegar onde queria estar. Com Daniel, aconchegados juntos em sua cama de solteiro, isso não lhes deixava escolha a não ser estar perto.

Ele não sabia quanto tempo ele realmente estava correndo, e ele realmente não se importava. Johnny não parou de correr até ver o exterior do apartamento de Daniel, parando apenas por um segundo antes de correr novamente para a porta da frente. Neste ponto ele estava se forçando, ele sentiu que ia desmaiar a qualquer minuto, mas para ele não importava. Ele só precisava ver Daniel. E então tudo ficaria bem.

Daniel estava deitado em seu sofá quando ouviu uma batida na porta, perdido em pensamentos de como estava preocupado com Johnny, tão preocupado que sentiu que não conseguia respirar, e um milhão de perguntas girando em torno de sua cabeça. Ele estava bem? Ele estava ferido? Ele ainda estava vivo? Aqueles gritos que ele podia ouvir do lado de fora daquela mansão eram muito assustadores, e deve ter sido ainda pior para Johnny ser o único gritando. Daniel estremeceu com a memória, nem mesmo querendo pensar em quanta dor Johnny deve estar sentindo. Ele sabia que teria pensado nisso de qualquer maneira, mas alguém bateu na porta, fazendo-o sair do transe em que estava.

Por um momento ele considerou ignorar a batida, ele não estava com vontade de socializar, especialmente a esta hora. Mas e se fosse Johnny? Essa era uma possibilidade que ele simplesmente não podia ignorar.

Johnny estremeceu ao bater de novo, sentindo-se mais ansioso a cada segundo por algum motivo que não podia deixar de apontar. Ele nunca admitiria, mas estava apavorado. Ele não tinha ideia do que ia fazer com sua vida, ou onde ele ia morar, ele não ia perguntar a Lucille e Daniel se ele poderia ficar com eles, ela não precisava de outra pessoa para se preocupar. Johnny tentou pensar em uma solução, qualquer solução além de ser um fardo para Daniel ou qualquer outra pessoa, como seus amigos ou o Sr. Miyagi, que ele também não queria incomodar. Mas ele não conseguia colocar seus pensamentos em ordem, sua cabeça estava começando a doer, provavelmente por correr enquanto ele estava tão machucado. Seu corpo inteiro doía, e ele odiava, ele odiava o fato de estar sentado lá e levar a surra. Ele se sentia um fraco, um perdedor e absolutamente nada, exatamente como Kreese disse.

"Johnny? Ai meu Deus, Johnny!" Os pensamentos de Johnny foram interrompidos por uma voz, uma voz que ele só conseguia identificar como Daniel. Johnny olhou para ele, olhando profundamente naqueles olhos de corça que ele tanto amava, vendo toda a preocupação neles.

A preocupação era um eufemismo. A primeira coisa em que Daniel pensou foi em como estava grato por Johnny estar vivo. No entanto, isso não significava que ele estava cem por cento bem. Daniel esperava que ele parecesse ter acabado de entrar em uma briga, mas ainda estava completamente horrorizado com o que estava vendo. Um olho roxo, um rosto machucado, um lábio partido e o que mais? Isso não poderia ser tudo. A pior parte, porém, foi ver Johnny chateado assim, o que era óbvio pela profunda carranca em seu rosto.

Johnny tentou se conter. Ele realmente fez. Ele não queria chorar na frente de Daniel, mesmo tendo feito isso exatamente duas vezes antes. Ele ainda odiava chorar na frente de alguém, era embaraçoso. Mas desta vez, ele não pôde evitar. Ele estava tão dominado pela emoção que seu tremor só piorou, e ele sentiu um soluço sufocado escapar de sua garganta. O loiro adivinhou por ver Daniel novamente, depois de tudo o que aconteceu. E pelo fato de que ele poderia ser vulnerável ao seu redor, mesmo que não quisesse.

Daniel instantaneamente passou os braços ao redor de Johnny no segundo em que o ouviu soluçar. Ele queria fazer alguma coisa, qualquer coisa, para confortá-lo, porque simplesmente desprezava ver o menino que amava sofrendo. Ele teria apertado Johnny com mais força, mas fez uma careta assim que o tocou, por causa da dor nas costelas que ele não sabia que eram tão sensíveis ao toque. Daniel rapidamente retraiu os braços, não querendo machucá-lo mais.

Karate Kid and Cobra kai but is LawrussoOnde histórias criam vida. Descubra agora